Connect with us

Estudantes temem o fim do campus da UERJ, em Petrópolis

Cidade

Estudantes temem o fim do campus da UERJ, em Petrópolis

Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda 038/2024) muda requisitos para bolsas estudantis e ameaça a permanência do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Os estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), campus Petrópolis, estão protestando contra as medidas impostas pelo Ato Executivo de Decisão Administrativa – AEDA 038, decreto que vem gerando grande impacto na vida acadêmica e na permanência dos alunos na universidade.

As mudanças foram anunciadas no período das férias do meio do ano e afetam especialmente os estudantes que dependem de auxílios financeiros para custear os gastos, ameaçando a continuidade de seus estudos.

Foto: reprodução

Motivação

A principal motivação dos alunos para os protestos é que, sem a revogação da AEDA 038, muitos terão que abandonar a universidade por não conseguirem se manter. Eles dizem que as novas diretrizes não só afetam diretamente os cotistas, mas também podem, futuramente, prejudicar uma parcela significativa da comunidade acadêmica.

“Uma das questões mais críticas é a alteração nos critérios de renda para concessão de bolsas e auxílios. O curso de Arquitetura e Urbanismo, que exige altos investimentos em materiais e deslocamentos, é um dos mais impactados. Muitos estudantes moram longe do campus de Petrópolis e precisam arcar com custos elevados para se manter na cidade, o que, com as novas regras, se torna ainda mais difícil”, diz Marcelo da Silva Quintanilha de Brito, membro do Centro Acadêmico e aluno do 2° período do curso de Arquitetura e Urbanismo.

Redução dos auxílios

Outro ponto de preocupação, segundo os alunos, é a redução do auxílio material, que passou de R$ 1200 para R$ 600 anuais.

“O curso demanda uma quantidade significativa de materiais, já que a maioria das avaliações é baseada em trabalhos práticos que exigem insumos caros e de uso constante. Além disso, os estudantes precisam adquirir notebooks, que são considerados essenciais para as atividades acadêmicas, mas cujo custo é alto”, explica Marcelo.

Marcelo conta que a substituição do auxílio alimentação pela tarifa zero nos restaurantes universitários também gerou insatisfação dos estudantes. A medida afeta os estudantes que, por diversos motivos, não conseguem se alimentar no campus, seja pela distância de suas residências ou por incompatibilidade com seus horários de trabalho.

“Muitos dependiam do auxílio alimentação para garantir sua nutrição fora do ambiente universitário”, explica o estudante.

Proposta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Os estudantes dizem que outro auxílio financeiro, de caráter emergencial, foi proposto pela reitoria no valor de R$ 400 mensais até o final do ano. No entanto, os estudantes consideram a quantia insuficiente.

“Comparado ao auxílio anterior, que era de R$ 706 mensais, a diferença é significativa e não atende às necessidades básicas dos alunos. Além disso, há a preocupação de que esse auxílio seja temporário, sem garantia de continuidade”, explica Marcelo.

Risco de fechamento do campus

Os alunos dizem que as medidas propostas pela AEDA 038 representam um risco para o futuro do campus de Petrópolis, que segundo eles, já enfrenta desafios por ser pequeno e distante da sede.

“O campus possui um número considerável de cotistas, que podem ser os próximos a serem prejudicados, desestruturando ainda mais a unidade”, teme Marcelo.

Revogação da AEDA 038

Marcelo conta que até o momento, a reitoria da UERJ tem respondido às demandas dos estudantes com propostas de medidas transitórias, que incluem auxílios temporários até o final do ano. No entanto, essas propostas foram rejeitadas pelos estudantes, que exigem a revogação completa da AEDA 038.

“A reitoria, por sua vez, continua a defender a medida, alegando que é a única solução viável para a situação financeira atual da universidade. As expectativas para futuras negociações são incertas, mas os estudantes permanecem determinados a lutar por seus direitos e pela manutenção de uma educação acessível e de qualidade”, pontua Marcelo da Silva Quintanilha de Brito.

 O que diz a Universidade

A equipe de jornalismo da Sou Petrópolis entrou em contato com a assessoria de imprensa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e aguarda resposta sobre as reivindicações dos alunos.

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir