Conheça os jovens petropolitanos que abriram negócios de sucesso na cidade
Com o objetivo de estimular e valorizar as iniciativas e o espírito empreendedor dos jovens petropolitanos, criamos a série #JovensEmpreendedores. Todas as pessoas entrevistadas abriram um negócio de sucesso em Petrópolis com menos de 30 anos e lutam para mantê-lo em uma cidade conhecida por ser difícil de empreender.
Eles se reinventam a cada dia, são criativos e têm disposição de sobra! Na terceira edição da série, você irá conhecer quem está por trás da MUDI, da Amarilis Doces Naturais e da Otherside Clothing.
1. Heitor Carneiro e Louise Lakihazy Serrano
Empreendimento: MUDI
Quando Heitor Carneiro, de 28 anos, e Louise Serrano, de 25, resolveram abrir mão da empresa em que trabalhavam para empreender em Petrópolis, eles não imaginavam o sucesso que seria.
Ele cursava Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro e ela Design de Moda na Universidade Cândido Mendes. Apesar da área que eles escolheram trabalhar ser bem diferente, eles tinham um desejo em comum: abrir um negócio próprio em Petrópolis. “Desde que pensamos em criar a nossa marca, queríamos que ela tivesse a base em Petrópolis”, eles contam.
Foto Divulgação
Após adquirem experiência no mercado de trabalho — ele em escritórios de advocacia e ela em grandes marcas de roupa do Rio de Janeiro — o casal fundou a MUDI, uma loja 100% petropolitana de roupas, calçados e acessórios femininos. A proposta deles era, desde o início, compartilhar felicidade, conforto e valores através de seus produtos, que são todos resultados de criações próprias e estampas exclusivas.
Em dezembro de 2016 a MUDI participou pela primeira vez da Babilônia Feira Hype, no Rio. No ano seguinte, em fevereiro, a marca abriu o seu primeiro ponto de venda exclusivo e o local escolhido foi a Rua 16 de Março, em Petrópolis. No início de 2018 abriu o canal de multimarcas e em maio deste ano abriu seu segundo ponto de venda, dessa vez no Shopping Vertical, no centro do Rio. No final de 2018 a MUDI iniciou sua expansão nacional abrindo a primeira franquia, em Manaus.
Hoje Louise atua como estilista da empresa e Heitor cuida da parte administrativa e do marketing. Os dois jovens petropolitanos comandam uma equipe de 9 funcionários e pretendem crescer e expandir seus valores através de suas criações cada vez mais. “Uma das nossas maiores satisfações é poder ter uma marca em que podemos aplicar e propagar conceitos que acreditamos, como ideias voltadas para a conexão com o meio ambiente”, eles comentam. Afinal, ser empreendedor para o Heitor e para a Louise vai muito além de (só) fazer roupas.
2. Allana Pereira e Ighor Pereira
Empreendimento: Amarilis Doces Naturais
Se você pudesse optar entre ter uma vida profissional brilhante, mesmo que isso lhe custasse abrir mão de vários outros planos, e ter qualidade de vida, o que escolheria? A petropolitana Allana Pereira, de 25 anos, e seu irmão Ighor, de 23 anos, escolheram uma vida que tivesse o equilíbrio entre essas duas opções.
Ela, formada em engenharia mecânica pela UCP, começou a trabalhar desde cedo, aos 16 anos, na empresa dos pais. Ele, estudante de administração na FASE, é um empreendedor nato. E foi unindo a dedicação e o foco da Allana no trabalho com o espírito empreendedor do Ighor que surgiu a Amarilis.
Trabalhando em grandes empresas, como Dentspy e Petrobras, Allana percebeu que a rotina exaltante que levava de acordar cedo, trabalhar o dia todo e estudar à noite não permitia que ela se cuidasse. Paralelo a isso, ela convivia diariamente, desde os 7 anos, com uma enxaqueca crônica. E apesar de saber que precisava se alimentar bem e praticar atividade física para que as crises não surgissem, ela não tinha tempo para isso.
Allana e Ighor participam de feiras e eventos em Petrópolis levando uma nova proposta de alimentação saudável para as pessoas.
