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Filhos que cuidam dos pais: petropolitanos compartilham o amor e os desafios de cuidar da mãe há 15 anos

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Filhos que cuidam dos pais: petropolitanos compartilham o amor e os desafios de cuidar da mãe há 15 anos

[Dia do Filho] Conheça a história da família Sinescalchi, que representa a realidade de muitas outras famílias brasileiras, nas quais, por diversos motivos, os filhos passam a cuidar dos pais idosos

Nesta segunda-feira, 23 de setembro, é celebrado o Dia do Filho, uma data dedicada a fortalecer os laços entre pais e filhos. Em muitos momentos da vida, esses laços exigem ainda mais amor e dedicação. É o caso de Dona Yara Sinescalchi, de 90 anos, que desde 2009, após sofrer um AVC, recebe o cuidado diário de seus filhos Gisela Kronemberger, Paulo e Sérgio Sinescalchi, fortalecendo ainda mais os vínculos familiares e demonstrando o poder do amor e da união entre eles.

Foto: arquivo pessoal

Jornada do cuidado

Desde o início desse desafio, o objetivo dos filhos de Dona Yara sempre foi claro: garantir qualidade de vida e o bem-estar para a mãe. Essa jornada envolve medicação, consultas médicas, alimentação e, claro, muito amor.

“Temos cuidado dela desde 2009, quando teve o AVC e ficou bastante debilitada, chegando a usar cadeira de rodas. Contratamos uma cuidadora e um fisioterapeuta. A saúde da nossa mãe exige atenção constante”, conta Gisela, a filha mais velha, de 60 anos.

Dona Yara também contou com a ajuda do falecido marido. Porém, em decorrência de problemas de saúde, não foi possível continuar com os cuidados da esposa.

“A responsabilidade inicialmente dividida com o pai, que, aos 79 anos, sentia o cansaço de também cuidar da minha mãe. Em 2012, ele começou a manifestar sintomas de Alzheimer, o que aumentou ainda mais a nossa responsabilidade”, relembra Paulo, de 59 anos.

Foto: arquivo pessoal

Rotina intensa

A rotina de cuidados com Dona Yara é compartilhada entre os três filhos. Durante a semana, uma cuidadora contratada cuida da idosa, garantindo os cuidados básicos necessários. Mas nos fins de semana, Gisela, Paulo e Sérgio se revezam, garantindo a presença constante da família.

“Temos nossos compromissos pessoais e profissionais durante a semana, então a cuidadora é fundamental para nos ajudar de segunda a sexta-feira. Já aos sábados e domingos, nos organizamos para estar com ela. O revezamento familiar é essencial para manter a saúde e a qualidade de vida da minha mãe, mas ao mesmo tempo permitindo que cada filho tenha momentos com sua própria família”, explica Sérgio, o filho mais novo, de 52 anos.

Foto: arquivo pessoal

Rede de apoio

Sérgio conta que o envolvimento de outros membros da família, como genros, noras e netos, é essencial para formar um núcleo de apoio importante para a mãe.

“Temos um bom entrosamento com a família, o que facilita os cuidados e cria um ambiente mais leve e colaborativo”, conta Sérgio.

“Devido à dificuldade de locomoção, precisamos de alguém junto dela no dia a dia, para os cuidados pessoais. Além da cuidadora, temos um fisioterapeuta para proporcionar maior mobilidade à ela”, completa Gisela.

Foto: arquivo pessoal

Aspectos emocionais e reconhecimento

O amor, a gratidão e o respeito que permeiam essa relação familiar são evidentes nas palavras dos filhos. Para Gisela, cuidar da mãe é um ato de responsabilidade e amor incondicional.

“É nosso dever cuidar dos entes queridos. Ela fez tanto por nós, agora é a nossa vez”, reflete.

Paulo, por sua vez, destaca o envolvimento familiar e o reconhecimento dos profissionais.

“A família do filho ‘escalado’ para o final de semana vem junto para participar de toda a rotina, criando um ambiente de união e acolhimento. O cuidador é extremamente importante. Muitas vezes, pela dedicação, acabam se tornando parte da família”.

Para Sérgio, o apoio familiar é imprescindível. “Sabemos que muitas famílias não têm esse envolvimento, mas, para nós, o suporte familiar é essencial”.

Foto: arquivo pessoal

Lições para a vida

O cuidado diário com a mãe trouxe lições valiosas para os irmãos. “Cuidar de nosso pai, já falecido, e agora de nossa mãe, fez com que nós, irmãos, nos uníssemos ainda mais em prol de um bem comum para a nossa família”, diz Sérgio.

Para Gisela, o principal conselho para quem passa por situação semelhante é ter paciência e desprendimento.

“Dê a eles muito amor, carinho e dedicação. Eles já fizeram tudo isso por nós”.

Foto: arquivo pessoal

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