Crianças reinventam a forma de brincar em meio à pandemia em Petrópolis
Valentina e Maria Lívia têm apenas cinco anos e, por meio da tela do celular, brincam de pique esconde, estátua, assistem filme e fazem até o dever da escola juntas
O novo normal provocado pela pandemia da covid-19 e a imposição das regras de isolamento social mudou não só a modalidade de trabalho e ensino como também a maneira como ocorrem as relações entre as pessoas, inclusive as crianças. Fora do ambiente escolar, os pequenos tiveram que se adaptar a uma nova rotina e encontrar novas formas até mesmo para brincar.
A Valentina Bello e Maria Lívia têm apenas cinco anos e com a ajuda das mães conseguiram ressignificar brincadeiras e cultivar uma amizade que já dura mais de um ano.
Foto Arquivo Pessoal
Por meio da tela do celular, elas brincam de pique esconde, estátua, assistem filme, brincam na piscina, andam de bicicleta e fazem até o dever da escola. As ligações costumam durar horas e é o que tem entretido as duas nesse período.
“No dia que elas não se falam até eu sinto falta”, conta Monalisa Ferreira Machado, mãe da Maria Lívia. Para ela, que está seguindo a risca as regras impostas pela pandemia, essa amizade tem ajudado muito nesse período em que a filha passa mais tempo com adultos. “Elas se entendem muito bem. Se não fosse a Valentina ela ia se sentir muito sozinha”.
Nessa rotina, tem o dia da pipoca, que é quando elas assistem filme juntas e também por vídeo chamada fazem slime, experiências, brincam de boneca. Antes da pandemia, Fernanda Rabelo, mãe da Valentina, conta que a filha tinha vergonha até mesmo de falar por áudio pelo celular.
“Lógico que elas falam que quando o corona for embora elas querem brincar juntas, mas esse contato mesmo virtual é muito bom para elas”, diz Fernanda.
Mães também embarcam nas brincadeiras
As mães também embarcam nas brincadeiras das filhas. Na hora do pique esconde, por exemplo, a Fernanda fica com o celular enquanto a Valentina se esconde no quintal de casa e, do outro lado da tela, a Maria Lívia vai tentando descobrir onde ela está.
Fernanda conta que aprende muito também com a Monalisa e elogia a paciência que ela tem com as meninas. “Ela é muito criativa e isso ajuda muito. Que essas ideias possam inspirar também outras mães assim como me ajudam a criar uma rotina entre a Valentina e a Maria Lívia”.
Foto Arquivo Pessoal
Fernanda se divide entre a Valentina e o Pietro, que tem 11 anos. “Eles estão em fases diferentes. Então tem hora que tem que levar um para a realidade do outro. Juntos, brincam de pique esconde, andam de bicicleta e jogam cartas”, diz.
Todas as atividades ocorrem nas horas vagas já que eles têm aulas on-line diariamente e a hora de fazer os deveres da escola.