Petropolitanos participam de grandes eventos climáticos no Rio de Janeiro
Instituto Todos Juntos Ninguém Sozinho e outras organizações construíram uma Declaração da Juventude com recomendações que serão levadas à COP30
Entre 23 e 31 de agosto, a cidade do Rio de Janeiro foi palco de dois importantes eventos climáticos do país, a Rio Climate Action Week (RCAW) e a Local Conference of Youth (LCOY), que colocaram a juventude no centro do debate sobre as mudanças climáticas. E Petrópolis foi bem representada pelo TJNS (Instituto Todos Ninguém Sozinho), que discutiu os impactos enfrentados pelas populações periféricas e vulnerabilizadas diante da crise climática.
Foto: Arquivo Pessoal
Fundado em 2020 durante a pandemia, o projeto começou distribuindo alimentos e itens de higiene para famílias em situação de vulnerabilidade em Petrópolis. Hoje, a organização ampliou suas frentes de atuação, consolidando-se como uma referência regional em letramento racial, ambiental e climático.
“Nossa missão é colaborar diretamente com a sociedade civil na promoção de educação, mobilização social e incidência política para o enfrentamento das injustiças climáticas e ambientais, com atenção especial às populações historicamente mais atingidas, como mulheres, pessoas negras, jovens e comunidades periféricas”, comenta Ariel Pontes, vice-diretora do TJNS.
Para isso, o Instituto realiza atividades diversas, como debates, palestras, cursos, oficinas e webinários em parceria com outras instituições. Além de trabalhar no combate ao racismo ambiental, o TJNS desenvolve advocacy para influenciar políticas públicas e campanhas voltadas à justiça racial, aos direitos humanos e à adaptação climática e levou tudo isso aos eventos.
Foto: Arquivo Pessoal
Exibição de documentários
No dia 29 de agosto, o TJNS, em parceria com a Organização COJOVEM de Belém do Pará, organizou o Cineclube Amazônia e Serra em Movimento: Juventudes e Comunidades frente aos impactos climáticos, com destaque para a exibição dos documentários “Vozes do Caxambu” e “Depois da Chuva – Morro da Oficina”.
Ambos foram resultados do projeto “Olhares da Resistência: Justiça Racial e Ambiental” do TJNS, que capacitou moradores das comunidades do Caxambu e 24 de Maio, em Petrópolis, para registrar suas vivências e resistências em relação aos impactos ambientais em seus territórios.
A programação incluiu ainda uma roda de conversa sobre racismo ambiental, justiça climática e os impactos das mudanças climáticas na saúde mental de comunidades. A reflexão despertou debates profundos e fomentou a construção coletiva de soluções que valorizam as vozes comunitárias.
Fotos: Arquivo Pessoal
Declaração para a COP30
Já nos dias 30 e 31 de agosto, o TJNS também esteve presente como um dos organizadores da LCOY, que reuniu jovens de todo o estado para territorializar a agenda climática e conectar os desafios globais ao contexto local.
Por meio de debates e atividades práticas, como oficinas e rodas de conversa, os participantes construíram uma Declaração da Juventude com recomendações que serão levadas à COP30.
Entre as organizações que também participaram estão a Perifa_lab, O Clima de Mudança, Canal Novo Mundo, Conjuclima, Instituto Sustentação, Engajamundo, Coletivo Criação e outras iniciativas nacionais e locais que vêm liderando ações relacionadas à participação social e justiça climática.
“Essas parcerias fortaleceram as discussões, promovendo o compartilhamento de experiências e o desenvolvimento de estratégias conjuntas para o enfrentamento das mudanças climáticas. Esses eventos reforçam como os impactos das mudanças climáticas não são sentidos de forma igual em todo o planeta, afetando desproporcionalmente as populações periféricas e comunidades já vulnerabilizadas”, pontua Ariel.
Foto: Arquivo Pessoal
Fortalecimento da juventude petropolitana
Segundo ela, os integrantes do TJNS colocarão o aprendizado em prática em Petrópolis fortalecendo o protagonismo juvenil e estimulando iniciativas como o registro audiovisual de histórias comunitárias e a mobilização local para a construção de políticas públicas voltadas ao clima.
“A ideia é replicar os modelos de diálogo e mobilização vivenciados tanto na RCAW quanto na LCOY, promovendo atividades que estimulem a conscientização ambiental e a criação de soluções coletivas, como mutirões e ações educativas nas comunidades”, acrescenta.
Além disso, os projetos desenvolvidos em Petrópolis buscarão ampliar a visibilidade da realidade das periferias locais, utilizando ferramentas como a fotografia, o vídeo e as redes sociais para ecoar as vozes do território e sensibilizar a sociedade civil sobre os desafios climáticos enfrentados pela região.
“O objetivo é criar uma rede local de mobilização alinhada aos desafios globais, mas adaptada à realidade das comunidades locais, garantindo que as soluções construídas sejam inclusivas e representativas. A primeira participação na LCOY Rio de Janeiro e da Semana do Clima foi um marco importante para o TJNS e as comunidades de Petrópolis, demonstrando que a voz das periferias tem muito a contribuir para a construção de um futuro mais justo e sustentável”, finaliza.
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