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No Dia do Enfermeiro, conheça o supervisor de UTI que ficou internado aos cuidados de sua equipe em Petrópolis

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No Dia do Enfermeiro, conheça o supervisor de UTI que ficou internado aos cuidados de sua equipe em Petrópolis

Acostumado a estar à frente do setor, naquele momento foi a vez dos colegas assumirem as rédeas da situação. Sergio Muniz, de 34 anos, ficou internado 13 dias no Hospital Santa Teresa com Covid-19, onde ele atua na linha de frente desde o início da pandemia

Há 10 anos os ambientes hospitalares fazem parte da rotina do enfermeiro Sergio Muniz de Oliveira Junior, de 34 anos. Supervisor da UTI da Covid-19 do Hospital Santa Teresa, o que ele não esperava, contudo, era passar por uma inversão de papeis. Em novembro ele testou positivo para o coronavírus e, com isso, passou 13 dias internado sob os cuidados da equipe que supervisiona. Neste Dia Internacional do Enfermeiro, conheça a história do Sergio que, em meio a uma pandemia de tantas dúvidas, teve no fato de que o cuidado vai além da profissão sua maior certeza.

No registro, Sergio é o primeiro da direita para a esquerda. Foto: Divulgação

Ao longo de quase duas semanas de angústia, foi no carinho e no apoio da equipe que Sergio encontrou sua principal fonte de força e energia. Acostumado a estar à frente do setor, naquele momento foi a vez dos colegas assumirem as rédeas da situação e, a exemplo do que fazem com os demais internados, desempenharem papeis que vão além da profissão. “No momento em que a gente interna, a gente não tem visitas; fica afastado dos familiares e amigos. O único contato que a gente tem é com a equipe de enfermagem, e eu conhecer todo mundo me ajudou muito”, diz.

Vivida de forma coletiva e intensa, a internação de Sergio foi acompanhada com lágrimas e orações pelo setor de enfermagem do momento da notícia ao dia em que o colaborador do hospital recebeu alta. E se, a princípio, o ocorrido se mostrou um choque para os funcionários, no decorrer dos dias a situação fez com que a união do setor fosse intensificada. Depois de recuperado, além de um café da manhã de agradecimento a UTI, Sergio também fez questão de estimular a parceria e o companheirismo da equipe de enfermagem.

Foto: Divulgação

“Tive colaboradores que, enquanto eu estive internado, não passaram nem na porta do quarto. Foi uma dor muito grande e a equipe ficou muito fragilizada. Tê-los lá comigo me deu um conforto muito maior, então quando eu saí eu senti uma necessidade muito maior de trabalhar o nosso psicológico, a nossa união e a nossa positividade. Se nós estivermos doentes, como vamos cuidar daqueles que realmente estão doentes? Queremos devolver cada vez mais pacientes, mais pessoas, mais pais, mais mães, mais filhos para as famílias”, explica.

Tendo tido na força dos colegas o incentivo necessário para se recuperar e voltar de volta ao trabalho, à família e à linha de frente, Sergio, além de supervisor da UTI de Covid-19 do Hospital Santa Teresa, também atua na tenda da Prefeitura. Filho de um técnico de radiologia e irmão de um enfermeiro que, assim como ele, trabalham no HST, Sergio teve o acompanhamento constante da família que, fosse da janelinha do quarto do setor de internação, ou então de casa, irradiou boas energias para que ele revertesse o quadro e desse a volta por cima.

Na imagem, Sergio (primeiro da direita para a esquerda) aparece acompanhado do pai e do irmão. Foto: Divulgação

“Meu pai trabalha no Santa Teresa há uns 33 anos e ia sempre me ver da janelinha do quarto. Meu irmão também é funcionário do hospital e foi quem ficou do meu lado o tempo todo. Ele é enfermeiro de emergência da Covid-19 e, como já estava lá, ia todos os dias me ver nesse período difícil. Depois que a gente interna numa UTI e pode ser intubado, as chances de morrer são de 80%. Meu pai sabia disso e meu irmão também. A qualquer momento eu poderia não estar mais aqui hoje”.

Supervisor da UTI de Covid-19 do Hospital Santa Teresa, Sergio, a exemplo dos milhares que foram internados pelo coronavírus é, assim como eles, filho, marido, irmão, pai. E foi entre aquelas quatro paredes e durante aquelas quase duas semanas de dúvidas que teve na dedicação dos enfermeiros com que trabalha e que dele trataram a certeza de que, mais do que uma profissão, a enfermagem tem sido, mais do que nunca, sinônimo de dedicação e entrega ao outro.

Foto: Divulgação

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