Petrópolis tem redução de internações por câncer de mama; especialista explica sobre como se prevenir
Mulheres com idades entre 50 e 54 anos são representam a principal faixa etária de internações. Confira a entrevista com a oncologista Carla Ismael, do CTO, para saber como se prevenir através do diagnóstico precoce
Neste Outubro Rosa, Petrópolis tem uma vitória em relação ao câncer de mama, mas a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo a melhor opção para as mulheres. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), com base no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), de janeiro a agosto deste ano, foram registradas 110 internações por câncer de mama em Petrópolis. O número representa uma queda em relação ao mesmo período de 2023, quando houveram 140 internações.
Fotos Divulgação CTO
Dados
A média de faixa etária das pacientes em ambos os anos de internação foi de 50 a 54 anos, destacando a importância do acompanhamento médico nessa fase da vida. Já em relação aos óbitos, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, registrou 33 mortes por câncer de mama de janeiro a agosto deste ano, frente a 35 no mesmo período de 2023. Embora tenha ocorrido uma leve redução, os números reforçam a necessidade de ações de conscientização e prevenção.
Campanhas
Em Petrópolis, a campanha Outubro Rosa busca ampliar o acesso à informação, incentivando as mulheres a realizarem exames de mamografia e manterem consultas regulares. A mobilização inclui palestras, mutirões de exames e iniciativas de apoio às mulheres em tratamento, com o objetivo de reduzir ainda mais os índices de mortalidade e internações por meio do diagnóstico precoce.
Por isso a Sou Petrópolis, conversou com a médica oncologista, Carla Ismael, do Centro de Terapia Oncológica (CTO), para tirar algumas dúvidas sobre a prevenção do câncer de mama. Leia a entrevista!
Foto: divulgação
Sou Petrópolis: Quais são os principais sinais e sintomas que podem indicar um câncer de mama?
Carla Ismael: Os principais sinais incluem a presença de nódulo palpável, alteração na textura da pele (aspecto de casca de laranja), secreção ou sangramento nos mamilos e alterações no formato ou tamanho das mamas.
SP: É possível detectar um nódulo na mama apenas com o autoexame? O que as mulheres devem observar durante essa prática?
CI: Sim, o autoexame pode ajudar na detecção de nódulos. Durante a prática, é importante observar qualquer alteração no tamanho, forma ou textura das mamas, além de identificar inchaços, secreções ou mudanças na pele. Porém, ressaltamos a importância de realizar a mamografia e exames de imagem que podem identificar o nódulo antes de ser palpável no autoexame.
SP: Além de nódulos, existem outros sintomas que merecem atenção, como mudanças na pele ou secreções nos mamilos?
CI: Sim, além de nódulos, alterações como retrações na pele, vermelhidão ou inchaço, assim como secreções incomuns nos mamilos, são sinais que devem ser avaliados por um especialista.
SP: Qual a importância do autoexame e em que frequência ele deve ser realizado?
CI: O autoexame é importante para que a mulher conheça seu corpo e identifique mudanças. Ele pode ser realizado mensalmente, preferencialmente após o período menstrual, mas como disse anteriormente deve ser complementado com exames clínicos e de imagem. Por isso, a importância de fazer o acompanhamento com o especialista.
SP: Quais são os sinais que indicam a necessidade de procurar um médico imediatamente?
CI: A presença de nódulos fixos e indolores, secreções espontâneas pelo mamilo, retrações na pele ou mudança no formato das mamas são sinais que requerem avaliação médica.
SP: Há como diferenciar um nódulo benigno de um potencialmente maligno ao toque?
CI: Embora algumas características, como a mobilidade e a textura do nódulo, possam sugerir benignidade, apenas exames clínicos e de imagem podem confirmar o diagnóstico. A consulta com o especialista é fundamental.
SP: Que tipo de exame de imagem é indicado para a detecção precoce do câncer de mama? Há diferenças na eficácia de mamografias e ultrassons?
CI: A mamografia é o exame mais indicado para detecção precoce, especialmente em mulheres acima dos 40 anos. O ultrassom é utilizado como exame complementar, especialmente em casos de mamas densas.
SP: Mulheres mais jovens também devem se preocupar com sinais de câncer de mama? Quais são as orientações para esse público?
CI: Sim, embora menos comum, o câncer de mama pode ocorrer em mulheres jovens. Nesse público, o acompanhamento médico é importante, especialmente para aquelas com histórico familiar da doença.
SP: Fatores genéticos e histórico familiar influenciam nos sinais iniciais do câncer de mama? Como isso pode ser monitorado?
CI: Sim, fatores genéticos e histórico familiar aumentam o risco. Mulheres com esses fatores devem iniciar acompanhamento com um especialista mais cedo e podem ser indicadas para exames específicos, como ressonância magnética.
SP: Quais hábitos de vida podem ajudar a diminuir o risco de desenvolver o câncer de mama?
CI: Práticas como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar são importantes para reduzir o risco.
SP: Como campanhas de conscientização, como o Outubro Rosa, contribuem para o diagnóstico precoce e quais avanços ainda são necessários nesse sentido?
CI: Campanhas como o Outubro Rosa incentivam as mulheres a realizarem exames preventivos e buscarem diagnóstico precoce. Ainda são necessários avanços na ampliação do acesso ao diagnóstico e ao tratamento em regiões com poucos recursos.
SP: Qual a importância de consultar regularmente um especialista, mesmo quando não há sintomas aparentes?
CI: Consultas regulares são fundamentais para identificar alterações precocemente e garantir que exames de rotina, como a mamografia, sejam realizados no momento certo, aumentando as chances de tratamento eficaz.