Conheça o projeto Vôlei Petrópolis, que oferece aulas gratuitas da modalidade no município
Para 2022, ainda há vagas abertas a jovens em situação de vulnerabilidade social
Assim como, em campo ou nas quadras, o jogo pode mudar a qualquer instante, na vida a mudança também acontece quando menos se espera. E assim foi para a petropolitana Márcia Verônica Ferreira, de 63 anos. A partir do momento em que esteve inserida no universo dos esportes, Márcia viu seu propósito mudar. Idealizadora do projeto Vôlei Petrópolis, ela oferece aulas gratuitas de vôlei a pessoas em situação de vulnerabilidade social no município e, a partir da iniciativa, estimula talentos locais a seguirem seus sonhos.
Foto: Divulgação
Vinda de família humilde, Márcia foi aluna da rede pública. Com dificuldades financeiras, ela conta que era nas quadras que vislumbrava esperança e que se sentia importante. Descoberta por seu professor de Educação Física, o Prof. Denoni Pereira Alves, Márcia recebeu oportunidades como atleta de handebol. Andou de avião pela primeira vez, conheceu outros estados, jogou pela seleção do Rio em campeonato brasileiro e, principalmente, viu as portas se abrirem e sua vida se transformar.
Aos 17 anos, ela relata que foi convocada para participar dos treinamentos da Seleção Brasileira de Handebol. Sabendo que os treinos aconteceriam em São Paulo, contudo, Márcia precisou parar de jogar e ajudar em casa. Era o fim de um ciclo, mas o começo de outro. “Seguir o exemplo do meu professor me fazia muito bem, olhar para as crianças com possibilidade, nunca com limites. Dar oportunidade, transformar vidas”, descreve a petropolitana, que já adulta se interessou em jogar vôlei e, da prática amadora, deu início a sua própria escolinha.
Foto: Divulgação
Iniciado nas quadras de escolas da rede pública em 2005 e, anos mais tarde, levado aos clubes da cidade pela necessidade de quadras cobertas, o “Projeto Vôlei Petrópolis – Vôlei Para Todos” se propõe a fomentar a prática do esporte na cidade e a gerar inclusão. “O projeto nasce para detectar talentos, formar equipes de competição e, sobretudo, dar oportunidades a todos. Isto é, fazer com que aqueles em vulnerabilidade social não sejam excluídos de seus sonhos, presentear e valorizar aqueles que se destacam”, explica a idealizadora da iniciativa.
Escolinha mais antiga de voleibol em Petrópolis na formação de atletas, o projeto conduzido por Márcia oferece aulas gratuitas nas Instituições Comac e C3, com apoio da empresa francesa Safran. Ao todo, são 40 vagas disponibilizadas em cada polo para jovens de todas as idades, a partir dos 9 anos. Para 2022, ainda há vagas abertas e aqueles interessados podem fazer contato tanto pelo e-mail voleipetropolis@gmail.com, quanto pelo WhatsApp (24) 98152-8601. Mais detalhes sobre a proposta podem ser obtidos na página @projetovoleipetropolis.
Responsável por promover saúde, educar através do esporte e levar alegria a classes menos favorecidas, o Projeto Vôlei Petrópolis tem dado a petropolitanos a oportunidade de representarem a cidade em torneios fora dela e, inclusive, a se tornarem atletas de alto rendimento em clubes profissionais fora do município. “Em 2015 tivemos o ingresso de duas alunas que, com apenas 13 anos, foram convidadas para jogarem no Clube de Regatas Flamengo e no Botafogo F.C. Atualmente temos também um aluno nosso que foi jogar no Praia Clube em Minas”, diz Márcia.
Fotos: Divulgação (Nas imagens, Deborah Custódio e Patrick Wayand)
Homenageado na próxima edição da premiação do Programa de Esporte do Farahzinho do Canal 17, pela contribuição ao cenário esportivo local, o projeto ocorre, ainda, no S.C. Magnólia, Palmeira F.C, Petropolitano F.C e Colégio São Tomás de Aquino – nestes locais com mensalidades pagas e aulas para crianças, jovens, adolescentes e adultos. Bacharel em Educação Física, Márcia também é técnica de voleibol nível II pela Confederação Brasileira de Voleibol, árbitra de voleibol formada pela Federação de Voleibol do Rio de Janeiro e ex-atleta do Fluminense F.C.
Foto: Divulgação
“Minha realização pessoal é poder dar oportunidade a todos independente da sua classe social, gerar emprego para profissionais de educação física, saber que o voleibol pode ser uma ferramenta de integração social. Podemos educar através do esporte, ensinar através dos jogos valores éticos e morais, ver crianças, jovens e adultos, se divertindo, cuidando da saúde física e mental e, sobretudo, vestindo a minha camisa. Nossos nomes. Nosso maior legado”, conclui Márcia, que tem feito a diferença nas quadras e fora delas.