Belvedere do Grinfo: de ponto turístico mais charmoso ao mirante esquecido da Serra de Petrópolis

Na descida da serra de Petrópolis, no km 89 da BR-040, repousa uma construção que já foi sinônimo de glamour e parada obrigatória para quem descia a serra: o Belvedere do Grinfo. Hoje em ruínas, o local guarda memórias de um tempo em que era um dos pontos turísticos mais charmosos da rodovia.

Foto: Reprodução/Saudades do Rio

O projeto

Erguido no fim da década de 1950 e inaugurado nos anos 1960, o Belvedere nasceu para abrigar o Restaurante Disco. O autor do projeto é desconhecido pelos arquivos históricos. Na época, a rodovia funcionava em mão dupla, o que favorecia o fluxo de viajantes e tornava o espaço um ponto de encontro para famílias, casais e turistas. Com vista privilegiada para a Reserva Biológica de Tinguá, o lugar se destacava pela arquitetura ousada e pelo cenário deslumbrante, especialmente nos fins de tarde, quando o pôr do sol pintava o horizonte.

Foto: reprodução facebook Rio – Casas & Prédios Antigos

Inspiração para Niemeyer

O charme do Belvedere atravessou fronteiras criativas. Conta-se que Oscar Niemeyer se inspirou em sua forma para projetar o icônico Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói. Uma herança arquitetônica silenciosa que reforça a importância histórica do espaço.

O auge e o declínio

Nos anos 1960 e 70, o Restaurante Disco viveu seus dias de glória, recebendo um público animado que fazia questão de apreciar a vista e a boa gastronomia. No entanto, a duplicação da BR-040 mudou o destino do mirante. Com a construção da pista de subida, em mão única, o acesso ficou limitado apenas a quem descia a serra. Para voltar a Petrópolis, era preciso seguir até Xerém, o que afastou boa parte dos visitantes. O movimento caiu, o restaurante fechou e o prédio nunca mais voltou a abrigar atividades.

Foto: reprodução facebook Fábrica Nacional de Motores Histórica 

Abandono e resistência

Desde então, o Belvedere do Grinfo foi consumido pelo tempo e pelo descaso. Tornou-se um ponto de visitação informal e, a partir de 2013, chegou a servir como canteiro de obras. Hoje, abandonado, ainda recebe visitantes esporádicos que se encantam com a paisagem intacta, embora a construção esteja em ruínas.

Foto: Eduardo Naddar/2012

Um patrimônio esquecido

Mesmo em estado de abandono, o Belvedere segue sendo um dos locais mais bonitos da serra. Sua vista não perde em nada para o pôr do sol, que é considerado um espetáculo à parte. Para muitos que viveram sua época de ouro, é difícil aceitar que um lugar tão singular permaneça esquecido. O Belvedere do Grinfo é memória, é história e é símbolo de uma época em que a estrada era também um convite para contemplar a paisagem. Mais do que concreto e vidro, ele guarda lembranças de quem sabia valorizar suas paradas obrigatórias.

Foto: reprodução

Fonte de pesquisa: Mobilização em prol da abertura do Belvedere

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