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Após perder mãe e filha em acidente, família cria fundação para conscientizar sobre respeito no trânsito em Petrópolis

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Após perder mãe e filha em acidente, família cria fundação para conscientizar sobre respeito no trânsito em Petrópolis

Nomeada Luísa, em homenagem à filha do casal que faria 16 anos nesta quarta (9), a fundação também vai abordar a importância da doação de órgãos: vontade expressa pela jovem dias antes de falecer

No dia 1º de novembro de 2020, uma família petropolitana que estava a caminho da igreja teve seu trajeto interrompido por um carro que fazia uma ultrapassagem na altura de Madame Machado. A 2 km do destino final, o veículo da família, ocupado por um casal e seus dois filhos, foi atingido de frente por outro motorista. Nesta quarta-feira (9), dia em que a filha de José Ricardo Ferreira – que também perdeu a esposa na ocasião – faria 16 anos, ele lança a Fundação Luísa para conscientizar sobre o respeito no trânsito e a importância da doação de órgãos.

Foto: Divulgação

Internado por 15 dias na UTI, José Ricardo precisou colocar 6 parafusos no maléolo e um implante no acetábulo. Ele teve 6 costelas quebradas, 5 vértebras lesionadas e a alça do estômago rompido. Ainda em processo de recuperação, com dificuldades para se locomover e dores pelo corpo, o petropolitano ainda tem outra dor para lidar: a da perda. Tendo perdido sua esposa, com quem estava casado há 27 anos, e a filha Luísa, de 15, ele e o filho Lucas têm se esforçado para, a partir do ocorrido, estimularem outras pessoas a serem mais respeitosas ao volante.

De acordo com José Ricardo Ferreira, de 54 anos, 15 dias antes de falecer, sua filha, que sonhava em ser médica, expressou com a avó materna sua vontade de ter seus órgãos doados. No Brasil, de acordo com a legislação vigente, após a morte, são os familiares os responsáveis por decidir sobre a doação. Levando em consideração que, não fosse o contato da sogra, José Ricardo não saberia da vontade da filha, ele decidiu fazer da fundação um caminho para esclarecer dúvidas e levar conhecimento sobre a doação de órgãos no país.

Foto: Divulgação

“No acidente minha esposa teve várias lesões internas, meu filho teve lesões na mão direita e minha filha teve a morte cerebral decretada dois ou três dias depois. Eu fico pensando que se a minha sogra não tivesse falado comigo sobre essa conversa que as duas tiveram eu nunca teria pensado em doar os órgãos da minha filha. A gente quer que isso seja discutido entre as famílias para que essa vontade do indivíduo seja preservada e aceita na família. É esse um dos nossos objetivos: que as pessoas conversem, debatam sobre isso e aceitem a vontade de quem quer”, explica.

Anunciada no Instagram no último sábado (5), em menos de uma semana a página da Fundação Luísa já atingiu quase mil seguidores. Nesta quarta (9), a ação de inauguração da fundação será uma live em parceria com o ex-Diretor do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e atual Inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jerry Adriane Dias Rodrigues, e com o diretor do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho. O bate-papo, que vai ser conduzido por José Ricardo, está programado para começar às 20 horas.

Pensada na última semana, por sugestão de um amigo da família, a fundação tem acontecido e unido as pessoas numa velocidade surpreendente. José Ricardo explica que, além do apoio de colegas e familiares, a decisão também tem sido incentivada por brasileiros de outro estados que já manifestaram seu desejo em participarem de transmissões ao vivo com a fundação para falarem sobre suas experiências enquanto pacientes contemplados por doações de órgãos.

“Uma moça que é triatleta e um médico transplantados já manifestaram a vontade de conversar conosco. A doação de órgãos foi a última ação da minha filha. A gente fica grato a Deus pelo dom da vida e esperançoso para que isso possa ajudar as outras pessoas a serem mais respeitosas no trânsito e mais seguras, para que elas possam usar o cinto, respeitar as sinalizações e a ultrapassagem. Eu não sei o que Deus quer de mim ou da fundação. Os braços e as pernas a gente consegue, mas o caminho é dele”, afirma José Ricardo.

Os próximos passos da Fundação Luísa podem ser acompanhados pela página @fundacaoluisa, no Instagram.

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