Conheça Alaíde Guedes, contadora de histórias há mais de 20 anos em Petrópolis
[Dia do Contador de Histórias]: Bibliotecária e professora atua em escolas, livrarias e feiras literárias e comenta a importância de incentivar as crianças a lerem
Nesta quinta-feira, dia 20 de março, é celebrado o Dia do Contador de Histórias. E em Petrópolis, uma profissional que vem apresentando o maravilhoso mundo da leitura para as crianças é Alaíde Guedes, de 60 anos, que há mais de 20 deles se dedica à contação de histórias.
Fotos: @thaynadelgado
Uma criança fascinada pelos livros
Como acontece com grande parte dos leitores, o primeiro contato de Alaíde com a leitura foi na infância, quando seu pai, ao voltar das viagens que fazia, contava para ela histórias inventadas, misturadas com os livros que ele havia lido.
“Mais tarde, nas séries iniciais, tornei-me uma frequentadora assídua das bibliotecas escolares, devorando os livros de Monteiro Lobato e mergulhando no fantástico mundo do Sítio do Picapau Amarelo”, relata.
A magia de contar histórias
Anos depois, quando se mudou para Petrópolis, começou a trabalhar como monitora no Museu Imperial, recebendo escolas e apresentando o palácio e a história da família imperial.
“Pouco depois, fui convidada a atuar na brinquedoteca do museu, onde descobri, nos livros espalhados pelas estantes, a magia de contar histórias para as crianças. Elas se aconchegavam nas almofadas e diziam as palavras mágicas: ‘conta de novo?’. O brilho em seus olhares e os pedidos de ‘só mais uma!’ me conquistaram”, declara.
Assim, Alaíde foi percebendo que precisava investir nesse caminho. A profissional buscou por cursos, oficinas e fez até uma pós-graduação em Literatura Infantil e Juvenil.
Foto: Arquivo Pessoal
Hora do Conto com sessões gratuitas
No início dos anos 2000, foi convidada por uma livraria para realizar contações de histórias e, logo depois, estabeleceu uma parceria com a Livraria Nobel, onde conduz sessões quinzenais aos sábados, sempre acompanhadas de oficinas.
O projeto “Hora do Conto”, que já existe há 20 anos, é gratuito e voltado para crianças de 3 a 10 anos, com temáticas e histórias adequadas a cada faixa etária. As sessões acontecem a partir das 11h.
Foto: Arquivo Pessoal
Atuações na literatura
Além do trabalho na Livraria, Alaíde também já atuou em feiras de literatura, festivais de inverno e em diversas escolas de Petrópolis, inclusive como professora. Atualmente, é bibliotecária e atende alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, promovendo a leitura e incentivando o encantamento pelos livros em todas as idades.
Homenagem
No início deste ano, Alaíde foi uma das homenageadas pelo projeto “Arte para adiar o fim do mundo”, que consiste em uma série audiovisual, disponível no YouTube, com audições de artistas petropolitanos.
“Quando fui convidada fiquei profundamente emocionada. Foi um momento de consciência sobre o quanto o mundo precisa da arte e, especialmente, da arte de ouvir, imaginar e viajar pelo universo das histórias. Sinto que, com a correria do dia a dia, muitas pessoas perderam um pouco dessa magia, mas, quando se permitem, os olhos voltam a brilhar, como os das crianças que ainda escutam histórias com encantamento”, elucida.
Saiba mais: Projeto audiovisual realiza ‘audições culturais’ para divulgar artistas petropolitanos
Foto: Arquivo Pessoal
Importância dos contadores de história
Para ela, sua profissão desempenha um papel essencial na preservação da cultura, no estímulo à imaginação e na formação de leitores. Alaíde ainda ressalta que a atuação de escritores infantis brasileiros e petropolitanos ajudam a manter vivas essa tradição.
“A contação de histórias fortalece a oralidade e promove a criatividade. Além disso, ajudamos no desenvolvimento da empatia, criando conexões emocionais e sociais. Ao transformar palavras em encantamento, aproximamos as pessoas e resgatamos a magia de ouvir e contar histórias, incentivando o prazer pela leitura e o aprendizado de forma lúdica e envolvente”, finaliza.
Foto: Arquivo Pessoal
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