Dia da visibilidade trans: cabeleireira revela desafios de viver em Petrópolis
Duda Collins tem 40 anos e diz que a luta contra o preconceito é diária
A participação da cantora Linn da Quebrada no Big Brother Brasil (BBB) 22, traz para o centro da discussão a luta da comunidade LGBTQIA+ e o preconceito estrutural que fez com que a artista tatuasse o pronome “Ela” na testa, sinalizando a forma como gostaria de ser tratada – por pronomes femininos.
Foto: Arquivo Pessoal Duda Collins
Para a petropolitana Duda Collins, de 40 anos, que também é trans, militante e ativista pela causa LGBTQIA+, a passagem de Linn pelo BBB tem sido de grande importância e ensinamento para a sociedade de uma maneira geral. E, segundo ela, usar o pronome correto com uma pessoa trans é essencial.
Visibilidade x realidade
Neste sábado (29), em que é lembrado o Dia da Visibilidade Trans, Duda revela como é a realidade das pessoas trans que vivem em Petrópolis.
“O dia a dia não é muito diferente de uma pessoa trans pelo Brasil a fora. Lutamos todos os dias contra um preconceito que é enraizado na sociedade e isso acaba afetando todos os núcleos que vivemos”, diz.
Relação familiar
Na família, ela revela que a relação é de respeito, mas que a aceitação por completo ainda é difícil. “Minha família vive num fundamentalismo religioso que acaba influenciando na nossa relação”, conta.
Duda afirma que frequenta todos os locais que quer na cidade e que apesar dos olhares curiosos nunca foi destratada. “Só que é necessário saber se portar, se vestir e até se impor para viver bem por aqui”.
Troca de nome
Atualmente, Duda está com processo de troca de nome em andamento. Ela conta que já possui os documentos com nome social e revela que está esperando ansiosamente para pegar a nova certidão de nascimento.
Políticas públicas
Durante a entrevista a cabeleireira diz que, aos 40 anos, venceu as estatísticas. Isso porque a perspectiva de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos.
Para Duda, é necessário que políticas públicas sejam urgentemente aprovadas e legitimadas tanto na cidade quanto no país.
“Esse é um dos caminhos para que nossa comunidade possa viver de forma digna e ser respeitada com todos os direitos que qualquer ser humano tem”, conclui.