Aos 22 anos, após a pior crise que já teve, ela, finalmente, entendeu que não tinha qualidade de vida. Allana se pressionava para ser a melhor no trabalho, na faculdade, mas consigo mesma não estava fazendo o mesmo. Foi aí o ponto crucial para ela decidir mudar de vida, trocando os medicamentos pela acupuntura e a alimentação ocidental convencional pela alimentação ayurvédica (é uma alimentação indiana praticada pelos antigos sábios e religiosos, que tem como base os conceitos de cura e prevenção da saúde). “Durante quase 1 ano segui à risca todo o tratamento e já no primeiro mês as crises sumiram, sem contar o bem-estar que eu sentia e a qualidade de vida que eu levava”, ela conta.
Com a alimentação ayurvédica surgiram as barrinhas de energia, que ela produzia para consumo próprio, porém, seu irmão Ighor começou a levá-las para a faculdade, para o curso de acupuntura e para as trilhas que fazia. As pessoas começaram a se interessar e a querer encomendar aqueles produtos. Ele viu a oportunidade de abrir uma empresa e vender aqueles doces naturais, livres de conservantes e feitos artesanalmente — algo que, até então, não existia na cidade.
O crescimento foi exponencial e com ele vieram os feedbacks positivos e a motivação para criar novos produtos, como as famosas pastas de amendoim. Há um ano e meio, portanto, Allana e Ighor têm vivenciado a experiência de empreender, que os trouxe, inclusive, o primeiro lugar na Semana do Jovem Empreendedor de Petrópolis, e de trabalhar em suas respectivas áreas. “Conciliar os dois não é fácil, mas dessa forma tenho conseguido administrar meus deveres profissionais com os pessoais e tem sido muito gratificante”, diz Allana.
3. Felipe Castro
Empreendimento: Otherside Clothing
Ele sempre se identificou com a cultura de rua e os elementos do hip hop, principalmente o graffiti, que fez parte de sua vida. O estilo das roupas, a autenticidade das estampas e a possibilidade de transmitir suas criações, ideologias e protestos através da forma de se vestir sempre chamaram a atenção dele.
Aos 17 anos, Felipe Castro já trabalhava na organização de eventos e exposições de cultura de rua, e aos 19 anos entrou de cabeça no universo do design gráfico. Quando ele ingressou na ESPM-RJ para cursar Comunicação Visual, a meta era unir os conhecimentos que iria adquirir com a paixão pelas estampas e a cultura underground.
À direita o idealizador da Ortherside, Felipe Castro, e à esquerda seu sócio, Eduardo Bellotti.
Ainda na faculdade, ele começou a se envolver mais com o mercado streetwear e a perceber as peças que estavam sendo criadas por grandes marcas. Felipe reparou que todas seguiam um padrão muito parecido, com exagero de informações e com estampas sem uma ideologia definida, a maioria era apenas peças comerciais. A partir daí, ele começou a estudar formas de desenvolver produtos de alta qualidade, com tiragem limitada e que tivessem estampas exclusivas com significado unidas a uma estética mais minimalista e original.
Ao se formar, ele convidou o amigo Eduardo Bellotti, que também sempre gostou desse universo, para ser seu sócio. Eles desenvolveram a primeira coleção juntos, colocaram os produtos à venda e buscaram grandes parceiros no rap, rock, graffiti e esportes de rua da cena local e nacional que realmente gostassem dos produtos deles para ajudar a levar a mensagem da Otherside mais longe.
Apesar de ser uma marca de Petrópolis, feita por petropolitanos, a Otherside já está há 2 anos no mercado vendendo para todo o Brasil. E quando perguntamos para o Felipe o que mais o motiva a querer crescer, ele respondeu: “Não há satisfação maior do que ver as pessoas se identificando com nossa ideologia, elogiando a qualidade do trabalho que está sendo feito e, literalmente, vestindo a camisa”.
Para ver a primeira edição da série #JovensEmpreendedores, clique aqui.
Para ver a segunda edição da série #JovensEmpreendedores, clique aqui.