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[Entrevista] Conheça Rachel Galiza, escritora petropolitana que venceu um câncer de mama

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[Entrevista] Conheça Rachel Galiza, escritora petropolitana que venceu um câncer de mama

Dia Internacional de Combate ao Câncer: Rachel documentou toda a sua trajetória no livro “Tudo vai bem aqui no peito – Como superei um câncer aos 32 anos”, lançado nesta sexta (18)

Durante todo este mês é celebrada a campanha do Outubro Rosa. E especificamente neste sábado, 19 de outubro, comemora-se o Dia Internacional de Combate ao Câncer de Mama. Em Petrópolis, são várias as histórias de mulheres inspiradoras que lutaram e venceram a doença. E, recentemente, uma delas documentou toda essa trajetória em um livro, a escritora e engenheira Rachel Galiza.

Foto: Arquivo Pessoal e Gabriella Maria

Com o intuito de ajudar outras mulheres que estão passando pelo mesmo, a petropolitana lançou nesta sexta (18) o livro “Tudo vai bem aqui no peito – Como superei um câncer aos 32 anos”, com relatos comoventes após seu diagnóstico de câncer de mama, em 2012. Na época, Rachel estava no auge da vida e da carreira profissional, quando fez o autoexame e apalpou o nódulo na mama esquerda.

Em entrevista à Sou Petrópolis, a autora conta como era a sua vida antes, e agora, doze anos após aquele momento desafiador. Confira!

Foto: Gabriella Maria

Primeiro, poderia contar um pouco de como você descobriu o seu câncer? Quando isso aconteceu, como foi a sua reação e como foi o processo até o controle da doença?

R.G: O diagnóstico foi gradativo. Eu tinha o hábito de fazer autoexame das mamas e foi assim que pude sentir um nódulo na mama esquerda, que parecia um carocinho de azeitona. Como conheço meu corpo, sabia que, alguns meses antes, aquilo não estava lá.

Imediatamente fui a uma consulta com minha ginecologista e ela, ao me examinar, disse: “precisamos investigar”. Ali entendi que algo importante estava acontecendo. Procurei manter a calma, até termos uma conclusão, mas as avaliações anunciavam que teria dias difíceis pela frente.

Saí do consultório e fui direto fazer uma biópsia. Quando recebi o resultado, alguns dias depois, o corpo ficou dormente, o coração acelerou. Chorei até não haver mais lágrimas. Chorei por toda a angústia que estava reprimida desde o dia que apalpei o nódulo. Chorei pelo desconhecido que ainda estaria porvir. Mas, apesar de toda a dor, de todo o medo e incertezas, eu precisava seguir, me tratar, me curar.

Um mês após o diagnóstico eu fiz a cirurgia de retirada da mama e depois, o tratamento quimioterápico. Entre 2012 a 2014, além da cirurgia emergencial, fiz mais três cirurgias, de retirada da mama direita (por minha opção) e dois procedimentos de reconstrução. Também tomei inibidores hormonais por 8 anos.

Foto: Arquivo Pessoal e Gabriella Maria

Quais foram os momentos mais difíceis nessa trajetória? Como foi passar por tudo isso?

R.G: Foi muito duro me deparar com a possibilidade de finitude da vida. Tive que “sair de cena” e interromper planos, para lutar pela minha vida e buscar o meu instinto de vida.

Ver o sofrimento dos meus familiares e amigos cortava meu coração. Precisei entender que deveria olhar, naquele momento, exclusivamente para mim, focar na minha cura, o que já era pesado o suficiente.

Além disso, sou engenheira, pragmática, lógica. Foi angustiante entender que a medicina não é matemática e os médicos não conseguiam me dar todas as garantias que gostaria. E a vida é assim, né? Não tem garantias.

Corrida e Caminhada Contra o câncer de Mama – Aterro do Flamengo, RJ. Foto: Arquivo Pessoal

Como o câncer de mama mudou a sua visão sobre a vida?

R.G: Entendi que a falta de controle diante da vida não significa falta de ação. Entendi que isso não significava que estava à deriva, deixando a vida me levar, como diz a música. Acredito que sempre temos uma forma para sermos protagonistas da solução. No meu caso, coloquei minha cabeça para funcionar, me mantive criativa e ativa, colaborando, assim, para minha saúde mental e para me manter positiva.

Além disso, compreendi a importância do autocuidado e da prevenção. Ter uma vida saudável, fazer exames preventivos, conhecer nosso corpo, viver mais leve. Fiz grandes mudanças na minha rotina, como a inclusão de atividades físicas regulares e uma boa alimentação.

Foto: Arquivo Pessoal e Gabriella Maria

De onde veio a ideia de criar um blog sobre essa experiência e, posteriormente, transformar isso em um livro?

R.G: Primeiro, o blog surgiu de uma necessidade de registrar aquilo tudo. Era como se as palavras ebulissem na minha cabeça.

Depois, percebi que as pessoas tinham muita vontade em receber notícias minhas e muitos não sabiam até onde poderiam perguntar, alguns se sentiam pouco a vontade de fazer contato. Então, passei a usar meus textos como forma de dar notícias sobre mim, meu tratamento, minhas cirurgias, mas, também, me mantendo preservada em meio aquele momento tão doloroso e difícil.

Concluído o tratamento, me dei conta do quanto era denso tudo que havia vivido e entendi que aquela experiência precisa ser compartilhada para ajudar outras pessoas. Passei anos pensando no que fazer, idealizei alguns projetos que não foram adiante, mas tinha certeza que um dia eu encontraria um caminho.

Em 2022 conheci o meu marido e pedi que ele conhecesse o blog. Após passar horas lendo os posts, ele falou: Tem um livro aqui. Foi daí que o projeto começou.

Dia do casamento, em maio de 2024. Foto Divulgação

O que você diria para outras pessoas que estejam passando por essa situação e estão desanimadas e sem fé?

R.G: O caminho é dificílimo, mas é preciso lutar. Encontre suas forças, suas potencialidades e as utilize como ferramenta. Seja protagonista da cura e comece por um sorriso, apesar da dor. Se energize nas pequenas conquistas.

O livro

Tudo Vai Bem Aqui no Peito – Como superei um câncer aos 32 anos, chega pela Amazon, na versão impressa e em e-book. A obra é uma jornada repleta de emoção e alto astral, que teve como ponto de partida o blog homônimo que Rachel criou para relatar aos familiares e amigos o seu dia-a-dia, após a notícia que mudou o rumo da sua história. Com 240, o livro pode ser comprado na Amazon clicando aqui por R$58 (impresso) e R$35 (e-book).

Foto: Divulgação

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