Jovem petropolitana é medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia
Gaia, de 11 anos, também é medalha de bronze na Competição Internacional Canguru de Matemática
O céu sempre foi uma curiosidade e incentivo para Gaia Ferreira D’Almeida. Tanto que a jovem, de 11 anos, foi medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia. E não é só isso. Com habilidades para matérias de exatas, a estudante conquistou a medalha de bronze na Competição Internacional Canguru de Matemática e passou para a 2° fase da Olimpíada Brasileira de Matemática.
Foto: arquivo pessoal
1° lugar na Olimpíada Brasileira de Astronomia
Atenta à astronomia e às informações do Colégio Apogeu Petrópolis, onde estuda, foi por meio de um aviso no mural que Gaia ficou sabendo da inscrição para a Olimpíada Brasileira de Astronomia. A prova, para a estudante que busca as informações nos livros e internet, foi tranquilo.
Fotos: arquivo pessoal
“Não sabia se estudantes da minha idade podiam participar. Perguntei ao professor e ele disse que quem quisesse era para avisar. Alguns amigos disseram que a prova estava difícil, mas achei fácil. Sempre gostei de astronomia. Olhava para o céu e pensava: é muito gigante, tem muito a se descobrir. Então pesquisava algumas coisas em livros, ficava observando e sempre procurava saber mais”.
O resultado, no final do ano passado, que tinha gabaritado a prova foi surpreendente, já que os conteúdos abordados na olimpíada, segundo Gaia, poucos foram explorados na sala de aula.
Fotos: arquivo pessoal
“Algumas coisas que caíram na prova aprendi sozinha, pesquisando. Questões como rotação e translação foram assuntos das aulas. Quando vi o resultado, percebi que eu sabia mais do que achava. Fiquei muito feliz com a medalha de ouro. Eu consegui fazer, consegui alcançar o objetivo que queria”, comemora a jovem.
Medalha de bronze na Competição Internacional Canguru de Matemática
A prova surpresa da Competição Internacional Canguru de Matemática rendeu a Gaia o 3° lugar. Focada e dedicada, ela se diz desafiada pelos números, sendo classificada, também, para a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática.
“A prova da Competição Internacional Canguru de Matemática ‘foi do nada’. A professora falou que íamos fazer, mas que não valeria pontos. Poucos alunos tiveram interesse. Eu gostei. Demorei um tempo para fazer porque era de lógica. Fiquei em terceiro lugar. Essa foi bem mais dificil do que a Olimpíada Brasileira de Matemática, que passei para a segunda fase, mas o resultado ainda não saiu. Sempre que tiver esses exames eu vou fazer”.
Apoio da família
Sendo a única interessada por astronomia, o incentivo da família para a jovem é primordial para o acesso à área.
“Ganhei livros e telescópio da minha mãe para observar o céu. Ganhei um curso da minha madrinha. Na ciência a maioria é homem que se destaca. Difícil ver uma menina engenheira. As mulheres ocupam áreas que não são de exatas e pesquisas. As meninas não são encorajadas para seguir a carreira e nisso minha família me apoia muito”, diz Gaia.
Futuro
Gaia diz que pretende seguir estudando astronomia, já que é uma área que para ela ainda há muito a ser desvendado sobre o universo. E para as meninas que desejam seguir a carreira, ela deixa um recado.
“Gosto da área de exatas, sou muito da lógica. Penso em fazer outras provas. Gosto de ser desafiada nos meus conhecimentos. Para provar para mim mesma que consigo. Vejo que ainda temos que aprender muito sobre o céu. Têm muitas descobertas que me provocam. Para as meninas que pretendem seguir a carreira, digo que precisamos de incentivos e sermos encorajadas, porque temos potencial, mas não temos estímulos”, finaliza.