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Você conhece o Arquivo Público de Petrópolis? Setor guarda importantes documentos da História e dos moradores

Cidade

Você conhece o Arquivo Público de Petrópolis? Setor guarda importantes documentos da História e dos moradores

Arquivista há dez anos, Jessica Soares, explica como funciona a guarda de documentos da cidade. Consulta é disponibilizada para quem tiver interesse

Por Cristiane Manzini sob supervisão de Luísa Abreu

Desde que nascemos e ao longo de toda a vida, somos o resultado de inúmeras transformações e, boa parte delas, é registrada por documentos. Certidões, escrituras, declarações, fotografias e uma série de outros papéis ajudam a contar a história pessoal de cada um. 

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

Todos estes documentos estão guardados em arquivos públicos. Cartórios, hospitais, prefeituras, escolas e instituições das mais diversas conservam de maneira permanente um pedacinho da vida dos cidadãos e das cidades. E para cuidar disso existe o arquivista, profissional responsável pela administração de todos estes registros.

A arquivista

Jessica Justino Soares, de 33 anos, atua há dez como arquivista da Prefeitura. A petropolitana formada no Ensino Médio do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio, teve uma experiência de estágio marcante que iria definir os rumos profissionais da vida dela.

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

 “Fiz estágio no posto de saúde do Itamarati pelo processo seletivo da Prefeitura. Foi lá, trabalhando nos arquivos dos pacientes, que tive vontade de trabalhar nessa área. Procurei saber sobre a faculdade e prestei vestibular”, relembra.

Jessica é moradora do Independência. Casada com Henrique, namorado da época do Liceu, ela reside no mesmo bairro desde criança. Os pais, Tania e Paulino, ainda moram na mesma região. Além do irmão gêmeo, ela tem também um irmão mais velho que a inspirou a estudar em uma universidade pública.

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

Ainda na faculdade, em 2012, Jessica fez o concurso para a área que atua, mas só foi convocada cerca de dois anos depois. 

Como se tornar um arquivista?

Para ser um arquivista é necessário ser formado no Bacharelado em Arquivologia, um curso superior com quatro anos de duração. Jessica fez a faculdade na UFF – Universidade Federal Fluminense. 

“Estudei meus quatro anos de faculdade em Niterói. Passei no vestibular assim que saí do Ensino Médio e me mudei pra Niterói iniciando a faculdade no segundo semestre de 2009”, conta.

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

Jessica diz que não há um perfil único para ser arquivista, mas ressalta a importância de um mínimo de organização e planejamento para poder administrar o ambiente de trabalho. 

Como funciona o trabalho?

O arquivo onde trabalha é subordinado à Biblioteca Municipal Gabriela Mistral e ao Instituto Municipal de Cultura. 

“Somos um arquivo de guarda permanente, ou seja, os documentos que estão armazenados aqui não podem ser eliminados mais e tem valor informativo e probatório”, destaca.

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

Mas este não é o único arquivo do município. Existe um outro, intermediário, que é subordinado à Secretaria de Administração.

Sobre as áreas de atuação, ela relembra que arquivos são necessários em muitas instituições. 

“Existe arquivo em qualquer lugar, não consigo pensar em uma escola ou empresa que não tenha um arquivo, independente do porte ou área”, comenta a arquivista.

Acesso à informação

Jessica ressalta a importância do acesso à informação para as pessoas. 

“Para mim o maior objetivo de um Arquivo Público é dar acesso, e é essa bandeira que levanto aqui desde que cheguei. Todo o trabalho que fazemos é em função de garantir às pessoas acesso à informação que elas precisam da melhor forma possível”, explica.

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

E se engana quem pensa que apenas instituições locais utilizam os serviços. 

“Nós atendemos pessoas de todos os lugares, já recebemos muitos pedidos de pesquisas de fora do país”, conta Jessica.

Sobre os documentos mais procurados, ela aponta que são os relacionados ao cemitério municipal. Como Petrópolis foi inicialmente constituída de imigrantes e colonos, várias pessoas buscam estas informações. 

“Muitas pessoas pesquisam sobre seus familiares para construir sua árvore genealógica ou para tentar dupla cidadania”, comenta.

Além dos documentos relacionados ao cemitério, a arquivista conta que recebe também a solicitação de estudantes, sobretudo de Arquitetura, para pesquisas sobre construções na cidade. Outro público bastante recorrente são os jornais locais que procuram informações da cidade em outras épocas como, por exemplo, a série sobre as ruas da cidade no site da Sou Petrópolis.

Documentos arquivados

A base do arquivo público é composta por processos administrativos da Prefeitura, principalmente documentos de obras e do cemitério municipal, como certidões de óbitos, guias de sepultamento e os livros de sepultamento.

Além dos documentos administrativos, parte do acervo é composta pela chamada “Sala Petrópolis” onde ficam armazenados os jornais publicados na cidade. Além deles, tem os livros de autores petropolitanos e outros informativos que falam sobre a história local. 

Jessica explica que o arquivo conta com um pequeno acervo fotográfico também. A digitalização, até o momento, ocorreu apenas com os documentos do cemitério. Todos os outros são arquivos físicos, de papel.

 Desafios e conquistas

Para que um trabalho seja feito de maneira excelente é necessária uma série de fatores, entre eles recursos materiais e pessoais. Com o Arquivo Público não é diferente. 

“Como todo setor público temos desafios de recursos e de pessoal, mas acredito que o maior desafio atualmente seja o espaço, dada a quantidade de acervo que temos”, aponta. 

Considerando que grande parte dos documentos ainda é física e não pode ser descartada, repensar a questão espacial é condição essencial para a própria conservação do acervo.

Foto Divulgação Arquivo Público de Petrópolis

Sobre a maior conquista de Jessica à frente do Arquivo ela destaca uma importante parceria para o trabalho. 

“A Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, através do Family Search, digitalizou de forma gratuita todo o nosso acervo de óbitos e livros de sepultamento do Cemitério Municipal. Sem dúvidas foi o projeto que mais me deixou satisfeita”, finaliza.

Como solicitar informações?

A Biblioteca está passando por uma reforma de conservação das salas já em fase final de execução. Por esta razão, o atendimento está acontecendo mediante agendamento.  

O arquivo funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Além disso o setor atende pelo telefone (24) 2246-8684  e pelo e-mail arquivohistoricodepetropolis@outlook.com. O arquivo público também tem uma página no Instagram com o nome @bcmgm_petropolis.

Desde a pandemia o atendimento do whatsapp começou a ser implantado por Jessica. 

“Era um jeito mais rápido de falar com as pessoas. Deu super certo e temos muita procura por ele. No geral as pessoas ficam muito satisfeitas de poderem ser atendidas por essa ferramenta”, conta. 

A solicitação feita pelo chat é respondida rapidamente com o documento digitalizado, agilizando o serviço e permitindo que pessoas de fora de Petrópolis possam igualmente acessar a informação.

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