Petropolitana passa a tradição de Cosme e Damião para bisneta após terem milagre atendido
Cloe Pereira de Souza nasceu de uma gravidez de risco, após sua mãe já ter perdido um bebê. Sua bisavô fez promessa para que corresse tudo bem
Neste sábado (27), é celebrado o Dia de Cosme e Damião, médicos e santos conhecidos por curar os enfermos sem cobrar nada em troca. No Brasil, seus devotos criaram a tradição de distribuir saquinhos de doces, geralmente em agradecimento aos milagres concedidos por eles. Este é o caso de Maria de Lourdes Plantz, que dá doces há 20 anos e, neste ano, passou a tradição para sua bisneta, de nove meses, por conta de uma promessa para que ela nascesse bem.
Fotos: Arquivo Pessoal
“Meu neto, Jonathan, e a esposa, Marcela, estavam tentando ter um filho há muitos anos e, quando ela conseguiu engravidar, eles perderam o bebê. Pouco tempo depois ela engravidou de novo, mas o médico disse que ela precisaria ficar de repouso total, pois era uma gravidez de risco. Na hora fui pedir a Cosme e Damião, que sempre me ajudaram”, conta a bisavó.
Hoje, Cloe está prestes a completar nove meses, com muita saúde. “Desde que eu conheço a Dona Lourdes, ela dá bala e fala dos milagres que eles fizeram. Acredito muito que eles ajudaram no nascimento da minha filha”, declara Marcela.
Na promessa feita por Lourdes o primeiro saquinho de bala deste ano deveria ser entregue para uma criança pelas mãos de Cloe. Ao todo, 150 pessoas receberam os doces da família.
“Acho muito bonito essa tradição. Ela fica o ano todo animada, esperando o dia de dar bala. Fica ansiosa pra comprar os doces, montar os saquinhos e se arruma toda. Forma uma fila imensa de crianças aqui e é muito legal ver a felicidade de todo mundo”, comenta a mãe.
Fotos: @robjonfotos
Fé e cura
Nascida e criada em um lar católico, Maria sempre viu em sua fé uma forma de superar suas dificuldades. No início dos anos 90, foi diagnosticada com úlcera varicosa e, mesmo seguindo todos os tratamentos médicos indicados, nada melhorava a doença.
“Os enfermeiros faziam curativo todos os dias, passavam vários remédios, mas nada adiantava. Todos falavam que eu tinha muito fé e que um dia ia conseguir me curar”, comenta
Fotos: Arquivo Pessoal
Foi então que, há mais de 20 anos, teve a ideia de pedir aos santos padroeiros dos médicos. “No Dia de Cosme e Damião, vi todo mundo saindo pra pegar bala e pensei: vou pedir ajuda pra São Cosme e São Damião, já que eles eram médicos e ajudavam a curar os enfermos. Pedi naquele dia 27 de setembro e, quando foi na outra semana, o machucado fechou sem nenhuma cicatriz e nunca mais voltou”.
Para ela, além da sua cura, a tradição representa um momento de felicidade e de compartilhar a fé. “Amo fazer isso e ver o sorriso de quem recebe esses saquinhos, todos feitos com muito carinho”, finaliza.
Fotos: Arquivo Pessoal
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