6 petropolitanas responderam à pergunta “o que é ser mulher” e o resultado foi emocionante
Perguntamos a 6 mulheres muito diferentes, mas com uma qualidade em comum: guerreiras.
Ser mulher pode ser muitas coisas. Pode ser acordar 6h da manhã, pegar um ônibus, levar o filho para a creche, ir trabalhar, chegar em casa e fazer janta para no dia seguinte começar tudo de novo. Pode ser ter a opção de querer ser mãe ou não, de usar saia curta ou saia longa, de querer ser mãe solteira ou mãe de um cachorro, de ser dona de casa ou trabalhar em um ambiente dominado por homens, de usar salto alto ou tênis. De toda forma, ser mulher é ser guerreira. É lutar contra a discriminação de gênero, contra o machismo e se superar a cada dia.
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, perguntamos para 6 petropolitanas de nascença ou de coração “o que é ser mulher”, e o resultado foi emocionante!
Márcia W. Coelho Netto, 55 anos
Impossível conhecer a Márcia e não se apaixonar. Sabe aquela pessoa alto astral com um olhar sensível, que se preocupa com as pessoas, com os animais e que vive a vida intensamente, por completo? Assim é a Márcia. A carioca, mas petropolitana de coração e por opção, é formada em pedagogia, é casada e sem filhos. Apesar de ter sido educadora por boa parte da vida, já trabalhou com seguros, já teve uma pizzaria, entre outras ocupações. Hoje vive um “ócio criativo”, como ela mesma diz, dedicando-se, através de projetos sociais, a causas que sempre amou: o ser humano e os animais.
Para Márcia, ser mulher é…
“Ser mágica… É se desdobrar em vencer medos e multiplicar coragens. É ser filha, neta, irmã, família, educadora, empreendedora, inventora, amiga, agregadora, incentivadora. É acreditar na magia, no amor, no poder da renovação diária, na fé, na amizade, na natureza, em abraçar árvores, nos animais e, acima de tudo, no ser humano. É transformar lágrimas em sorrisos e brindar o hoje com o melhor vinho. É saber dançar na chuva e ser protetora. É ser leoa e beija flor… Ser mulher é ser paz e guerra, ser acalento e grito, é ser tempestade, sol e arco íris. É ser paciente e cheia de rompantes. É saber se nutrir de silêncios e gritar mais alto! É ser alquimista, transformando o jardim em alimento e cura. É ter diariamente a força de muitas deusas, a sabedoria das bruxas e serena ternura de anjos.
Ser mulher é ser sempre mais. Sejamos mais sempre. Sejamos mudança. Sejamos amor.”
Rose Freitas, 37 anos
Rose é guerreira, é mãe de três filhos, mulher, filha e irmã, tudo ao mesmo tempo. É bem resolvida, solteira, nascida e criada em comunidade carente, formada no ensino público e educadora social. Rose é daquelas mulheres que questionam, que lutam pelos seus direitos e consciente de seus deveres.
Para Rose, ser mulher é…
“Ter vários dilemas e qualidades. É apesar de ser rotulada pela sociedade como ‘frágil’, agir com muita força todos os dias. É se doar e se sacrificar saindo e abrindo mão da zona de conforto. É tomar escolhas, mesmo sabendo que vai ser julgada e criticada. É gerar, cuidar, instruir e preparar gerações futuras em casa, na escola e no trabalho. É se orgulhar e lutar pelos seus filhos, mas ao mesmo tempo perceber que somos protagonistas de nossas vidas, e não coadjuvantes”.
*Para conhecer mais sobre a Rose, ela estará presente na exposição ‘Elas’ durante o ‘Festival Las Mariposas’, que ocorrerá na Bohemia, representando todas as mulheres que já sofreram algum tipo de violência. Para saber mais sobre o Festival, clique aqui.
Heloisa Schanuel, 74 anos
Difícil falar da Heloisa sem falar do Ballet Heloisa Schanuel, que já tem 49 anos de história em Petrópolis. Afinal, falar dela é falar de trabalho, de dedicação, de coragem, amor, inspiração e, principalmente, de muita fé. Há 6 anos lutando contra o câncer, a história dela poderia ser uma história triste e de lamentações. Mas totalmente ao contrário disso, a gratidão pela vida e a energia boa que essa mulher carrega dentro de si são invejáveis. Conversar com ela é ter uma aula sobre a vida, é ter fé nos maiores desafios e na humanidade. E apesar de já ter recebido diversos prêmios honrosos na cidade, incluindo o de ‘Mulher de Ouro’, ela não se importa e nem lembra o nome das premiações. Afinal, Heloisa tem coisas mais importantes para se preocupar, como viver e agradecer.
