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[Personalidades petropolitanas] Conheça a história do homem por trás do anjo que conquistou Petrópolis

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[Personalidades petropolitanas] Conheça a história do homem por trás do anjo que conquistou Petrópolis

Estátua viva há 20 anos, é Felipe Vieira Wotkosky, de 37 anos, o homem por trás do anjo que desperta curiosidade e emoção entre os petropolitanos. Natural de Vitória, no Espírito Santo, foi em meio a uma adversidade que os ventos, quase que a exemplo da figura que representa nas ruas, o guiaram a Petrópolis. A partir de agora, a Sou Petrópolis dá início a uma série de reportagens sobre personalidades da cidade, e quem estreia o quadro é “O anjo”.

Foto: @fuipra_rua e @soupetropolis

A relação de Felipe com Petrópolis era, a princípio, para ter sido passageira. Vítima das enchentes no Espírito Santo, ele conta que “sofreu um bocado” e também perdeu alguns bens, entre eles seu querido fusquinha. Tempos depois, Felipe descobriu que um Fusca do mesmo ano que havia perdido estava à venda em Petrópolis. Ele adquiriu o carro, o enviou para reforma em seu estado de origem e, durante a rápida estadia na cidade, se apaixonou por ela.

Foto: Divulgação

“O carro foi para o Espírito Santo e eu vim para resolver a documentação. Só que nisso fui ficando. Passou uma semana, passaram duas, passou um mês, aluguei uma casa, comprei mobília e trouxe minha esposa”. Morador de Petrópolis desde 2015, Felipe é o primeiro e único artista da família. Filho de um corretor de café e de uma corretora de telefonia aposentados, ele conta que deu início à vida artística com a apresentação de números de mágica na rua.

Foto: Divulgação. Na imagem, Felipe no Festival de Estátuas Vivas de Santos

“Eu fazia mágica de rua, vendia kits de mágica e, um dia, vesti a roupa de um amigo que trabalhava como estátua viva, mas que estava parando. Comprei a roupa dele e acabei seguindo”. Chegando a receber, em 2013, a segunda posição no Festival de Estátuas Vivas de Santos, o segmento se tornou um caminho sem volta. Foi, inclusive, através dele que Felipe conheceu sua esposa, Luciene. Sem poder sair do personagem, teve que apelar para a criatividade.

“Ela trabalhava como babá e eu sempre a via passando, mas não tinha como sair do personagem, então preparei um cartãozinho dizendo que queria conhecê-la, e pedi para a criança que ela cuidava entregar para ela”. Juntos desde então, os dois acolheram e foram acolhidos por Petrópolis. Em 2020, o casal, que aguardava a chegada da primeira filha, Priscila, recebeu centenas de doações de alimentos, roupinhas, fraldas e, sobretudo, carinho do público.

Foto: Divulgação

“Eu não consigo acreditar. É muito amor em tão pouco tempo. O pessoal, realmente, me adotou”. Personagem que, praticamente, já é parte da calçada dos Correios, mais do que curiosidade, Felipe explica que sua presença, muitas vezes, gera comoção. São transeuntes que se emocionam e se fortalecem com as mensagens que propaga ou que, a partir dele, têm a oportunidade de estar em contato com uma manifestação artística.

“É fazer a arte ser acessível porque mesmo sem uma moeda aquela pessoa pode fotografar, apreciar o meu trabalho. Uma vez uma pessoa cega veio sentir o meu trabalho, tocar nas asas. Tive que me segurar para não chorar”, lembra emocionado. Inserido num cenário em que tudo parece transitório, se tem algo que é definitivo são os laços construídos junto ao público: amizades e retornos positivos que superam o peso do figurino e da rotina.

“Costumo dizer que a cada ano que passa a asa aumenta o quilo”, brinca. “Uma vez uma senhora me convidou para vê-la cantar. Ela disse que cantava num coral da cidade e fui prestigiar. Ela ficou muito feliz e disse que, apesar de ter 8 filhos e 16 netos, ninguém nunca tinha ido vê-la cantar. Naquele dia tive que me segurar, e a partir de então toda vez que ela ia cantar ela vinha me avisar”.

Felipe, que antes do começo da pandemia também interpretava um “personagem flutuante” nas ruas da cidade, atua, ainda, como palhaço e mágico para aniversários e festas infantis. Seus serviços podem ser contratados pelo telefone (27) 99914-7772. Capaz de criar uma atmosfera mágica e gerar fascínio quase que sem adereços, “o anjo” já faz parte da identidade de Petrópolis e a cidade parte dele.

Fotos: @fuipra_rua
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