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Filha de vítima do coronavírus em Petrópolis relata: “Esse vírus não escolhe”

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Filha de vítima do coronavírus em Petrópolis relata: “Esse vírus não escolhe”

Depois de ter perdido o pai e o tio com a Covid-19, a carioca aguarda a cura da mãe, que teve alta na última terça-feira (31/03) do Hospital Santa Teresa.

Em dois dias ela perdeu o tio e o pai. Logo depois, quase perdeu a mãe, que precisou ser internada no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis. O motivo era o mesmo: coronavírus.

Ainda sentindo a dor e a angústia de não poder se despedir, por morar em Portugal, a carioca Luciana Villela, de 35 anos, enxerga a necessidade de conscientizar sobre a seriedade e os cuidados que as pessoas devem ter com a Covid-19. “Com a perda do meu pai, eu vejo como meu dever explicar para as pessoas que esse vírus não é uma simples gripezinha. Ele não escolhe”, contou à Sou Petrópolis.

Luciana e seu pai, Luiz Villela, a primeira vítima de coronavírus em Petrópolis e a terceira no Estado do Rio (Foto: Acervo Pessoal)

Em fevereiro, Jaqueline e Luiz Villela, de 67 e 65 anos, viajaram para o Egito e fizeram escala nos Estados Unidos, onde passaram uns dias com o tio-avô de Luciana, Sérgio Trindade. Ele também foi uma das vítimas do coronavírus, tinha 79 anos, e era muito saudável e ativo. Sérgio era uma referência mundial em energias renováveis e fez parte da equipe ganhadora do Nobel da Paz de 2007 com um trabalho sobre mudanças climáticas.

Começando a perceber a gravidade da pandemia, o casal resolveu voltar para o Brasil, onde tem uma casa em Araras, distrito de Petrópolis. Quando chegaram, dia 6 de março, tiveram um pouco de tosse e fadiga, mas acharam normal. Já em casa, pediram aos dois funcionários que trabalham lá que não fossem mais e avisaram a parentes e amigos que ficariam em quarentena voluntariamente.

Jaqueline e Luiz Villela, que tinha uma paixão por viagens. Villela era um economista renomado, sem doenças pré-existentes. (Foto: Acervo Pessoal)

Quatro dias depois, Luiz começou a sentir falta de ar e os dois deram entrada no Hospital Santa Teresa, onde fizeram o exame da Covid-19 e o resultado foi positivo. Ele levava uma vida muito saudável e não tinha nenhuma doença pré-existente, mas veio a óbito no dia 20 de março em Petrópolis. Já ela, tinha todos os fatores de risco e sobreviveu depois de mais de 20 dias internada.

“Os médicos disseram que não sabem como ela sobreviveu, pois ela tinha todos os fatores de risco, e não o meu pai, que faleceu com a Covid-19. Ela sabe que o caso dela foi um milagre”, Luciana contou à Sou Petrópolis.

Jaqueline Villela ainda segue se recuperando, como explica a filha Luciana: “Ela ainda não consegue falar por muito tempo, porque perde o fôlego. Então esse é o problema desse vírus, porque mesmo depois de ter saído do hospital, ela vai precisar monitorar com a pneumologista para não vir a ter outros problemas, como a pneumonia”.

Luciana está em quarentena em Portugal, desde o dia 10 de março, tomando todos os cuidados com a família, e pede que as pessoas façam a parte delas também. “Quem não está levando esse vírus a sério, obviamente, não se preocupa com os outros. Eu não quero ver mais pessoas perdendo pais e avós. Minha família está sofrendo, mas se mantendo em casa. Por favor, faça a sua parte, seja consciente”, finaliza.

De acordo com a última atualização divulgada pela Vigilância Epidemiológica, a cidade tem 161 casos desde que teve início a contagem de registros. Destes, 51 já testaram negativo para coronavírus, 21 obtiveram resultado positivo, 89 permanecem aguardando os resultados dos exames, realizados pelos laboratórios do Estado e Laboratório de Corrêas, 35 permanecem internados e 1 pessoa veio a óbito (Luiz Villela). Além disso, a Secretaria de Saúde de Petrópolis investiga mais 6 óbitos com sintomas da Covid-19.

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