Com greve dos rodoviários, petropolitanos recorrem a alternativas para se deslocar nesta quarta
Transporte por aplicativo foi uma das saídas encontradas por trabalhadores, mas além da demora para conseguir um motorista, o valor também ficou maior do que é cobrado normalmente, uma vez que a demanda foi acima da média
Com a greve dos rodoviários que já dura 24 horas, petropolitanos tiveram que recorrer a alternativas para se deslocar pela cidade nesta quarta-feira (6). O transporte por aplicativo foi uma das saídas encontradas por trabalhadores, mas além da demora para conseguir um motorista, o valor também foi maior do que o que é cobrado normalmente, uma vez que a demanda foi acima da média.
Foto: Divulgação Setranspetro
Amanda Leonardo é faxineira e conta que esperou por duas horas até conseguir um transporte por aplicativo para ir para o trabalho. “Fora meus filhos que não tiveram aula porque foi cancelada. Eles estudam na Escola Paroquial do Loteamento Samambaia. E se amanhã não tiver ônibus eles não vão na escola de novo”, diz.
Já a alternativa encontrado por Paulo César Abreu que tem um comércio em Corrêas foi buscar alguns dos funcionários que moram mais longe em casa. São moradores do Quitandinha, Vila Felipe, Carangola e Itamarati. Os que moram mais perto conseguiram ir a pé ou de bicicleta. “Infelizmente, com tudo que já passamos não tem como parar. Busquei em casa e agora terei que levá-los de volta”, diz.
O Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio) lamentou o momento escolhido para a paralisação, embora tenha reconhecido que a categoria tem direito de reivindicar melhorias.
“O comércio foi duramente afetado pelas últimas chuvas e ainda amargava as consequências da pandemia de covid-19. Uma greve agora prejudica diretamente e, ainda mais, o setor. Diante de uma cidade em recuperação, a falta de transporte público, principal meio de deslocamento dos petropolitanos, retarda ainda mais o processo que já vem acontecendo em ritmo lento”, afirma Marcelo Fiorini, presidente do Sicomércio.
E não foi só o setor do comércio que foi impactado, o de serviços também enfrentou as consequências da greve. Segundo Camila Justen, gerente de um salão de beleza no Centro, metade dos funcionários não conseguiram chegar ao trabalho nesta quarta.
“Perdi clientes, precisei desmarcar vários que já estavam agendados e não tive profissionais para os que vieram sem agendamento”, conta.
Camila mora no bairro Sargento Boening e foi a pé para o trabalho porque não conseguiu o transporte por aplicativo na hora que saiu de casa.
Protesto
Na tarde desta quarta, rodoviários fizeram um protesto pelo Centro Histórico. Eles pedem reajuste salarial digno e fim do horário de almoço fracionado.
Foto: Arquivo Sou Petrópolis
Ainda não há previsão para que a greve termine, uma vez que os sindicatos dos empregados e patronal do transporte ainda não entraram em acordo.
De um lado, os rodoviários pedem reajuste de 17% no salário e que a cesta básica seja no valor de R$ 700. Por outro, a última proposta apresentada pelo Setranspetro, que representa o patronal, foi de reajuste de 10,54% de aumento nos salários e 10% de reajuste na cesta básica. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores.