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Você sabia que a Igreja do Rosário nasceu da resistência do povo negro em Petrópolis?

História

Você sabia que a Igreja do Rosário nasceu da resistência do povo negro em Petrópolis?

Inaugurada em 3 de maio de 1883, seu nome original é ‘Igreja do Rosário dos Homens Pretos’

Inaugurada em 3 de maio de 1883, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro de Petrópolis, teve sua primeira capela erguida por pessoas negras recém-libertas. Neste 20 de novembro — Dia da Consciência Negra —, conheça a origem e luta da comunidade que buscava preservar sua fé, cultura e identidade em um dos períodos mais violentos da história do Brasil.

Foto: Bruno Soares

Nome original

Originalmente chamada de “Igreja do Rosário dos Homens Pretos”, a construção foi fruto da organização comunitária do povo escravizado e de seus descendentes — que encontraram ali um espaço seguro para professar sua fé católica e manter vivas tradições africanas sufocadas pela escravidão.

Um lugar de fé, cultura e resistência

Mais do que um templo, a antiga capela funcionava como um centro de apoio e convivência. Era ali que pessoas negras se reuniam para discutir suas condições de vida, compartilhar informações, organizar ações e fortalecer sua comunidade.

Seus rituais misturavam elementos do catolicismo com práticas africanas, em um sincretismo que ajudou a preservar raízes culturais ameaçadas pelo sistema escravista. Música, dança, tambores e cantos — como samba, maracatu e outros ritmos afro-brasileiros — davam vida às celebrações.

Igreja do Rosário

Fotos: Bruno Soares

Símbolo da luta por liberdade

Essas irmandades religiosas ligadas às Igrejas do Rosário dos Homens Pretos, espalhadas pelo Brasil, tiveram papel essencial na resistência ao regime escravista. Muitos de seus membros participaram de movimentos abolicionistas e lutaram por direitos, dignidade e liberdade.

Preservação da memória afrodescendente

Hoje, a Igreja do Rosário desenvolve uma galeria virtual que resgata toda essa história — desde a antiga capela construída pelo povo negro no século XIX até sua importância atual. Segundo Kátia Rossi, gerente do projeto, reconstruir essa trajetória “é um dever com a memória social da cidade e da sociedade brasileira”.

Logo na entrada da igreja, ainda é possível ver as imagens de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, ambos cultuados pelos construtores da primeira capela — símbolos de fé, identidade e resistência da população afrodescendente de Petrópolis.

Foto: Divulgação

Um convite à reflexão neste 20 de novembro

No Dia da Consciência Negra, reconhecer a origem da Igreja do Rosário é reconhecer a força do povo negro que, mesmo sob opressão, construiu espaços de fé, cultura e luta — espaços que ajudaram a formar a história de Petrópolis e do Brasil.

Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC

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