Connect with us

[Personalidades Petropolitanas] Saiba quem é a baiana que vende acarajé no Palácio de Cristal

Cidade

#PersonalidadesDePetrópolis

[Personalidades Petropolitanas] Saiba quem é a baiana que vende acarajé no Palácio de Cristal

Responsável por “trazer a Bahia no paladar”, a baiana é conhecida pela venda de acarajé e outras delícias

De tão habituada que a cidade se tornou a vê-la por ali, talvez Petrópolis não tenha ideia que a Baiana Imperial já é parte do cenário local há 23 anos! Marca registrada na lateral do Palácio de Cristal, a baiana é sinônimo de tabuleiros preparados com muito carinho, resistência e persistência! Na sexta edição da série #PersonalidadesPetropolitanas, você conhece a baiana que trouxe para Petrópolis um capítulo de sua história e também do Brasil.

Foto: Divulgação

Máxima Cruz dos Santos. É essa a verdadeira identidade da Baiana Imperial! Natural de Salvador, ela chegou a Petrópolis em 1989 acompanhada do marido, Rubens Miranda de Magalhães, da filha Mariana – que à época tinha um ano de idade, e grávida de seis meses da caçula Ana Maria. O que ela não esperava é que a cidade fosse lhe proporcionar a missão de, como ela mesma descreve, “trazer a Bahia no paladar”.

Foto: Divulgação

Conta Máxima que a mudança para a Cidade Imperial aconteceu em função do emprego do marido, que era tido como o principal fornecedor do Grupo Paes Mendonça em Salvador. Acontece que a mudança não aconteceu como os dois imaginavam. Seu marido enfrentou uma série de prejuízos que o afetaram financeiramente e emocionalmente e, aos 37 anos de idade, Máxima se viu viúva e diante da tarefa de se recriar.

Por sugestão da antiga fisioterapeuta do marido, ela decidiu, então, conduzir petropolitanos e turistas a viagens por sabores capazes de remetê-los à Bahia. “O tabuleiro foi uma reeducação, uma forma de dar valor às pessoas não pelo que elas vestem, mas pelo que elas têm de bom para oferecer. Logo no início me vi vestida de baiana. Eu tinha uma vizinha que morava no meu prédio e fazia cortinas. Peguei algumas sobras dela e fiz minha roupa”, diz.

Chegando a ser discriminada pela forma como se veste, Máxima conta que não foram poucas as tentativas de tirá-la da lateral do Palácio de Cristal. Depois de até abaixo-assinado chegar a fazer, ela garantiu, contudo, seu lugar na cidade e no respeito e carinho de quem conhece sua história. Guia de Turismo Regional pelo Ministério do Turismo, desenhista, projetista, historiadora e poetisa, ela é fonte de cultura e resistência que nutrem a alma.

Foto: Divulgação

“A bandeira do Brasil que carrego representa um território conquistado com muita luta e trabalho. Quando criamos o tabuleiro de acarajé pensamos em algo mais sofisticado, no padrão que a cidade merece para poder recepcionar os clientes e turistas com informação, história e poesias. É um trabalho que vai muito além de ser uma ambulante comum. É um patrimônio nacional”.

Foto: Divulgação

Capaz de propagar a cultura brasileira, a baiana faz questão de estar sempre em seu posto. Em datas comemorativas ou não, sua presença está ali para mostrar que “o Brasil é nosso”, plural e escrito a várias mãos. Erguido por ela e pelas filhas, Máxima se orgulha do caminho trilhado por ela e pelas filhas: Mariana, que trabalha numa empresa de propaganda na Alemanha, e Ana Maria, que é advogada tributarista e presidente da OAB jovem em Petrópolis.

Na imagem, Máxima acompanhada das filhas na cerimônia de recebimento do título de Cidadã Petropolitana, em 16 de março de 2004. Foto: Divulgação

“Esses anos todos estive ali como uma forma de resistência. A satisfação que eu tenho é de missão cumprida. De ter deixado um legado que, no futuro, eu gostaria que nossos governantes dedicassem no código de postura um espaço para as baianas de acarajé. Porque eu abri espaço para elas. Se eu não tivesse educação eu não teria conseguido chegar onde eu cheguei”, afirma.

Ainda na luta por uma estrutura dedicada à Baiana Imperial na lateral do Palácio de Cristal, Máxima é referência na venda de acarajé – bolinho de feijão fradinho, cebola e sal frito no azeite de dendê – acompanhado de vatapá, caruru, salada de tomate verde, camarão e pimenta à gosto. Responsável pela produção, ainda, de doces – quindins, cocadas, cuscuz e bolinho de estudante, a baiana ensina e reeduca através dos sabores que produz e histórias que conta. Seu trabalho pode ser seguido na página Baiana Imperial.

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir