Caso da petropolitana Pietra chama atenção para importância da doação de medula óssea
As chances do paciente encontrar um doador compatível são de 1 em 100 mil
De acordo com levantamento feito pelo REDOME, Registro de Doadores de Medula Óssea do Brasil, mais de 850 pessoas aguardam hoje por um transplante de medula óssea no país. Uma delas é a petropolitana Pietra, de 4 anos de idade. Ela nasceu com microcefalia e, há cerca de um ano, foi diagnosticada com hipoplasia medular: doença autoimune causada pela queda na contagem das células sanguíneas.
Foto: Divulgação
Terceiro país do mundo com maior número de doadores, o Brasil conta com mais de cinco milhões de doadores cadastrados no REDOME. Expressivo, o número, contudo, não necessariamente torna a realização das cirurgias mais rápida, uma vez que as chances do paciente encontrar um doador compatível são de 1 em 100 mil; daí a importância de aumentar e estimular as doações de medula óssea no país.
O cadastro é simples, passa a valer em território nacional – mais de 80 doenças podem ser tratadas a partir do transplante de medula óssea – e deve ser feito em algum hemocentro cadastrado no REDOME. Para moradores de Petrópolis, os centros mais próximos ficam no Rio. São eles o Banco de Sangue do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Silva e o Núcleo de Hemoterapia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ).
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No caso de Pietra, nenhum de seus dois irmãos, uma de 11 e o outro de 8, foram compatíveis com seu organismo. A família já participou de três caravanas para levar pessoas interessadas em se cadastrar como doadoras e, em janeiro, deve retornar mais uma vez junto do projeto Pró-Medula. De acordo com Tatiana de Brito Almeida Rodrigues, mãe de Pietra, a doença da filha é instável e a batalha contra o relógio constante.
“No caso da medula óssea não existe uma fila de espera, e sim compatibilidade. Descobrimos que os irmãos da Pietra são compatíveis entre si, mas não com ela. Se não acharmos ninguém 100% compatível, eu e o pai dela vamos fazer a doação, mas não é o ideal porque apresentamos apenas 50% de compatibilidade”. Para ser um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 55 anos de idade;
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
O cadastro no hemocentro é simples. Primeiro é coletada uma amostra de sangue e, em seguida, os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME. Assim, caso a compatibilidade seja verificada, o doador será convocado para a realização do transplante. A recomposição da medula do doador costuma acontecer em cerca de 15 dias. Interessados em ajudar Pietra podem contactar a família através do telefone (24) 98819-3241.
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