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Dia da Consciência Negra: você sabia que o terreno da Igreja do Rosário foi doado a escravos em 1882?

História

Dia da Consciência Negra: você sabia que o terreno da Igreja do Rosário foi doado a escravos em 1882?

Conheça a história por trás desse cartão postal de Petrópolis em oito fatos e curiosidades.

No Dia da Consciência Negra, a Sou Petrópolis percorre os corredores da Igreja do Rosário dentro de mais uma publicação da série “Cartões-Postais”. Talvez você não saiba, mas o terreno em que hoje opera a igreja foi doado em 1882 a escravos que, com o dinheiro que usariam na obtenção de sua alforria – liberdade, decidiram pagar pela construção da capela.

Uma igreja para chamar de sua

Num tempo em que a cidade celebrava suas missas na igreja matriz – a 1ª construída em homenagem a São Pedro de Alcântara, ainda na Rua da Imperatriz – a impressão que se tinha era a de que o templo era voltado à nobreza, já que o local era frequentado pelos barões, baronesas, príncipes e princesas da época.

Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC

Normalmente descalços e trajando pouca roupa, os escravos sentiram, então, a necessidade de um local de culto à parte. Foi aí que, graças à Confraria de Nossa Senhora do Rosário e à doação do terreno por parte de Joaquim Fermino Pereira Jorge e sua esposa Domitilla Francisca de Abreu Pereira Jorge, a igreja começou a tomar forma.

As duas fases da igreja

Pode-se dizer que a Igreja do Rosário viveu duas fases até que chegasse ao que conhecemos hoje. A primeira, que teve início lá em 1882, com a doação do terreno para a construção da capela; e a segunda, já com participação do Monsenhor Gentil, que conduziu as obras para expansão e revitalização da igreja, cuja construção se deu de 1953 a 1978.

Foto: Bruno Soares

Homenagem à São Benedito e Nossa Senhora do Rosário

Assim que o visitante adentra a Igreja do Rosário é possível ver, no canto direito, ao fundo, as imagens de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito que costumavam ser cultuadas pelos escravos na antiga capela. Este último oriundo, inclusive, de família pobre e descendente de africanos escravizados na Etiópia.

Foto: Bruno Soares

A grandiosidade do templo

Dificilmente você vai entrar e sair do Rosário do mesmo jeito. Ainda que grandioso, o templo também se faz presente nos detalhes, com destaque para as histórias representadas na pintura do altar. Inaugurada ainda na pandemia, a belíssima obra traz desde a figura de Monsenhor Gentil, às duas fases da igreja e os sacrifícios de Cristo.

Fotos: Bruno Soares

Restos mortais da primeira santa africana

Uma outra curiosidade sobre o Rosário é o fato de que no altar do Santuário há um relicário com as relíquias da primeira santa africana: Josefina Bakhita. Natural do Sudão, ela foi escravizada ainda quando criança e vendida no mercado de escravos negros. Foi beatificada em 1992 e canonizada em Roma pelo Papa João Paulo II em outubro de 2000.

Vista panorâmica do Centro

Espetáculo à parte na Igreja do Rosário, a torre da igreja fica a 48,5 metros do chão e oferece uma vista panorâmica da cidade. De lá é possível ver o campus da UCP Benjamin Constant e até o Obelisco – bem de longe, mas dá. Destaque também para o tanto de verde por toda a extensão da Rua do Imperador. Verdadeiro espetáculo da natureza!

Foto: Bruno Soares

Sobre a visitação à torre: o percurso precisa ser acompanhado por alguém da paróquia, então não é sempre que vai haver alguma disponível para te levar, mas não custa tentar quando você estiver por lá, não é? E caso você consiga, preste atenção nos sinos. Eles foram usados na 1ª matriz de São Pedro de Alcântara.

Foto: Bruno Soares

As missas

Diariamente são celebradas missas às sete horas da manhã e no horário de almoço, às 12h15. Por causa da pandemia o número de lugares foi reduzido de 580 para 180. Em caso de dúvidas ou para mais informações, a paróquia pode ser contactada pelo telefone (24) 2242-1073.

Veja também > Arte e empreendedorismo: conheça o trabalho de mais de 50 petropolitanos negros

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