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Dia do Trabalhador: conheça o casal de idosos que vende cachorro-quente desde 1988 na Rua Teresa

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Dia do Trabalhador: conheça o casal de idosos que vende cachorro-quente desde 1988 na Rua Teresa

[Dia do Trabalhador] Parar de trabalhar está fora dos planos de Ilda, de 72 anos, e Paulo, de 73

Eles acordam às 7h e às 9h já estão na Rua Teresa, prontos para atender o público, até às 17h. Essa rotina seria normal para todos os trabalhadores. O fato é que Ilda Silva Araújo tem 72 anos e Paulo de Araújo, tem 73.

A palavra descanso ainda está distante para eles, que mesmo após a aposentadoria preferem continuar trabalhando, não por necessidade, mas sim, por prazer. Neste 1° de Maio – Dia do Trabalhador, conheça o casal que desde 1988 vende cachorro-quente, na Rua Teresa, em Petrópolis.

Foto: Sou Petrópolis

Petropolitanos de coração

O casal é petropolitano de coração. Ilda é de Alagoas e Paulo de Fortaleza. A falta de trabalho em suas cidades natais foi o motivo que fez com que o casal viesse trabalhar em uma confecção na Rua Teresa, há 40 anos. 

Foto: Sou Petrópolis

“Nos conhecemos na praia, em Fortaleza. Nos casamos na cidade do Rio de Janeiro. Quando fiquei desempregada lá, viemos trabalhar na confecção da minha cunhada. Viemos e ficamos. A cidade nos abraçou, daqui não saímos mais”, conta Ilda. 

Início das vendas no número 608 da Rua Teresa

No auge das vendas do polo de moda, o número 608 foi o ponto escolhido pelo casal para empreender. Apesar das dificuldades, eles conseguiram a licença dos órgãos públicos para o início de um sonho: ter um negócio próprio. Foi com um balcão pequeno e um guarda-sol que o casal iniciou as vendas e tirou o sustento para os dois filhos, que na época tinham 8 e 5 anos de idade.

Foto: divulgação

“Ficamos desempregados da confecção e resolvi que não ia procurar mais emprego, que iria escolher outra coisa para fazer. Aí veio a ideia de vender cachorro-quente. Mas como nada de início é fácil, passamos por muitas dificuldades. Ficamos com a licença provisória por três anos. Naquela época tinha que esperar alguém passar o ponto. Não tínhamos carros para transportar os materiais, carregamos tudo nos ônibus. Aí o movimento foi melhorando, começamos a ficar conhecidos e começamos a nos estruturar. Até meu filho, com 8 anos, ia para a barraca ajudar nas vendas”, lembra Ilda.  

“Ponto de Encontro” na Rua Aureliano Coutinho

As vendas do cachorro-quente de Ilda e Paulo, no número 608, duraram 20 anos. Com o pouco movimento e as lojas fechando, a solução do casal para manter o negócio foi ir até os clientes. A pequena estrutura ficou maior. No início da Rua Aureliano Coutinho, o Ponto de Encontro, não é só dos petropolitanos, mas também dos turistas, que viraram clientes fiéis. São cerca de mil pessoas que passam pela barraca mensalmente.

Foto: Sou Petrópolis

“Pedimos autorização aos órgãos e começamos a vender aqui. A situação foi melhorando, tanto que conseguimos alugar um apartamento aqui no prédio em frente que nos servia de depósito das mercadorias, para não ficar levando de um lado para o outro. Depois conseguimos montar a barraca maior e comprar os equipamentos para armazenar tudo. Aqui as dificuldades foram mínimas”, conta, orgulhoso, Paulo. 

Motivação para trabalhar

Mesmo estando aposentados há 12 anos e com a vida estruturada, o casal não cogita deixar o trabalho. Sem nenhum problema de saúde, as funções são divididas entre eles, que contam com a ajuda do filho, Daniel, na barraca. Ilda fica com a parte das vendas. Já Paulo, é o responsável pelas compras dos produtos. Para o futuro, os idosos planejam manter a tradição da barraca, estar ativos e ser úteis à sociedade.

Foto: Sou Petrópolis

“Uma gripe foi o único motivo que fez com que não comparecemos à barraca durante esse tempo todo, por uma semana. Fora isso, estamos aqui de segunda-feira a sábado, das 9h às 17h, só quando temos pilates que saímos cedo. Amanhece o dia, tomamos café, arrumamos nossas coisas e vamos trabalhar. Gostamos muito de vê gente, do movimento, de ser útil para os outros. Fazemos amizades, aqui todo mundo nos conhece. Fico aqui em pé e não sinto nada. Não tenho dor nas pernas, nos braços, em nada. Para nós não tem idade. Queremos que Deus nos dê saúde para continuar aqui, trabalhando. Não pensamos em parar, enquanto tivermos saúde, estaremos aqui”, diz o casal. 

Atendimento diferenciado

Quem passa pelo Ponto da Barraca sente-se em casa. Lá são comercializados cachorros-quentes e hambúrgueres, além de batatas chips e bebidas não alcoólicas para acompanhar o lanche. Para quem preferir, tem cafezinho de brinde, produtos de primeira adequadamente armazenados e wi-fi. 

Foto: Sou Petrópolis

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