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Avenida Ipiranga: confira fatos e curiosidades de uma das vias mais famosas de Petrópolis

História

Avenida Ipiranga: confira fatos e curiosidades de uma das vias mais famosas de Petrópolis

A via já foi cenário de acontecimentos históricos, tragédias e transformações urbanas

Com início na Praça Princesa Isabel e término na junção das ruas Alberto Torres e Ronseca Ramos, a Avenida Ipiranga é uma das mais emblemáticas de Petrópolis. Ao longo dos séculos, foi cenário de acontecimentos históricos, tragédias, transformações urbanas e símbolos da fé e da arquitetura. Conheça, a seguir, alguns dos principais fatos e curiosidades dessa via cheia de memórias.

Fotos: arquivo restaurante Locanda – reprodução

Mudanças de nome ao longo do tempo

Durante o Império, chamava-se Rua do Príncipe de Joinville. Em 1889, após a Proclamação da República, passou a se chamar Rua Ypiranga, em homenagem ao grito de Independência de 1822. Com o suicídio de Getúlio Vargas, em 25 de agosto de 1954, a rua foi rebatizada como Rua Getúlio Vargas, por meio do Ato nº 2175. A mudança, porém, não agradou aos moradores. Em 1971, por meio do Decreto-Lei nº 3.326, o nome Ipiranga foi restaurado, já com “I”.

Quando era conhecida como Rua dos Boiadeiros

No período colonial, a via era usada para a passagem de boiadas, cujas carnes abasteciam a colônia. Algumas reses eram abatidas ao longo da própria rua, enquanto outras seguiam para o matadouro da Praça Dom Affonso. Por isso, durante os primeiros anos da colônia, a rua ficou conhecida popularmente como Rua dos Boiadeiros.

Colégio para meninas e o surto de febre amarela

Em 1850, foi fundado na rua um colégio feminino, dirigido pelo Sr. Diemer. Funcionava próximo ao local onde hoje está a Catedral de São Pedro de Alcântara. O colégio encerrou suas atividades após a morte de Diemer, em 1858, vítima de febre amarela.

Olaria e o famoso “Buraco do Cunha”

Próximo ao início da antiga Gruta da Saudade (hoje Estrada da Saudade), havia uma olaria (onde fabricavam peças de cerâmica), em frente a uma grande depressão conhecida como Buraco do Cunha. A depressão era propriedade de Antônio Alves da Cunha, comerciante português da Rua do Imperador. O local sofria com as constantes cheias do Rio Almeida Torres, levando a Câmara a notificar moradores, em 1875, para manter o córrego limpo.

 Igreja Evangélica Luterana: fé e resistência

Conhecida como Igreja dos Alemães, teve sua pedra fundamental lançada em 1862. Inaugurada em 1863, não possuía torre devido às restrições impostas pela Constituição Imperial aos templos não católicos. A torre foi concluída em 1903, mas os sinos (três) já estavam instalados desde 1892. Um sino adicional, localizado no morro atrás da igreja, anunciava cultos e falecimentos na comunidade. A casa paroquial e a Escola Alemã foram construídas em 1875; esta última funcionou até 1986.

Foto: reprodução instagram Igreja Luterana em Petrópolis

A construção da Catedral de Petrópolis

A nova matriz da cidade teve sua pedra fundamental lançada em 1876 e novamente em 1884. Com a Proclamação da República, as obras foram interrompidas e só foram retomadas em 1914. A igreja foi aberta ao público em 1925, sem a torre, que só ficou pronta em 1969.

Foto: arquivo IBram

Ligação com o Quissamã e crescimento urbano

No fim do século XIX, a rua ganhou ligação com o Quarteirão Princesa Imperial (Quissamã). O Buraco do Cunha começou a ser aterrado com entulho das obras do centro. Na década de 1940, surgiu ali um conjunto residencial em estilo normando, ainda existente.

Rui Barbosa e a Casa dos Sete Erros

O jurista Rui Barbosa residiu na rua desde 1913 e faleceu ali, na casa de número 405, em 1º de novembro de 1923.  Também está localizada na rua a Casa de Petrópolis, popularmente chamada de Casa dos Sete Erros, por não ter simetria entre suas fachadas. A residência chegou a ser considerada mal-assombrada por antigos moradores.

Veja também: 7 fatos e curiosidades sobre a Casa de Petrópolis

Foto: Divulgação

Tragédia no lago e grave acidente em 1955

Em 17 de janeiro de 1927, o jovem Alberto Monteiro da Luz, de 20 anos, morreu afogado no lago da casa de seus pais, no número 509. O episódio causou grande comoção entre os petropolitanos. Em 1º de fevereiro de 1955, dois ônibus da Fiel Transportadora colidiram em frente ao Templo Luterano. O acidente deixou 58 feridos, sendo 15 em estado grave — entre eles, cinco mulheres e dez homens.

Pavimentação e construções

A Rua Ipiranga só foi calçada após a abertura da ligação com o Quissamã. Foi asfaltada em 1954, acompanhando a modernização da cidade. A maioria dos imóveis ainda hoje são construções das primeiras décadas do século 20 ou posteriores.

Informações e pesquisa Instituto Histórico de Petrópolis 

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