Professor desenvolve robô para recepcionar e conscientizar alunos na pandemia em Petrópolis
O robô é capaz de identificar a presença das pessoas, depositar álcool em gel em suas mãos e transmitir algumas mensagens
Convicto de que a educação tecnológica pode promover a ligação entre disciplinas e pessoas, o professor petropolitano Robson Thomé, de 55 anos, desenvolveu um robô para dar as boas-vindas aos alunos do colégio em que dá aula. Criado para o momento de matrícula dos estudantes, o mecanismo também tem sido usado na recepção das turmas no retorno gradual às salas de aula presenciais. Munido de um sensor de presença, o robô tem sido responsável por educar, a partir do estímulo ao uso do álcool gel, e também por promover acolhimento.
Foto Arquivo Pessoal/Robson Thomé
Construído em cerca de um dia por Robson e a esposa, Ana Lucia, o robô feito de Lego segue a mesma programação que seus alunos aprendem em sala de aula. A ideia, segundo ele, é fazer com que os estudantes aperfeiçoem o projeto quando estiverem todos reunidos de maneira presencial novamente. Hoje, o robô é capaz de identificar a presença das pessoas, depositar álcool em gel em suas mãos e transmitir algumas mensagens. Para Robson, professor de Matemática e Educação Tecnológica da instituição, ao surpreender o outro, sempre há ganho.
“Com esse problema do retorno e da carência das crianças, a gente teve a ideia de criar um robô que fosse capaz de educar. É esse carinho que a gente sempre teve em recepcionar os alunos e que ficou afastado nesse momento. Além de ser um carinho, o aluno se sente, de certa forma, acolhido por aquela atitude. É um senso motivacional que gera nele curiosidade de como foi feito e, talvez, uma vocação no futuro. Os alunos ficam vidrados em aprender mais. Hoje a gente não pode excluir a tecnologia da educação”.
Professor de robótica há nove anos e responsável por promover a ponte entre a educação e a tecnologia há cinco, Robson aponta a tecnologia como um “despertar” para os alunos. Ferramenta fundamental de ensino na pandemia, o educador foi capaz, mesmo a distância, de desenvolver uma série de projetos de Educação Tecnológica com os estudantes no período de isolamento social, a exemplo da criação de QR Codes que transmitem informações sobre pontos turísticos da cidade, histórias de gibi em movimento e até projetos de carteirinhas estudantis.
Segundo Robson, do material empregado na fabricação das carteirinhas ao software que será responsável por registrar a presença dos alunos na entrada, o desafio das carteirinhas estudantis foi proposto aos jovens e tem sido desenvolvido do início ao fim por eles. “Indispensável”, a tecnologia se mostra, mais uma vez, fundamental aos olhos do educador não apenas num desenvolvimento conjunto entre disciplinas, mas também na demonstração de sentimentos que, por enquanto, se mantém restritos às telas e às programações.