Moradores relatam cenário assustador nas ruas após temporal em Petrópolis; veja depoimentos
Tarde e noite foram marcadas ainda por desespero por notícias de parentes e amigos, além de tentativas de retornar para casa
Moradores de Petrópolis relatam cenário assustador nas ruas após temporal que atingiu Petrópolis nesta terça-feira (15). Pontes quebradas, carros revirados, assaltos, muita lama e até corpos nas ruas estão entre os relatos de quem viveu de perto o caos provocado pela chuva.
Fotos: Reprodução grupos de WhatsApp
A tarde e noite foram marcadas ainda por desespero por notícias de parentes e amigos, além de tentativas de retornar para casa em meio ao caos no Centro da cidade.
Foto: Marchese/ Ariane Nascimento
A jornalista Ariane Nascimento estava no Marchese, na Rua 16 de Março, quando a água começou a subir.
“Foi muito rápido. A água subiu muito rápido. Ela veio pelos dois lados da rua. Foi uma questão de uns dez minutos. Nunca vi uma coisa tão ruim igual foi dessa vez. Foi de verdade desesperador. Foi um cenário caótico ali na frente do Marchese. Pessoal tentando sair do carro, jogaram uma corda para tentar puxar, mas a correnteza já estava muito forte e não deu. As pessoas começaram a se abrigar em cima do teto do carro. Alguns carros foram cobertos e as pessoas tinham que ir pra carros mais altos”, disse Ariane, que por conta do caos ainda não conseguiu retornar para casa, às 23h desta terça.
A jornalista relatou ainda ter visto o corpo de uma mulher preso no Marchese. “De verdade eu nunca vi um cenário muito feio assim na cidade. Um cenário de filme de terror”.
Rafaelle Grandi mora no Morin, mas estava no Valparaíso trabalhando. E ela só conseguiu chegar em casa às 23h. “Não tinha por onde passar. Fiquei parada e só consegui de moto com meu pai. A cidade está uma cena de filme de terror”, diz.
Já Isabela Monteiro mora no Castelânea e na hora do temporal estava na Rua Alencar Lima, no Centro. Ela contou que foi a pé para casa e só conseguiu chegar às 23h10. Pelas ruas, encontrou o cenário de destruição.
“O centro está destruído, Duas pontes, Castelânea…Buracos enormes na calçada, carros arrastados”, relata. Isabela conta que também chegou a presenciar um arrastão na Rua 16 de Março.
Até mesmo quem estava em casa e em segurança ficou comovido com a situação. Este foi o caso da publicitária Erika Kronemberger. “Estou em estado de choque ainda. Não consigo processar. Me mobilizando como posso e aguardando meus familiares chegarem em casa”, disse.
Monique Cordeiro que mora próximo a um hospital no Bingen. Desde às 22h, ela disse que o barulho é só de sirene na região.
Balanço
Até o momento, a Defesa Civil confirmou 34 óbitos, mas as buscas por pessoas desaparecidas continuam a todo vapor. Ainda não há informações sobre desabrigados e desalojados. Até esta manhã, foram registradas 207 ocorrências, das quais 171 foram por deslizamentos.
A maior parte registrada nas localidades do Quitandinha, Alto da Serra, Castelânea, Centro, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora. Houve alagamentos também por diversos pontos da cidade.
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