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Do tropeço ao triunfo: bailarina de Petrópolis cai no palco e vídeo viraliza na internet

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Do tropeço ao triunfo: bailarina de Petrópolis cai no palco e vídeo viraliza na internet

O tombo de Pietra Danelon durante o musical O Rei Leão virou sucesso nas redes, com milhões de visualizações e compartilhamento da atriz Bruna Marquezine

Imagine se preparar durante meses para uma apresentação e, na hora de entrar no palco, cair. Foi o que aconteceu com a bailarina petropolitana Pietra Danelon, que interpretava a girafa na abertura do musical O Rei Leão, apresentado no último sábado (29) no Teatro Imperial, pelos alunos do Studio de Dança Renata Abreu.

Fotos: Arquivo Pessoal

O momento, tão inesperado quanto doloroso, ganhou outra dimensão quando Pietra decidiu publicar o vídeo na internet que, em poucas horas, alcançou milhões de visualizações e até o compartilhamento de grandes celebridades, como a Bruna Marquezine.

O vídeo que rodou o Brasil e o mundo

No registro, Pietra aparece entrando em cena sobre pernas de pau, interpretando a girafa que abre o espetáculo com os outros animais ao som de “Um Ciclo Sem Fim”. Segundos depois, a petropolitana perde o equilíbrio e cai de joelhos no palco. A plateia se assusta, os colegas ficam sem saber o que fazer e as cortinas fecham.

Confira o registro:

O que poderia ter sido apenas um momento triste, virou história, daquelas que a internet abraça e ri junto. “Postei despretensiosamente e, quando estava com 200 visualizações eu já achei o máximo. O dia foi passando e, quando vi, já estava com milhões de visualizações”, conta.

Só no TikTok, o vídeo ultrapassou 4 milhões de views, enquanto no Instagram soma mais de 13 milhões em uma página e 2 milhões em outra. Influenciadores e artistas começaram a repostar, e foi quando ela viu que sua queda tinha ido ainda mais longe do que imaginava.

“A Bruna Marquezine republicou o meu vídeo. Uma das minhas maiores inspirações me viu caindo. Isso foi incrível”, brinca.

Fotos: Arquivo Pessoal

Do palco infantil ao sonho dos musicais

A relação de Pietra com a arte começou na infância e ela sempre soube que queria seguir esse caminho. Seu primeiro contato foi no ballet e sapateado, ao lado da irmã, no próprio Studio de Dança Renata Abreu. “Mas tivemos que sair por questões financeiras”, lembra.

A arte, porém, insistiu. Ela entrou em aulas de teatro e, aos 9 anos, fez sua primeira grande apresentação: a Paixão de Cristo. Dali em diante, não parou mais. Passou a ter aulas gratuitas de dança no Centro de Ensino Professor Darcy Ribeiro, enquanto continuava atuando.

Fotos: Arquivo Pessoal

Pouco depois, Pietra apresentou sua primeira peça escrita, A Melhor Mãe do Mundo, e fez sua primeira apresentação de dança. Mesmo assim, guardava uma sensação amarga: o medo de não conseguir avançar na arte por falta de recursos. “Me fechei muito para a dança por não ter tido condições quando mais nova”.

O reencontro definitivo com o universo da dança veio em 2021, quando voltou a praticar a dança na Renata Abreu. “Foi a realização de um sonho poder estar no palco dançando ballet, street dance e contemporâneo. Ali eu finalmente me encontrei, no palco, com as minhas amigas, e vendo que é o que eu realmente queria fazer para a vida. O estúdio virou a minha segunda família”, conta.

Lá, participou de grandes projetos, como “Na Batida da Dança”, o especial de 20 anos, e a adaptação de “Alice no País das Maravilhas”, além de competições no Rio, onde conquistaram o 1° lugar, Juiz de Fora e Campos do Jordão.

Fotos: Arquivo Pessoal

Outro marco foi ter reproduzido a coreografia “Amigas de Clara”, do Quebra-Nozes, o primeiro ballet que Pietra assistiu na vida, com a vó e a irmã, no Teatro Dom Pedro. “Acho que daí veio meu interesse pela arte”.

No início de 2024, porém, ela teve que sair novamente do estúdio. Mas, no fim daquele mesmo ano, voltou para ajudar na montagem do estpetáculo “Moana”. “Foi dolorido ver todo mundo lá e eu não. Até brinco que meu coração não sabe diferenciar a dor de um ataque cardíaco para dor que eu senti naquele dia. Ali eu decidi que acontecesse o que acontecesse, eu não ia mais sair da dança”, pontua.

E não saiu. Pietra ganhou uma bolsa de 100% nas aulas de jazz, voltou aos palcos e já fez várias apresentações. “Amo musicais, porque posso atuar como um personagem e dançar. O melhor dos dois mundos”.

Fotos: Arquivo Pessoal

A queda que virou lição

O musical O Rei Leão foi o maior projeto da carreira dela até agora. Além de interpretar o Pumba, seu personagem favorito do filme, Pietra também seria a icônica girafa da abertura, inspirada na versão da Broadway.

Uma amiga faria o papel, mas, como Pietra sabia andar de pernas de pau, ela se ofereceu. Treinou. Funcionou. Tudo estava perfeito, até que chegou o figurino. Na prova de roupa, ela percebeu que a fantasia puxava para trás.

Os figurinistas ajustaram, mas não houve tempo de testar novamente e, no dia da apresentação, ela percebeu que o defeito ainda continuava. Colegas e professores aconselharam ela a não entrar no palco e fizeram o que dava para ser feito, mas ela escolheu entrar confiando que daria tudo certo.

Fotos: Arquivo Pessoal

“Mas aconteceu o que todo mundo viu. Eu cai. Meu joelho bateu forte e a dor veio junto com a vontade de chorar. Só pensei: acho que vou ficar por aqui mesmo. Não tem o que fazer, o show vai continuar sem mim e uma hora vão me tirar daqui. Estava super envergonhada, pois não queria atrapalhar meus colegas e decepcionar os professores”, lembra.

Quando ouviu as cortinas fechando, ela desabou. Professores, bombeiros e colegas vieram ajudar. Ela decidiu que não voltaria ao palco. Mas os professores Márcio, Junior e a própria Renata insistiram: ela merecia fazer o papel que tanto havia sonhado.

Pietra respirou fundo, levantou e voltou. Interpretou Pumba. Foi muito aplaudida, elogiada e viveu um dos momentos mais marcantes da sua trajetória. “Aprendi que, se a gente cai, tem que levantar. O show tem que continuar. Está tudo bem cair. O importante é se reerguer”.

Fotos: Arquivo Pessoal

Um futuro sem medos

Hoje, o vídeo circula em páginas de humor, perfis de dança e até no feed de famosos. E, em vez de vergonha, Pietra decidiu rir junto. “Agora é muito engraçado. Virou uma história boa pra contar”.

No fim, ela faz questão de agradecer à família, especialmente à irmã mais velha, Carol, que nunca deixou que ela desistisse da arte.

O tropeço virou triunfo. E a girafa que caiu é a mesma artista que agora inspira milhares de pessoas com a mensagem mais simples, e mais verdadeira, possível: todo artista já caiu, mas só segue quem levanta.

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