Ao se vacinar, petropolitana faz homenagem à mãe, ao tio e concunhado que perdeu para Covid-19
Camile Gonçalves tem 36 anos e recebeu a primeira dose contra covid-19 na última semana: “Ao mesmo tempo que me sinto grata por ter sido vacinada, me sinto vazia porque estou sem as pessoas que eu amava tanto”
A vacinação contra covid-19 é um momento de esperança para a sociedade depois de um período de tanta incerteza provocada pela pandemia, mas também é um momento de tristeza pelas pessoas que não tiveram a mesma oportunidade e perderam a batalha para a doença.
Foto: Arquivo Pessoal Camile Gonçalves
Foi com esse sentimento que, ao se vacinar, a petropolita Camile Gonçalves, de 36 anos, fez uma homenagem à mãe, ao tio e concunhado que perdeu neste ano para covid-19.
Assistente administrativo, Camile levou um pequeno cartaz onde escreveu: “Pessoas que o covid-19 tirou de mim”, seguido das datas em que perdeu cada parente, um seguido do outro.
A mãe de Camile morreu em 3 de abril. Já o concunhado, que tinha apenas 26 anos, em 26 de maio. E o tio, que era como um pai para a assistente administrativo, em 31 de maio.
Para ela, o sentimento que prevaleceu ao tomar a vacina foi o de tristeza.
“Perdi três pessoas da família e está sendo uma barra superar. Faltava tão pouco, principalmente para minha mãe e meu tio se vacinarem, mas infelizmente não tiveram a mesma oportunidade que eu. Ao mesmo tempo que me sinto grata por ter sido vacinada, me sinto vazia porque estou sem as pessoas que eu amava tanto”, desabafa.
Conscientização
Camile conta que a foto, publicada em sua rede social, tem como principal objetivo contribuir de alguma forma com a conscientização da sociedade.
“Eu queria conscientizar as pessoas sobre a importância do distanciamento social, do uso de máscara, do álcool em gel. Essas precauções que estamos cansados de saber, mas que muitas pessoas não cumprem”, afirma.
Dados
Segundo informações divulgadas pelo painel de monitoramento covid-19 da Secretaria de Saúde, 1.396 pessoas morreram vítimas da doença na cidade desde o início da pandemia.
Só em 2021, foram 980. Os meses com maior número de mortes por covid-19 foram março (185), abril (298) e maio (169) deste ano.
Em julho, mês que a cidade registrou o menor número de óbitos pela doença desde fevereiro, foram confirmados 52 óbitos. Apesar da queda significativa, o município ainda tem pelo menos uma morte por covid-19, por dia.
