Especialista reforça cuidados e vacinação contra Covid-19; casos aumentam em Petrópolis durante o inverno
Com o início do inverno, entre junho e agosto, foram 21 novos casos confirmados
Embora muitos acreditem que a covid-19 ficou no passado com o fim da pandemia, o vírus continua presente e segue infectando pessoas em 2024. Em Petrópolis, dados do Painel de Monitoramento da Secretaria de Saúde, atualizados no dia 9 de setembro, indicam que, neste ano, já foram confirmados 1.829 casos, sendo 34,12% homens e 65,88% mulheres.
Entre fevereiro e maio, ocorreram 11 óbitos pela doença e, até o momento, oito internações clínicas foram registradas, sem pacientes em UTI. Com o início do inverno, entre junho e agosto, foram 21 novos casos confirmados.
Foto: Arquivo Sou Petrópolis
O médico infectologista Leonardo Flávio Nunes, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), esclarece a situação atual da covid-19, destacando as medidas preventivas que ainda são necessárias, principalmente com o surgimento de novas variantes.
A transmissão do vírus e novas variantes
De acordo com o especialista, a covid-19 tornou-se uma doença endêmica, semelhante a outras infecções respiratórias, como a gripe. No entanto, em agosto de 2024, houve um aumento nos casos de covid-19, enquanto outras infecções respiratórias diminuíram.
“Os sintomas das novas variantes são idênticos aos da gripe, com tosse, coriza nasal e febre, mas o que tem chamado a atenção são os quadros de dor de garganta, ardência no nariz e cansaço”, explica o médico.
Foto: divulgação
Eficácia da vacinação e reforços
O infectologista afirma que a vacinação atual continua eficaz contra as novas variantes. Em maio de 2024, o Programa Nacional de Imunizações foi atualizado com a inclusão da vacina XXB.
“Recomenda-se uma dose de reforço para os grupos prioritários, com intervalo de três meses após a última dose. Para pacientes imunocomprometidos, gestantes e idosos, são recomendadas duas doses anualmente”, orienta.
Foto: arquivo PMP
Grupos de risco e precauções
Os grupos prioritários, como pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos, gestantes, e trabalhadores da saúde, ainda são os mais vulneráveis a desenvolver formas graves da doença.
“Essas pessoas devem se vacinar e adotar medidas preventivas, como o uso de máscara em locais com grande aglomeração, como pontos de ônibus e comércios”, reforça o médico.
Medidas preventivas adicionais
Além do uso de máscaras e da higienização das mãos, Nunes ressalta a importância de isolar-se em caso de diagnóstico de covid-19.
“As medidas de isolamento continuam essenciais, especialmente para pessoas sintomáticas. E ambientes bem ventilados auxiliam na circulação do ar, mas isso não substitui a higienização das mãos, pois o vírus pode se acumular em superfícies”, alerta.
Recomendações para pessoas com sintomas leves
Para aqueles que apresentam sintomas leves, o infectologista recomenda repouso e afastamento das atividades laborais por pelo menos cinco dias.
“É importante manter a hidratação e uma boa alimentação durante o período de recuperação”, orienta.
Avanços no tratamento
O especialista também fala sobre a disponibilidade do medicamento Nirmatrelvir/ritonavir para casos leves a moderados, com a devida indicação médica.
“A vacinação continua sendo nossa principal aliada na prevenção. Para casos específicos, esse medicamento pode ser utilizado, sempre sob orientação de um profissional de saúde”.
Cuidados ao conviver com idosos ou imunossuprimidos
Para quem convive com idosos ou pessoas imunossuprimidas, o médico recomenda que todos estejam vacinados e sigam protocolos de higiene rigorosos.
“Não visite outras pessoas caso esteja sintomático e, se conviver com pessoas vulneráveis, use máscara e higienize as mãos frequentemente”.
Perspectivas para o futuro
Embora ainda existam muitos estudos em andamento sobre a covid-19, Nunes enfatiza que a vacinação é a melhor forma de prevenir formas graves da doença.
“Sabemos que pessoas não vacinadas têm o dobro de chance de desenvolver complicações crônicas. A vacinação completa é essencial para lidarmos com a covid-19 e outras doenças virais”, conclui o especialista.