Após mais de 700 hectares de mata queimada, força-tarefa controla incêndios em Petrópolis

Considerado o maior incêndio florestal do ano em Petrópolis, a operação de combate ao fogo na Reserva Biológica (Rebio) do Vale das Videiras, em Araras, finalmente, chegou ao fim. O desastre ambiental, causado por um homem que ateou fogo no próprio carro para dar golpe do seguro, consumiu cerca de 673 hectares – o equivalente a 673 campos de futebol – de mata, desde a madrugada de segunda-feira (27). O responsável pela queimada foi identificado e preso por policiais civis da 106ª DP de Itaipava, em Petrópolis/RJ.

Fotos Divulgação 15ª GBM

Nesta mesma semana outros dois incêndios – um no Cobiçado (Caxambu) e outro no Taquaril (próximo à Pedra do Elefante/ Entrada do Parnaso) – também tiveram que ser controlados. Ao todo, mais de 700 hectares de vegetação foram devastadas com as queimadas de segunda a quarta-feira em Petrópolis.

Foto aérea da Rebio de Araras / Divulgação 15ª GBM

Força-tarefa e dias intensos de trabalho

Foram precisos quase três dias de operação e uma força-tarefa que reuniu mais de 180 agentes, comandados pelo Corpo de Bombeiros de Petrópolis. Fizeram parte da ação: equipes da Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias, Guarda Civil, através do Grupamento de Proteção Ambiental, INEA, ICMBio e IBAMA.

Brigada de Incêndio em Araras / Foto Divulgação 15ª GBM

As aeronaves do Corpo de Bombeiros foram usadas para deixar os homens na área de mata e fazer o lançamento de água em pontos estratégicos da região. Por terra, as viaturas seguiram por trilhas para efetuar o combate.

“Eram cinco anos sem um incêndio dessa proporção na Rebio-Araras. As chamas começaram na beira da estrada, em uma zona de amortecimento, chegando até a área da reserva”, explica a chefe da Reserva de Biológica de Araras, Isabela Bernardes.

Três incêndios florestais em dois dias

Além do desastre ambiental na Rebio de Araras, outros dois incêndios florestais mobilizaram o Corpo de Bombeiros de Petrópolis e agentes de órgãos de proteção ambiental. Primeiro no Cobiçado, localizado no Caxambu, que queimou 47 hectares de mata, mas também já foi controlado. Nesta quarta-feira (29), a equipe da Brigadistas do ICMBio fez o trabalho de rescaldo na área para evitar novos focos de incêndio. A Polícia Civil investiga a causa do incêndio, que, até o momento, tem como principal suspeito um grupo de turistas que visitaram a região.

Depois disso, a equipe do Parnaso foi deslocada para o Taquaril, onde o IBAMA e o Corpo de Bombeiros controlaram o fogo, que devastou 30 hectares de vegetação. Como o foco do incêndio começou na terça-feira (28), na estrada, o Comandante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Gil Kempers, acredita que a causa do desastre tenha sido criminosa.

De acordo com os militares, nos últimos dois meses, foram registrados 120 incêndios florestais em Petrópolis. No ano passado, entre abril e setembro, foram 196 casos. “Segundo nossas estatísticas, 98% das queimadas na cidade são causadas pelo homem, ou seja, são situações que podem e devem ser evitadas”, disse Gil Kempers.

O Comandante do Corpo de Bombeiros explica que a umidade mais baixa e a vegetação mais seca são características facilitadoras dessa época do ano para a ocorrência de incêndios, mas o homem é o grande causador desses desastres ambientais. “Soltar balão, fazer fogueiras na mata, queimar lixo, entre outras atividades é colocar em risco a natureza, a vida e o patrimônio do outro”, finaliza Kempers.

Como denunciar crimes ambientais?

As denúncias de crimes ambientais podem ser feitas através da Linha Verde, pelos telefones 0300 253 1177 e (21) 2253 1177, ou ainda através da Secretaria do Meio Ambiente, pelos telefones (24) 2246-9241 (licenciamento e fiscalização), (24) 2246-9233 (corte de árvore e queimadas), (24) 2246-9234 (núcleo administrativo).

Vale lembrar, ainda, que o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros é o 193.