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Petrópolis teve aumento na abertura de novas empresas em 2024

Cidade

Petrópolis teve aumento na abertura de novas empresas em 2024

Economista explica o cenário da economia na cidade

De janeiro a agosto de 2024, Petrópolis registrou 4.716 empresas abertas, de acordo com dados do Mapa das Empresas. O número representa 4,73% a mais do que o registrado no ano de 2023, quando no mesmo período foram 4.503 empresas abertas no município.

Por outro lado, o número de empresas que encerraram as atividades é maior. No ano passado, durante o mesmo período, foram 2.760. Já o ano de 2024, contabiliza 3.114 empreendimentos de portas fechadas na cidade.

Foto: arquivo

MEIs

Deste total de empresas abertas, 3.777 são registradas na categoria Microempreendedor Individual (MEIs), representando 17,81% das empresas abertas na cidade. A categoria também ficou em alta no ano de 2023, quando foram registradas 3.615 MEIs. O número de empresas fechadas ficou em 2.229, no ano de 2023. Já em 2024, o número chega a 2.564.

Mas o que isso significa?

De acordo com o economista e mestrando no programa de pós-graduação em Economia Regional e Desenvolvimento na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Juan Campos, a abertura de novas empresas tem aumentado nos últimos anos, especialmente impulsionada pela categoria de microempreendedores individuais (MEIs). Contudo, muitas dessas empresas não conseguem sobreviver além do primeiro ano de operação. Isso ocorre por uma série de fatores relacionados à economia e ao mercado de trabalho.

“A crise de desemprego é um dos principais motivos que leva as pessoas a abrir seu próprio negócio. Quando desempregadas, muitas recorrem ao empreendedorismo como uma forma de gerar renda. O MEI oferece uma maneira formalizada para que pequenos empreendedores possam iniciar suas atividades com menos burocracia e custos reduzidos”, diz o economista.

Foto: Sou Petrópolis

Desafios para manter uma empresa aberta

No entanto, Ruan diz que, apesar da formalização, os MEIs enfrentam desafios significativos.

“A renda média da população brasileira está achatada, o que impacta diretamente no poder de compra. Grande parte dos pequenos negócios acaba oferecendo produtos ou serviços mais simples e, muitas vezes, considerados supérfluos, que os consumidores só adquirem quando têm dinheiro sobrando. Com a renda baixa e o foco nas necessidades básicas, muitos brasileiros não têm capacidade de consumir esses itens com frequência”.

Outro fator colocado pelo especialista é que os empresários se deparam com dificuldades para manter um fluxo de vendas constante e sustentável. Isso faz com que, mesmo após a abertura da empresa, muitos busquem empregos formais paralelamente, em busca de estabilidade.

“Ao conseguir um emprego, muitos desistem de continuar com seus negócios, ou fecham suas empresas devido à baixa rentabilidade ou à falência. Esses fatores explicam por que, embora haja uma alta no número de novos negócios, especialmente de MEIs, muitas dessas empresas acabam encerrando suas atividades em menos de um ano. Esse cenário reflete a luta dos brasileiros para equilibrar o desejo de empreender com as dificuldades econômicas e a busca por alternativas de trabalho mais seguras”, explica o economista Ruan Campos.

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