Para Heloisa, ser mulher é…
“Ter determinação. Saber enfrentar os desafios que a vida oferece e viver de acordo com os nossos valores, com o que defendemos. Quem não vive como pensa, acaba dando um jeitinho de pensar como vive’. Ser mulher é ir ao encontro do que sofre, é enxugar a lágrima do que chora, é dar um abraço naquele que precisa de paz, é ser e estar disponível. É amar, perdoar, sofrer, viver, ser um porto seguro para alguém. Ser mulher para mim é olhar o mundo com os olhos de Deus: é amar, amar e amar (!!), sem distinções”.
Adriana Vital, 43 anos
A vida para Adriana nunca foi fácil. Ela interrompeu os estudos por dificuldades financeiras e ainda aos 11 anos de idade começou a trabalhar para ajudar a família em casa. Desde então, já foi babá, costureira, cuidadora de idosos e auxiliar de escritório até se tornar Guarda Civil Municipal. Há 21 anos, ela atua no serviço público, tradicionalmente dominado por homens, o que não é um problema para quem já desbravou e superou muitos obstáculos na vida. Além de ser da Guarda, Adriana é enfermeira especialista em oncologia, professora, casada e mãe de dois filhos.
Para Adriana, ser mulher é…
“Receber de Deus o dom da resiliência, da multiplicidade do ser e do atuar.
É ter disciplina, ética, comprometimento, seriedade, humildade e acima de tudo respeito. É transpor obstáculos, desbravar e superar limites!
É envidar esforços e sacrifícios pelo que acredita. É observar e aplicar princípios e em todas as circunstâncias, mesmo correndo o risco de não ser compreendida. É demonstrar força durante o período de fragilidade e orgulho diante de uma conquista”.
Patrícia Dias, 42 anos
Nas costas, muita disposição, e na bolsa, tortinhas de darem água na boca. Assim ela sai todos os dias de casa para o Centro da cidade, onde vende seus doces. Patrícia é daquelas mulheres trabalhadoras, que fazem de tudo para o bem do marido e dos 4 filhos.
Para Patrícia, ser mulher é…
“Ter garra e coragem para cumprir o propósito divino do ciclo da vida. É ter a inocência de criança, o aprendizado da juventude e a responsabilidade de adulto.
É ser filha, irmã, amiga, aluna, namorada, noiva, esposa, nora, mas principalmente, é ter a dádiva de gerar e educar futuras gerações de pessoas do bem, renunciando a si mesma, sem medir esforços para tentar ser exemplo dentro e fora de casa”.
Bárbara Furtado, 27 anos
O susto de ficar grávida aos 14 anos, não a intimidou. Bárbara foi à luta desde cedo e aprendeu muito com a transformação de ser mãe. A partir daí, ela terminou os estudos, formou-se em Letras/Inglês e hoje dá aulas particulares em Petrópolis e em um curso de inglês no Rio de Janeiro.
Para Bárbara, ser mulher é…
“Saber ser força e delicadeza, saber se impor e saber pedir desculpas, e saber, acima de tudo, amar incondicionalmente. E quando digo amor, me refiro a qualquer tipo de amor: amor pelos pais, pelos filhos, pelos irmãos, pelos amigos, pelo trabalho, pelo outro e por si mesma.
Ser mulher expressa a flexibilidade de um camaleão, que se camufla e se transforma para se fazer caber em uma determinada paisagem. Ser mulher é ter a determinação de uma leoa, que luta até o fim para proteger aqueles que ama. É ser livre e suave como uma borboleta, que determina o ritmo do seu voo e firme e atenta como uma águia, que sabe exatamente onde quer chegar. Apesar de todos os percalços e o preconceito, todo o medo e a constante necessidade de nos autoafirmar, somos exuberantes.
A verdade é que ser mulher é ser um presente. Podemos ser o quisermos, sem necessidade de aprovação ou de padrão social. Somos maravilhosamente diferentes e, ainda assim, bem parecidas. Somos poder no cuidado e, quando todas nós nos dermos conta disso, compartilharemos do prazer que é ser mulher”.