Dica do especialista: nutricionista fala sobre como consumir chocolate de maneira saudável nesta Páscoa
Nathália Almeida, professora da UNIFASE, orienta sobre quais chocolates escolher na hora da compra e ressalta que consumo deve ser moderado
A Páscoa é celebrada neste domingo (17) e como manda a tradição o dia é de compartilhar chocolate. Para que não haja exageros e o consumo desta iguaria seja saudável, Nathália Almeida, nutricionista e professora do curso de Nutrição da UNIFASE, deu algumas dicas valiosas para esta data.
Foto: Divulgação Brasil Cacau
“Atualmente temos uma infinidade de tipos e marcas de chocolate disponíveis no mercado. As pessoas geralmente ficam perdidas sem saber ao certo qual escolher e quanto consumir. O consumo em excesso de qualquer alimento não trará benefícios (estamos falando de grande quantidade, além do recomendado)”, explica a nutricionista.
Foto: Divulgação UNIFASE
Chocolate tradicional x Chocolate diet
Embora possa parecer uma boa escolha optar pelo chocolate diet, Nathália explica que isso é uma cilada. Segundo ela, em termos de energia e qualidade nutricional este tipo de chocolate não é uma boa opção.
Ela também explica por que consumir chocolate em excesso pode ser prejudicial para a saúde.
“A maior parte da população está adaptada ao chocolate ao leite/branco, que apresentam uma quantidade de energia muito grande por terem, em sua composição, pouco cacau e mais gordura e açúcar. O consumo de energia excessivo contínuo pode contribuir, a longo prazo, para ganho de peso e alterações no perfil lipídio, aumentando frações do colesterol que podem ser prejudiciais para o organismo”, diz a especialista.
Chocolate amargo
O chocolate amargo apresenta reconhecimento científico pelas qualidades nutricionais que apresenta, porém em grande quantidade, Nathália alerta que também não será benéfico, pois mesmo apresentando uma excelente quantidade de flavonoides – substâncias protetoras do sistema cardiovascular, o consumo excessivo esbarra na elevada carga calórica e os malefícios para manutenção do peso corporal adequado.
Cuidado com as crianças
E o cuidado com o consumo de chocolate deve ser ainda maior com relação às crianças. A especialista afirma que os bebês com menos de 1 ano não devem ser expostos ao chocolate.
“O cacau em pó junto a algum outro alimento entra como opção a partir de 1 ano, sendo que o tradicional chocolate não será possível devido a presença do açúcar na maior parte das vezes”, diz.
Segundo Nathália, a orientação do Ministério da Saúde é rigorosa, pois diz que crianças menores de dois anos não devem consumir açúcar porque isso pode gerar impacto para a formação do paladar e para a saúde de uma maneira geral.
“Para crianças maiores de dois anos, a quantidade deve ser pequena e programada de forma individualizada para cada objetivo com relação a saúde e nutrição. Geralmente as porções de chocolate previstas ficam entre 15g a 30g”, afirma.
Qualidade deve ser priorizada
A especialista explica que melhor do que falar da quantidade de chocolate a ser consumida é pensar na qualidade. Segundo ela, os chocolates com melhor qualidade nutricional são os amargos e que possuem um percentual de massa de cacau acima de 60% – habitualmente estão disponíveis para venda os chocolates 70% com maior frequência.
“Para escolher um bom chocolate é importante olhar o rótulo, sempre! Existem chocolates com 70% cacau mas que tem uma grande quantidade de conservantes, aromatizantes e gorduras adicionadas que não são interessantes. Assim, leitura de rótulo deve ser rotineira na vida das pessoas. Os bons chocolates apresentam massa de cacau, açúcar e manteiga de cacau, só!”, orienta Nathália.
Alguns, ela explica que apresentam ainda lecitina de soja como emulsificante e não representam riscos para a saúde. Atualmente, a especialista comenta que existem também versões orgânicas ou com açúcar de coco que são excelentes.
“A dica é: leia bem o rótulo e fuja dos chocolates que apresentam a massa de cacau com um dos últimos ingredientes”, ressalta.
Veja os benefícios, se o consumo for moderado
De acordo com Nathália, o cacau apresenta vários benefícios para a saúde, desde que consumidos com moderação. Ele pode, por exemplo, auxiliar na perda de peso por atuar no metabolismo, dentro das células do organismo. Além disso, apresenta papel interessante para melhora da glicose pois favorece a captação da glicose muscular via maior disponibilidade de receptores para esse fim.
“Por ser um alimento com excelente propriedade antioxidante, o cacau é um protetor dos neurônios e melhora a cognição e o humor. Nos quadros de alergia, o cacau já demonstrou proteção por reduzir a produção e Imunoglobulina E, além de atuar no sistema imunológico intestinal e no crescimento de bactérias, favorecendo um ambiente intestinal satisfatório”, explica.
Um outro ponto relevante, segundo a especialista, é a redução do processo inflamatório que o cacau pode promover.
“Um estudo recente de grande qualidade científica publicado por Tan e colaboradores (2021) só encontrou relação positiva entre o chocolate e a redução do triglicerídeo, mas ainda estamos sem uma lista de benefícios mais atualizada. Por ora, vamos comer com moderação e bons chocolates. Atenção pois os estudos falam sobre o cacau e o chocolate é um produto feito a partir dele. Assim, quanto mais cacau no chocolate, maiores os benefícios para a saúde”, conclui a especialista.