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Veja como proteger pessoas com autismo, idosos e animais dos fogos na virada do ano

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Veja como proteger pessoas com autismo, idosos e animais dos fogos na virada do ano

Lembrando que soltar fogos de artifício com estampido é proibido na cidade

O brilho dos fogos de artifício marca a virada do ano para muitos brasileiros, mas o barulho intenso e imprevisível representa um grande desafio para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), idosos, bebês e animais. Apesar de o uso de fogos com estampido ser proibido por lei em diversos municípios, eles ainda são comuns nas celebrações, provocando medo, estresse e até riscos à saúde desses grupos mais sensíveis.

Em Petrópolis, especialistas alertam que, mais do que uma questão de desconforto, o problema envolve saúde, inclusão e bem-estar coletivo. Psicólogos e médicos veterinários reforçam a importância de medidas preventivas e, principalmente, da conscientização da sociedade sobre o uso de fogos silenciosos.

Foto: reprodução internet

Impacto sensorial em pessoas com autismo

Segundo a psicóloga Karolayne Medeiros, o som dos fogos provoca um impacto sensorial extremamente intenso em pessoas com autismo, o que nem sempre pode ser minimizado apenas com estratégias domésticas.

“Muitas vezes, essas medidas ajudam, mas não eliminam o sofrimento. Não podemos responsabilizar apenas as famílias. É preciso avançar para uma discussão coletiva, com mais conscientização e incentivo ao uso de fogos silenciosos”, destaca.

A psicóloga reforça que a verdadeira inclusão acontece quando o ambiente se adapta às necessidades das pessoas, e não o contrário.

Foto: arquivo pessoal

Por isso, veja algumas dicas para proteger esse grupo.

  • Proteção do ambiente

Manter portas e janelas fechadas e criar um espaço mais isolado acusticamente.

  • Redução de estímulos

Ambientes com pouca luz, menos barulho e estímulos controlados ajudam na autorregulação.

  • Uso de abafadores de ruído

Fones ou abafadores com cancelamento de som podem reduzir significativamente o impacto, desde que a pessoa já esteja habituada a usá-los.

  • Conforto emocional

Oferecer acolhimento, presença e validação do sofrimento, sem repreensões.

  • Respeito aos limites

Evitar forçar a pessoa a “aguentar” o barulho; cada indivíduo reage de forma diferente.

  • Atenção aos sinais de sofrimento

Agitação intensa, choro, tampar os ouvidos, tentativas de fuga, gritos ou autoagressão indicam a necessidade de afastamento do estímulo e mais proteção.

Foto: reprodução internet

Animais: risco de acidentes, estresse e parada cardíaca

Os fogos de artifício também estão entre os principais causadores de acidentes com animais no mês de dezembro. De acordo com a médica veterinária Priscila Mesiano, da Clínica Amigo Bicho, os pets possuem audição muito mais sensível que a humana, o que intensifica o sofrimento.

“Enquanto muitos gatos ficam quietos, cães costumam tremer, ficar extremamente nervosos e procurar esconderijos. Em casos extremos, o estresse pode levar até à parada cardíaca”, alerta.

Foto: divulgação

Veja algumas dicas para proteger os animais.

  • Nada de comidas natalinas

Doces, carnes temperadas, uvas, passas, chocolate, cebola e alho são tóxicos e podem levar ao óbito.

  • Ambiente seguro

Deixar o animal em um cômodo protegido, com portas e janelas fechadas.

  • Abafar os sons

Usar rádio ou TV com programação calma e colocar cobertores nas portas e janelas.

  • Evitar reforçar o medo

Não acariciar o animal no auge do pânico, para não confirmar o comportamento de medo.

  • Identificação

Garantir plaquinhas com nome e telefone na coleira, já que fugas são comuns nessa época.

  • Nunca acorrentar

Animais podem se enforcar durante tentativas de fuga.

  • Dessensibilização sonora

Treinar gradualmente com sons de fogos por meio de aplicativos, aumentando o volume aos poucos.

  • Recursos calmantes

Uso de difusores, rações calmantes, florais, fitoterápicos ou ansiolíticos, sempre com orientação veterinária.

  • Tratamento antecipado

Casos mais graves podem exigir medicação iniciada até 15 dias antes da virada do ano.

Foto Reprodução

Alerta coletivo

Além de pets e pessoas com autismo, as dicas também servem para os idosos, bebês e pessoas com outras sensibilidades também sofrem com os estampidos. Para os especialistas, a solução passa pela empatia e pela responsabilidade coletiva.

O incentivo ao uso de fogos silenciosos é uma alternativa que mantém a celebração sem causar sofrimento. Respeitar quem é mais vulnerável é um passo essencial para uma virada de ano mais segura, inclusiva e humana para todos.

Foto: Agência Brasil

Vale lembrar: soltar fogos com ruído é crime

Soltar fogos de artifício com estampido (barulhentos) é proibido em Petrópolis, conforme a Lei Municipal nº 8.250/2021, sancionada em junho de 2021. A legislação visa proteger idosos, pessoas com deficiência, crianças, animais e indivíduos com transtorno do espectro autista, que podem ser sensíveis ao barulho causado pelos fogos.

Foto Reprodução

A lei permite apenas o uso de fogos silenciosos, que são aqueles que produzem efeitos visuais, mas sem o estampido característico. A fiscalização é realizada por órgãos municipais, como a Guarda Civil e a Secretaria de Meio Ambiente, e o descumprimento pode resultar em multas ou outras penalidades.

Saiba como fazer denúncias

A multa pelo descumprimento pode variar entre R$ 130 e R$ 26 mil, a depender da gravidade. Denúncias podem ser recebidas pelos números 2246-9257 e 153.  

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