Connect with us

[Dia do Rock] ‘Petrópolis é uma cidade roqueira’, diz guitarrista petropolitano em entrevista à Sou 

Cidade

[Dia do Rock] ‘Petrópolis é uma cidade roqueira’, diz guitarrista petropolitano em entrevista à Sou 

Guitarrista e produtor petropolitano fala sobre a sua relação com esse gênero musical que atravessa gerações. Conhecido como Gargamel, ele já tocou com nomes expressivos da música brasileira, além de integrar a produção artística de grandes eventos da cidade

 Por Cristiane Manzini sob supervisão de Luísa Abreu

Para muitas pessoas o nome Rafael Dias Kronemberger não remete à música de Petrópolis, mas quando ele é chamado pelo apelido da época de escola, Gargamel, a identificação acontece automaticamente. O guitarrista de 48 anos, que faz parte da cena petropolitana há 30 anos, ainda comanda uma escola de música e um podcast sobre o assunto

Escola de música Fábrika de Sons – Foto Arquivo Pessoal

Como tudo começou

Gargamel é filho de músico. Ronaldo Kronemberger, também adepto do rock, apresentou ao filho de apenas 6 anos o som que gostava através dos discos de vinil. Bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin e AC/DC o fizeram se apaixonar pelas músicas. 

Logo depois, no começo dos anos 1980, o pai começou a tocar profissionalmente e como sempre o via no palco, Gargamel cresceu seguindo o mesmo caminho. Ainda aos 9 anos começou sozinho a aprender guitarra, instrumento que toca até hoje.

Foto Arquivo Pessoal

Influências

As bandas que mais influenciaram a música de Gargamel foram bandas dos anos 1970 e 1980 como AC/DC, Van Halen e tantas outras de Hard Rock. 

Na adolescência o músico já tinha mais noção de qual seria a sua direção musical e encontrou no Hard Rock o seu estilo predominante. Os músicos que o inspiravam na época são os mesmos até hoje. Ele cita os guitarristas Eddie Van Halen e Angus Young como duas referências incontestáveis do rock mundial.

Foto Arquivo Pessoal

Além do talento com a guitarra, Gargamel atua em muitas vertentes dentro da música e da arte, mas todas as atividades têm como cenário o rock. Para ele, a importância do rock em sua vida é total. “Na verdade, na minha vida, eu digo que tudo o que eu conquistei veio do rock”.  

Rock é rock

Sobre as inúmeras variações do estilo, Gargamel afirma que há espaço para todos os subgêneros. “O rock clássico também é uma vertente. Quando o Led Zeppelin apareceu também foi uma novidade, uma variação do rock. Todos os estilos do rock têm o seu lugar e a sua representatividade”, aponta.

E complementa que as bandas que hoje são consideradas clássicas um dia foram novidade também.     

Foto Arquivo Pessoal

Produção Artística

Gargamel atua hoje como produtor artístico de diversos eventos que acontecem na cidade, como Oktoberfest, Deguste, Arraiá do Amor e Moto Fest. 

A atividade envolve outras questões além da música, já que para fazer a curadoria dos eventos é preciso entender o que o evento necessita, entender as questões das bandas e encontrar o equilíbrio entre as duas coisas.

Foto Arquivo Pessoal

Ele destaca a importância dos eventos e festivais como espaço para as bandas de Petrópolis e de cidades próximas, e ressalta que em Petrópolis encontramos toda a variedade de gêneros musicais.

O futuro do rock

As grandes bandas de rock que são referência na música mundial têm décadas de carreira e são formadas por músicos que já passaram dos 60 ou 70 anos de idade. Gargamel, no entanto, afirma que a renovação de bandas existe, mas alerta que não se pode esperar que sejam iguais às bandas clássicas. 

Ele destaca a importância da personalidade musical de cada banda e o quanto isso vai determinar o som que ela faz. “A gente vai poder ter uma ótima banda que vai lembrar um pouco o AC/DC e vai misturar com uma banda mais atual, então é natural que essa renovação exista, e existe efetivamente, mas pode ou não agradar a galera que é fã das bandas dos anos 60, dos anos 70”, ressalta. E enfatiza que às vezes pode acontecer um certo saudosismo dos fãs.

Foto Arquivo Pessoal

Diz ainda que há muita coisa acontecendo em outras partes do mundo, com bandas incríveis que estão surgindo com referências dos anos 1960 e 1970, mas com influência de bandas mais novas. E cita nomes como os dos guitarristas americanos do blues-rock Eric Gales e Joe Bonamassa, além de outros brasileiros que vem projetando sucesso fora do país, como Kiko Loureiro que tocou com o Megadeth, e Mateus Asato que acompanhou nomes como Bruno Mars e Jessie J, entre outros. Cita, ainda, a paulista Lari Basilio, entre os talentos que estão despontando no cenário atual.

Sobre o crescimento da música eletrônica e dos gêneros regionais, Gargamel acredita que o rock sempre terá o seu espaço. “O futuro do rock está guardado, porque tem público para todos os gêneros”. 

Streaming

Veterano na música, Gargamel vê as plataformas de streaming como aliadas do mercado fonográfico. “Hoje em dia para lançar uma música você pode gravar em casa com uma qualidade bem interessante. Vai subir para uma agregadora que vai jogar sua música dentro das plataformas e isso é maravilhoso”, comenta. 

Ele relembra a época em que para fazer isso era necessário entrar em estúdio, que era caro, e recorrer aos correios para enviar uma fita cassete com a divulgação do trabalho. 

Gargamel e Danni Carlos – Foto Arquivo Pessoal

Se a internet facilitou as coisas, Gargamel alerta sobre a dificuldade de envolver o público atual. “Hoje em dia tem mais disputa de atenção do que tinha antigamente. A forma de consumo do ouvinte é o maior desafio pra mim no momento”, completa. 

Petrópolis e o rock

Gargamel se mostra bastante animado quando fala sobre a relação entre a cidade e o rock. “Petrópolis é uma cidade roqueira, sem dúvida”, declara. Ele destaca que a cidade sempre teve bons músicos em vários estilos, não só no rock. 

Gargamel comenta que Petrópolis é muito musical, e cita vários artistas petropolitanos como Rogério Lucas (Percy), integrante da Banda S ou S, que tocou bastante tempo com Erasmo Carlos e Celso Blues Boy, e Rick Oliveira da banda Tokaia que tocou com Jorge Vercilo. Estes são apenas alguns exemplos.

Gargamel e Celso Blues Boy – Foto Arquivo Pessoal

Sobre as bandas novas destaca a importância delas se organizarem como empresa para poderem crescer. Precisam buscar divulgação além dos eventos existentes na cidade. 

Ele diz que sente falta também das bandas fazerem, efetivamente, um trabalho autoral. “Para as bandas novas eu aconselho fazer um planejamento. Começa pequeno, vai se organizando, tocando nos pubs em Petrópolis, nos lugares e tal, depois vai tocar nos festivais, mas se organizar para amanhã estar tocando em grandes lugares aí no Brasil”, conclui.

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir