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Jornalistas são agredidos por seguranças em boate de Petrópolis e alegam homofobia

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Jornalistas são agredidos por seguranças em boate de Petrópolis e alegam homofobia

Vitor e Lucas são amigos e estavam conversando quando foram surpreendidos com as agressões na noite de sexta (24). A boate ainda não se pronunciou sobre o caso

Dois jornalistas de Petrópolis foram agredidos na noite de sexta-feira (24) por seguranças de uma boate. Vitor Mattos, de 26 anos, e Lucas Alberguine, de 21, relataram que os profissionais confundiram a conversa dos dois, que são amigos e sócios, com uma briga e os retiraram da boate já com agressões. Os jornalistas caracterizaram o caso como homofobia.

Foto: Reprodução do Facebook

As agressões

Ainda de acordo com Vitor, Lucas foi puxado pela camisa, arrastado pelo braço e jogado da escada. Perseguido pela rua, o rapaz ainda teria levado socos nas costas.

Foto: Arquivo pessoal Vitor Mattos

Vitor, também ameaçado e agredido, tentou voltar à boate para buscar a bolsa de Lucas, apreendida pelos seguranças. Lá, o jornalista conta que recebeu diversas negativas da recepcionista do local. Com os cartões e as chaves de casa na bolsa, o jornalista diz que a funcionária pediu para que os seguranças o agredissem de novo, em um episódio ainda pior. Repreendido novamente pelos seguranças, o jovem revela que teve suas pernas quase quebradas quando foi empurrado das escadas da boate.

“Os mesmos seguranças que puxaram o Lucas para fora, fizeram isso também comigo, com toda grosseria e agressividade possível. Eles diziam o tempo todo que era para sumir dali e não arrumar confusão. Eles me ameaçaram, para eu não ficar ali. Andando pra sair de lá, consegui ouvir os gritos do Lucas correndo, enquanto era perseguido e eu tentava o encontrar”, contou.

Vitor relatou nas redes sociais sobre as agressões sofridas. De acordo com ele, o terror parecia não ter fim.

“Eu ainda poderia ter batido com a cabeça em algum lugar e eles gritavam o tempo todo: sai, some daqui, ninguém tem medo de você. Liga pra quem você quiser! Aqui não adianta chamar ninguém”, lembra.

O resgate

As vítimas foram resgatadas por duas pessoas que moravam em um condomínio da região. Ainda segundo Vitor, mais quatro pessoas também foram agredidas e expulsas da boate na mesma noite.

“Quem vai curar nossas dores? Levar à delegacia, pagar remédios? Ninguém! Estamos indignados. Evidente que só vieram atacar porque sabiam que eu era LGBTQIA+”, finalizou, relacionando as agressões à homofobia.

Denúncia

Em nota, Vitor e Lucas afirmaram que vão tomar todas as medidas cabíveis contra a administração da casa noturna.

O caso foi registrado na 105ª DP nesta segunda-feira (27). A Polícia Civil informou que as vítimas foram encaminhadas para exame de corpo de delito. Além disso, disse que as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento foram requisitadas e as testemunhas estão sendo ouvidas. De acordo com a Polícia, a investigação segue em andamento.

“A importância de denunciar é porque no silêncio, o agressor fica escondido. Quando usamos nossa voz pra contar o que aconteceu com a gente, evitamos que outras pessoas caiam no mesmo lugar. Você acaba se sentindo melhor por poder cuidar da vida do outro”, disse Lucas Alberguine.

Questionada, a administração da Boate Texas não se pronunciou até o fechamento dessa matéria.

Mês do orgulho LGBTQIA+

Junho é o mês do orgulho LGBTQI+. Para entender a importância de um mês de conscientização, basta se atentar aos dados de uma pesquisa do SUS, que revela que um LGBTQI+ é agredido por hora no Brasil.

Os dados também mostram que jovens de 18 a 29 anos representam mais de 40% das vítimas.

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