Petrópolis tem mais pessoas morando de aluguel ou com casa própria? Descubra
Especialistas do setor imobiliário explicam os novos dados do Censo 2022 em Petrópolis
Os novos dados do Censo 2022, divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam quantas pessoas vivem de aluguel e quantas já tem casa própria. E, em Petrópolis, o número é surpreendente. Cerca de um a cada quatro petropolitanos vive de aluguel.
Foto: Serra Drone
Segundo a consultora imobiliária Irene Medeiros, sócia da Oswaldo Medeiros Imóveis, este alto índice está ligado à situação financeira e econômica do país. “Nos últimos anos, a população em geral teve seus rendimentos achatados, impedindo que estes tenham condições de adquirir a tão sonhada casa própria. Sem contar o valor alto de tributos para conseguir finalizar a compra do imóvel”.
A pesquisa do IBGE aponta que 68,5% dos domicílios da cidade são próprios dos moradores e já quitados, outros 2,7% ainda estão sendo pagos e 4,4% foram cedidos ou emprestados. Os imóveis alugados representam 23,5%.
Aumento no número de imóveis
Em 2022, Petrópolis tinha 138.596 residências, um aumento de 21,15% em comparação ao último censo, realizado em 2010. Segundo Oswaldo Medeiros, sócio e advogado da empresa de mesmo nome, este aumento se explica, em grande parte, pela violência no Rio de Janeiro.
“A criminalidade na capital e no estado como um todo fez com que muitos moradores cariocas escolhessem Petrópolis para viver, embora uma grande maioria continuasse a trabalhar no Rio de Janeiro, mesmo morando aqui”, acrescenta.
Foto: Serra Drone
Concentração na mão de poucos
Destes 138 mil imóveis, 78% estão ocupados, 9% são de uso ocasional e 13% estão vagos. A porcentagem representa mais de 18 mil casas e apartamentos vazios. Para Irene, isso acontece pelas dificuldades financeiras da população, mas também pela concentração de imóveis em poucas mãos.
“Grande parte dos imóveis da cidade pertencem a um pequeno número de investidores ricos, que preferem ver seus imóveis vazios do que colocarem o valor de mercado e abaixarem o preço dos aluguéis dos mesmos”, afirma.
Há mais casas que apartamentos
O Censo ainda mostra que 87 mil (81,16%) dos domicílios são considerados casas e 17 mil (15,72%), apartamento. Para o especialistas, isto representa uma preferência do petropolitano por morar em casas.
“Mas, nos últimos anos, esta realidade está mudando. Primeiro pelo grande número de incorporações focadas em apartamentos e, segundo, pela procura, em grande escala de uma maior segurança para a família, mesmo Petrópolis sendo considerada uma das cidades mais seguras do estado”, finaliza Oswaldo.