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Petrópolis fecha o ano com 365 vítimas da Covid-19; familiares dividem memórias e alertam a população

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Petrópolis fecha o ano com 365 vítimas da Covid-19; familiares dividem memórias e alertam a população

Todas as vítimas fatais tinham mais de 30 anos de idade

2020 foi o ano em que sorrisos, beijos e abraços deram lugar à saudade. As bocas foram cobertas por máscaras e os olhares encarregados pela maior parte da comunicação não verbal. Em Petrópolis, centenas de famílias estão em luto devido à pandemia do novo coronavírus. São 365 pessoas que morreram vítimas da doença no município neste ano. Eram avós, pais, mães, irmãos, tios, primos que se eternizam pelas lembranças dos parentes.

“Nosso pai era nosso amor e a partida dele sempre será motivo de dor e saudade para gente”.

É assim que Daniele Bender, filha de José Cruz de Sousa – segunda vítima da covid-19 na cidade -, lembra da perda do pai. Ele morreu aos 59 anos em abril deste ano. Segundo a filha, ele era ativo e saudável. Em entrevista à Sou Petrópolis, na época, Daniela destacou: “Não são números, são seres humanos”.

Com a flexibilização das medidas restritivas na cidade houve aumento do número de casos de pessoas contaminadas pela covid-19. Já são 11.933 casos confirmados. E as mortes continuam ocorrendo mês a mês. Segundo informações divulgadas pelo painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde, todas as vítimas fatais do novo coronavírus tinham mais de 30 anos.

O Policial Militar Leonardo Magrani, de 34 anos, contou que por pouco não entrou para as estatísticas. Ele ficou 44 dias internado, sendo 18 deles entubado no Hospital Unimed. Enquanto lutava para sobreviver, o pai, Sebastião Magrani, de 66 anos, também contaminado pela covid-19, não resistiu as complicações da doença.

“Perdi meu melhor amigo, meu parceiro e minha referência”, conta.

Sebastião era um homem alegre, daquelas pessoas que preenchem qualquer espaço com seu otimismo e carisma. Cumpriu sua missão enquanto pai, avô, marido, primo, tio, amigo. Foi um ser humano ímpar em vida.

Diante da maior perda da vida, Leonardo chama a atenção da sociedade sobre a importância da conscientização. “Todos temos que ter disciplina e sermos conscientes em relação a essa pandemia. Não é só responsabilidade do poder público, mas sim de todos”.

Entre novembro e dezembro os números de internações por covid-19 bateram recordes. O hospital Unimed chegou a anunciar colapso e os hospitais privados informaram 100% de ocupação dos leitos para a covid-19. Só em novembro, 43 pessoas morreram com a covid-19. Em dezembro já são 18 mortes na cidade.

Glaucia Braga Teixeira, de 48 anos, perdeu a mãe, Dulcinéa Braga Teixeira, neste mês e diz que ainda está difícil acreditar que isso tenha acontecido, já que a mãe era muito cuidadosa e forte.

“Minha mãe era uma pessoa muito saudável. Não tomava remédio de pressão. Não tomava remédio para nada. Quando ela pegava uma gripe ela fazia um chá e ficava boa. Era uma mulher guerreira, lutadora, valente, protetora, mãe, avó e bisavó maravilhosa”, lembra.

Diante da dor e das lágrimas, Glaucia pede para que as pessoas se cuidem e se previnam. “Essa doença não é brincadeira como muitos estão achando. São muitas vidas indo embora”, afirma.

Glaucia acompanhada da mãe, Dulcinéa. Foto: Arquivo pessoal Glaucia Braga Teixeira

Dulcinéa morava no bairro da Glória, em Corrêas, e deixou seis filhos, 14 netos, cinco bisnetos e o marido. Segundo Glaucia, a perda da mãe também está muito difícil para o pai, José Carlos Teixeira, com quem Dulcinéa foi casada por 49 anos. “Nós não tivemos chance de nada. A gente não teve chance de lutar por ela. Não pudemos fazer nada. Não deu tempo. Só Deus agora”, disse o pai.

Para evitar o crescimento do número de pessoas contaminadas e de óbitos e, com a lotação dos hospitais, especialistas da cidade alertam para a necessidade das pessoas ficarem em casa, só saírem se for necessário e ainda assim tomando todas as precauções, como uso de máscaras e álcool em gel e o distanciamento de, pelo menos, 1,5m entre uma pessoa e outra.

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