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[Dia do Professor] Professora há 25 anos, petropolitana é destaque pela criatividade nas aulas de Literatura

Educação

[Dia do Professor] Professora há 25 anos, petropolitana é destaque pela criatividade nas aulas de Literatura

Professora em duas escolas de Petrópolis, Janaína Martins cria um ambiente onde o lúdico e a imaginação têm lugar de destaque em suas aulas

Nesta terça-feira (15) é celebrado o Dia do Professor. A data é em homenagem ao importante papel dos educadores na formação de cidadãos e no desenvolvimento da sociedade. O momento também é para refletir sobre os desafios que os professores enfrentam, como a desvalorização profissional, a falta de recursos em algumas escolas e as dificuldades impostas pelo cotidiano de sala de aula.

É neste contexto que Janaína Martins da Silva, professora de Literatura e Produção de Texto, usa a criatividade e fantasias de personagens para envolver os alunos em histórias marcantes que possam gerar reflexões profundas.

Foto: arquivo pessoal – Projeto “Harry Potter”. Colégio Vicentino Santa Isabel

Literatura como vivência na sala de aula

Professora do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II em uma escola particular e do 3º ano do Ensino Médio em uma escola estadual, Janaína acredita que vivenciar a literatura seja o caminho para uma verdadeira apropriação do texto literário. E, com essa visão, faz questão de criar um ambiente onde o lúdico e a imaginação têm lugar de destaque.

“Sou da época que era preciso fazer provas tradicionais dos livros paradidáticos. A gente lia, na maioria das vezes, por obrigação. Posso afirmar que é preciso tentar seduzir, envolver este jovem leitor para um mundo mágico, pois vivemos em uma época com muitas distrações digitais e a imaginação tem ficado em segundo plano, pois tudo nos é praticamente apresentado pronto”, reflete.

Ao planejar as aulas de literatura, Janaina, além das leituras tradicionais, envolve livros icônicos, como o “Diário de Anne Frank e Harry Potter”. Para tornar os conteúdos ainda mais imaginários, ela se fantasia e organiza atividades temáticas.

“As séries iniciais adoram o lúdico, o sonho, a fantasia, por isso procuro transformar a atividade avaliativa do livro em algo que possam se divertir e trocar experiências com os colegas. Sendo assim, a caracterização, o lanche temático, a brincadeira/avaliação ficam muito mais marcantes para este leitor iniciante, que vai buscar, mais tarde, a sua própria experiência literária”.

Foto: arquivo pessoal – Aldeia viking, inspirada no livro “Virando Viking “. Colégio Estadual Rui Barbosa.

Desafios das tecnologias

Em mais de 25 anos de magistério, Janaína diz que o maior desafio de ensinar literatura hoje é concorrer com as inúmeras tecnologias e conteúdos prontos que atraem a atenção dos jovens. Ainda assim, ela se mantém otimista.

“Infelizmente, o livro literário tem que competir com os aplicativos da moda, as telas excessivas, a inteligência artificial. Tudo pronto e mastigado. As pessoas estão se esquecendo de como é bom criar, imaginar, sonhar. Por outro lado, o sentimento de gratidão é enorme quando vemos crianças acreditando nas suas ideias e apresentando projetos maravilhosos, cheios de capricho e comprometimento. Sinto-me realizada quando meus alunos do Ensino Médio chegam relatando que estão lendo Machado de Assis ou Clarice Lispector porque as aulas de Literatura os instigaram a querer se aprofundar nesses autores e suas obras. E aí a gente continua insistindo porque tem sempre alguém que está te escutando e querendo mais”.

Foto:  arquivo pessoal – Adaptação teatral sobre o livro “Extraordinário “, de R.J. Palácio. Colégio Vicentino Santa Isabel

Diferenças sociais

A professora sabe que ensinar em contextos diferentes demanda adaptações. Ela ressalta que na escola particular, há recursos como materiais, tecnologia e bibliotecas, mas ela encontra maneiras de tornar a experiência literária enriquecedora também na escola pública, mesmo sem tantas facilidades.

“Trabalhos expositivos, parcerias com a disciplina de Artes, cafés literários, são possíveis em qualquer escola e não dependem de grandes tecnologias. Só são necessárias criatividade e boa vontade”, afirma.

Foto: arquivo pessoal

Literatura para a transformação

Janaína tem muitos planos para o futuro ensino dos alunos, sempre buscando diversificar as leituras e projetos. Entre suas paixões, estão os clássicos da literatura mundial e nacional.

“Meu maior projeto talvez seja envolver todos os meus alunos nesse mundo maravilhoso que é a leitura literária. Ler faz você descobrir o mundo, o outro e a si mesmo. Quem sabe assim não possamos melhorar o aqui e o agora. A Literatura, de forma geral, é muito importante para a formação do leitor crítico e, sem dúvida, ajuda na sua bagagem cultural, seja na vida acadêmica ou na social”, conclui, com o entusiasmo de quem acredita no poder da educação em transformar vidas.

Foto:  arquivo pessoal

Assim como a Janaína, a equipe de jornalismo da Sou Petrópolis parabeniza a todas professoras e professores que fazem o possível para levar o ensino de qualidade aos alunos, mesmo em meio às adversidades.

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