Estudante autista dá palestra e divide sua realidade com alunos de colégio de Petrópolis
Em um papo descontraído, alunos do Colégio de Aplicação da UCP tiveram uma “aula” de como lidar com pessoas autistas, bullying, entre outros assuntos na Semana do Autismo; bate-papo pode ser assistido na TV UCP
Referência no ensino inclusivo, o Colégio de Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis (CAUCP) promoveu nesta semana uma série de atividades a fim de discutir e conscientizar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) – celebrado no dia 2 de abril. Condição que afeta uma a cada 44 crianças no mundo, segundo levantamento do Center of Diseases Control and Prevention, a incidência de casos do transtorno tem crescido significativamente e é uma realidade, inclusive, dentro da sala de aula.
Foto Divulgação Colégio de Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis (CAUCP)
Autista, o estudante de licenciatura em História na UCP, Leonardo Martins compartilhou comos alunos do Ensino Fundamental II e Médio um pouco sobre sua história e a relação com o transtorno. Em um bate-papo descontraído, a primeira vez em público, o jovem contou desde a descoberta do diagnóstico, aos 15 anos de idade, até a experiência, hoje, de ser universitário. O evento pode ser assistido na TV UCP no Youtube.
Foto Divulgação Colégio de Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis (CAUCP)
“Fiquei muito feliz com esse convite do CAUCP e da UCP. Foi um desafio e uma expectativa que foi alcançada, porque hoje na nossa sociedade é muito difícil falar para adolescente. O que mais me surpreendeu na plateia era que eles estavam por dentro de muitos assuntos e interagiam. Acho isso incrível”, comemorou Leonardo, acompanhado do seu fiel escudeiro, o Golden Retriever Lítio, cão de apoio emocional. Ele aproveitou para ressaltar a relevância de falar, especialmente para os jovens, sobre o tema.
Importância de dar visibilidade à causa
“A importância de abordar sobre o autismo, e outros assuntos também, é que fazemos com que a geração de hoje tenha uma mente aberta e que pode abraçar a causa. Nós, autistas, também conseguimos nos expressar. A maioria das vezes o foco é na criança autista, mas o adulto autista também existe. Esses estereótipos que tem do autista, do personagem do ator Dustin Hoffman; da série The Good Doctor, é importante, porque cria uma geração que respeita a causa. O que posso recomendar para as futuras gerações é que compartilhem informações concretas sobre autismo”, disse Leo, alertando, ainda, sobre a inclusão do autista.
Bullying
“O bullying, que é uma palavra nesse século muito nova e debatida, ele nem sempre é físico. Às vezes é uma atitude, você ignorar a pessoa ou fingir que ela não está ali. Não ignore que existe uma pessoa diferente na sua turma, abrace ela, converse com ela. Ela vai tentar se expressar de alguma forma. O autista não verbal ou que demore a falar, vai se expressar de outras formas. Só respeitar o momento dele, a zona dele. Mas incentivar e dar apoio”, comentou.