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No Dia do Feirante, conheça a história dos vendedores mais antigos da feira livre do Centro de Petrópolis

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No Dia do Feirante, conheça a história dos vendedores mais antigos da feira livre do Centro de Petrópolis

Mais do que experiência, Lucia e Zé Maria acumulam carinho pelo que fazem há décadas

Eles vendem suas mercadorias, fazem a própria publicidade, recepcionam os fregueses com simpatia e, vez ou outra, ainda caminham pela psicologia junto aos clientes. Com habilidades que vão muito além do ato de comercializar, os feirantes se caracterizam pelo bem estar que proporcionam a uma cidade seja pelas frutas, hortaliças e legumes que anunciam em suas bancas ou, simplesmente, pela receptividade que emanam. No Dia do Feirante (25/08), conheça Lucia e Zé Maria: feirantes petropolitanos que acumulam experiência e carinho pelo que fazem.

Fotos: Arquivos/Sou Petrópolis

A feira já faz parte da rotina de dona Vera Lucia Fernandes de Lima, de 67 anos, há 55 deles. Atividade a que deu início ainda ao lado de seu pai, a feira representa, para ela, a arte de conquistar pessoas pelo interior de cada uma. Ambiente que está sempre atrelado a boas recordações, é no local que Lucia coleciona amizades e um bem estar sem igual. Em sua barraca, além de frutas fresquinhas, a petropolitana também presenteia os fregueses com uma personalidade que cativa e com palavras que podem ser mais doces do que as próprias mercadorias.

Foto: Arquivo pessoal/Vera Lucia Fernandes de Lima

“Eu trabalhei com o meu pai desde os meus 12 anos, então a feira já faz parte da minha vida. São sempre recordações boas e pessoas que você conquista mais pelo interior do que pelo dinheiro. Eu digo que são 55 anos aprendendo”. Tendo tido que se afastar por três meses do ambiente que tanto aprecia durante a pandemia, Lucia relembra a falta que estar na feira lhe fez e as formas encontradas de, ao menos, aliviar o sentimento, fosse indo aos domingos, às 5h30 da manhã, ou relembrando os bons momentos vividos.

Foto: Arquivos/Sou Petrópolis

“A feira para mim é quase uma terapia. Na pandemia eu levantava cinco e meia e ia para a feira do Alto da Serra antes dos fregueses chegarem para fazer minhas compras. Eu voltava para casa com um aperto, uma pena de ver meu lugarzinho vazio”. Numa rotina que nunca se repete, uma vez que as mercadorias se renovam, se tem algo que permanece o mesmo é a lealdade do público. Há 63 anos feirante, o petropolitano José Maria de Oliveira, de 73 anos, fala sobre uma caminhada construída a partir da venda de verduras e da construção de laços com os fregueses.

Foto: Arquivos/Sou Petrópolis

A exemplo de Lucia, Zé Maria também teve seu primeiro contato com a feira por intermédio de seu pai, quando as barracas eram montadas ainda na Rua Floriano Peixoto. “Nossa barraca era a última da rua. Sempre trabalhamos com legumes”. Um dos fundadores da Associação dos Feirantes, Zé Maria, que já tem duas filhas e um casal de netinhos, não tem intenção de parar. Tendo visto, graças à feira, o desenvolvimento da cidade – como a conclusão das obras da Igreja do Rosário, e o crescimento de famílias, ele tem no trabalho uma de suas maiores satisfações.

“Trabalhar é a melhor coisa para tudo. Você se aborrece, se distrai, se cansa, tem sono, tem apetite. Se você parar a cabeça vai ter um espaço terrível para o mal conselheiro”, afirma. Encantado pelas lições vindas a partir da interação com o público, Zé Maria explica que, estando na banca, conhece e aprende de tudo um pouco. Parte de uma grande família que compõe a feira, Lucia e Zé Maria preservam uma prática que, além de abastecer os pratos dos fregueses com produtos fresquinhos, nutre seus espíritos com sorrisos e palavras mais do que acolhedoras.

Eles podem ser encontrados às terças e sábados, a partir das 06 horas, na feira do Centro, e aos domingos, também a partir das 06 horas, na feira do Alto da Serra.

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