Petrópolis terá distribuição de absorventes para alunas da rede municipal
Iniciativa busca combater a pobreza menstrual e deve beneficiar 11 mil meninas na cidade
Cerca de 11 mil meninas da rede municipal de ensino em Petrópolis serão beneficiadas por um projeto desenvolvido pela cidade para combater a pobreza menstrual.
A previsão é que já a partir do final deste mês de novembro, as escolas comecem a distribuir, gratuitamente, absorventes higiênicos.
Foto: UNICEF/BRZ/Elias Costa via www.unicef.org
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada quatro brasileiras já faltou a escola por não ter condições financeiras de comprar absorventes.
Nesta semana já estão sendo realizadas reuniões com as diretoras das escolas de Petrópolis sobre a implantação do programa.
Cada escola vai receber um repasse para a compra dos absorventes e uma cartilha explicando os protocolos e regras que devem ser seguidos.
Para o secretário de Educação José Luiz Lima, o programa dá voz às mulheres e meninas e vai além da distribuição do item higiênico.
“Tem a ver com a escuta dentro da escola e na comunidade. Não vamos apenas distribuir os absorventes, mas também promover ações dentro das escolas para que as meninas sejam ouvidas. Esse programa é uma garantia dos direitos dessas meninas”, destaca o secretário.
Conscientização
Pesquisas também revelam que meninas e mulheres chegam a usar pedaços de pano usados, roupas velhas, jornal e até miolo de pão em substituição ao absorvente.
Ainda existem casos daquelas que não conseguem realizar de três a seis trocas diárias de absorventes, conforme a indicação de ginecologistas, permanecendo com o mesmo absorvente por muitas horas.
Como consequência desse insuficiente ou inadequado manejo da menstruação podem ocorrer diversos problemas à saúde como infecções, por exemplo, além do constrangimento e outras situações.
Tendo em vista a necessidade de conscientização das alunas, além da distribuição dos absorventes higiênicos, o programa também irá realizar palestras e ações de orientação para toda a comunidade escolar.
O objetivo é desmistificar o período menstrual (considerado um tabu) e mostrar para as meninas que esse momento é natural e não pode ser motivo de vergonha.
Sobre o projeto de lei
O projeto de lei, que instituiu o programa na cidade, é de autoria dos vereadores Yuri Moura e Maurinho Branco. Ele foi aprovado pela Câmara Municipal nesta quarta-feira (10) e agora vai para sanção do prefeito interino Hingo Hammes.
“É uma felicidade estarmos implementando esse tipo de projeto e não podemos deixar de executar essas iniciativas educacionais”, afirma o vereador Yuri Moura.
Para o vereador Maurinho Branco esse assunto deve ser normalizado dentro das escolas e o projeto vai quebrar um tabu.
“Foi uma vitória dentro da Câmara a aprovação desse projeto que torna real a execução de políticas públicas para as mulheres”, conclui o parlamentar.