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Covid-19: cresce o número de internações entre jovens e adultos em Petrópolis

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Covid-19: cresce o número de internações entre jovens e adultos em Petrópolis

Levantamento de dados feito pelos hospitais particulares mostra um aumento expressivo no número de internações de pessoas com idades entre 20 a 59 anos. Crescimento também foi observado na taxa de letalidade do município

Após a vacinação dos idosos contra a covid-19, os hospitais particulares de Petrópolis viram diminuir as internações das faixas etárias a partir de 70 anos nas unidades de saúde. Por outro lado, registram um aumento expressivo de internações entre jovens e adultos com idades entre 20 a 59 anos.

Foto Divulgação PMP

Em muitos casos, segundo as unidades, os pacientes entram nas unidades em estado grave. Dados do painel de monitoramento da Secretaria de Saúde do município também apontam aumento do número de óbitos de pessoas dessa faixa etária entre março e abril deste ano.

No Hospital Santa Teresa (HST), o aumento de internações de pessoas com idades entre 20 e 49 anos foi significativo. Segundo a unidade só no mês de abril essa faixa etária corresponde a 43% das internações.

No comparativo entre os quatro primeiros meses desse ano e todo o ano de 2020, os números também assustam. Segundo o HST, em 2021 já foram feitas 226 internações de pessoas com idades entre 20 e 49 anos. Em todo o ano de 2020 foram 234.

No Hospital SMH – Beneficência Portuguesa também há registro de pessoas mais novas sendo internadas. De acordo com a unidade, há semanas o percentual de pacientes acima de 70 anos é bem pequeno.

“A maioria dos pacientes graves nesta nova onda têm entre 40 e 59 anos. E há casos de jovens de 20 a 30 anos que internaram com quadro grave”, informa o SMH por meio de nota.

O Hospital Unimed não informou detalhes, mas também afirma que teve aumento de internações de jovens desde o mês de março.

Dados do painel de monitoramento mostram aumento de óbitos de pessoas mais jovens. Por este motivo, a Sou Petrópolis questionou a Secretaria de Saúde para saber se também foi registrado aumento de internações nos hospitais da rede pública de Petrópolis, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

Riscos

Paulo Cesar Guimarães, pediatra, infectologista e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, afirma que as pessoas mais jovens tendem a achar que nada vai acontecer com elas.

“Não pode pensar assim. Tem que ter consciência que pode estar contaminando outras pessoas. E temos visto óbitos de diferentes faixas etárias”, afirma.

Diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, Paulo Cesar Guimarães – Foto Arquivo Pessoal

O médico destaca que não é fácil combater uma pandemia e que o país tem muitos desafios, como o tamanho da população. “Sem contar que tudo é muito novo com relação ao novo coronavírus. A doença está sendo estudada enquanto está contaminando”, explica.

Conscientização

Para Paulo Cesar, um dos problemas mais graves no momento é justamente conscientizar as pessoas sobre a gravidade da doença.

“Infelizmente isso não vai acabar a curto prazo. A vacinação será um grande passo, mas o Brasil começou a vacinar tardiamente o que é muito ruim”, diz.

Ele acredita ainda que diante da agressividade e os riscos gerados pela doença deveria haver punição para pessoas que são flagradas em festas – aglomerações. “Não é hora de fazer festa. Tem pessoas morrendo. Vai comemorar o quê?”, indaga.

O médico afirma ainda que mesmo após a vacinação das duas doses será preciso manter os cuidados, como distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos.

Cresce a taxa de letalidade em Petrópolis

Informações divulgadas pelo painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde revelam números alarmantes com relação à letalidade por covid-19 em Petrópolis.

Desde o início da pandemia, o novo coronavírus fez 1.059 vítimas na cidade. O mês mais letal até agora foi abril, com 272 mortes: média de 9 mortes por dia.

E os dados mostram que houve aumento de óbitos na faixa etária de 20 a 79 anos entre março e abril.

No caso de pessoas com idades entre 30 e 39 anos, o número de mortes dobrou de um mês para o outro. Em março foram registrados 5 óbitos nessa faixa etária e, em abril, foram 11.

Outro dado preocupante é com relação aos óbitos de pessoas com 50 a 59 anos. Em março foram 18 óbitos e, em abril, 47.

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