Número de universitários com mais de 40 anos aumenta no Brasil; petropolitanos seguem a tendência
[Dia do Estudante] Amauri Júnior, de 50 anos, é um dos alunos mais velhos do curso de Turismo no Cefet Petrópolis e conta suas experiências em sala de aula
Neste domingo, 17 de novembro, é celebrado o Dia Internacional do Estudante. Quando se fala dessa data, o mais comum é pensar nas crianças, adolescentes ou jovens universitários. Mas este cenário vem mudando no Brasil e, consequentemente, em Petrópolis.
Foto: Divulgação
De acordo com o último Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC), quase 600 mil pessoas acima dos 40 anos se matricularam nas universidades do país em 2021. O número representa um aumento de 171,1% nos últimos dez anos. Nesta estatística, está o petropolitano Amauri Junior.
Com 50 anos de idade, ele é graduando do curso de Turismo no Cefet Petrópolis e não é o único 40+ na sala. “A minha turma é bem mesclada, sendo a maioria jovens que saíram do ensino médio. Porém, tem pessoas mais velhas e também já graduadas. Hoje, após quase dois anos de curso, posso dizer que é um grupo bem coeso”, comenta.
Diferença entre as gerações
É de se imaginar que, com pessoas de idades tão distintas, algum conflito de gerações possa acontecer, mas este não é o caso. “A nossa convivência é bem interessante. Uma troca constante formas de pensar e de experiências de vida. Em grande parte das matérias é possível fazer algum tipo de associação à experiências vividas, coisa que para os mais novos não ocorre, pois ainda não passaram por situações semelhantes a que nós já vivemos”, explica.
Outra peculiaridade entre os jovens e os mais velhos é a forma pela qual eles estudam. “Meu estilo é mais old school, daquele que usa caderno, faz anotações. Mas hoje, vejo que isso foi substituído pelo celular e sua câmera. As anotações são fotos e tudo se resolve por ali”, relata.
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Terceira graduação
Amauri já é formado em Ciências Econômicas desde 1996 e em Ciências Contábeis desde 2003, ambas pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Recentemente, optou por ingressar no turismo por conta da disponibilidade do trabalho remoto e o oferecimento de vagas gratuitas e reservadas pra já graduados.
“Sempre cogitei um retorno a sala de aula. Porém, nunca havia definido o que queria fazer. E turismo, apesar de estar entre uma das possibilidades, não era a primeira. Como sempre viajei bastante e surgiu a oportunidade, cheguei a conclusão que seria uma opção válida. Gosto de conhecer novos lugares, culturas e histórias. O curso me proporciona um entendimento do porquê da coisas, bem como proporciona um crescimento fantástico no conhecimento cultural”, declara.
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Nunca é tarde para aprender
Para Amauri, nunca é tarde demais para aprender e realizar sonhos. “Aprender é sempre bom e não ocupa espaço. Seja por um sonho ou apenas para se manter ativo. Não existe idade para adquirir conhecimento e cultura”.
Para os mais velhos, a dica que ele dá é entender as diferenças e estar disposto a também aprender com os mais novos. “É uma grande troca. Os mais velhos passam experiências e os mais novos fornecem uma visão constante das tendências e das novidades”, finaliza.