Cartilha para o petropolitano se proteger e evitar riscos em dias de temporais
Saiba o que fazer para evitar correr riscos nessa época em que os temporais são frequentes, provocando alagamentos e deslizamentos na cidade
*Matéria atualizada às 20h19 do dia 13/12/2022
Mesmo antes das tragédias de fevereiro e março deste ano, as fortes chuvas que ocorrem entre os meses de dezembro e março sempre causaram preocupações para os moradores da cidade. E, agora, o estado de alerta provocado pelo período de temporais é ainda maior.
Recentemente, os petropolitanos voltaram a viver momentos de tensão após mais um dia de chuvas atingirem a cidade e alagamentos e deslizamentos voltarem a ser registrados tanto no centro do município, quanto em áreas afetadas previamente no início do ano.
A falta de ações efetivas por parte do governo público é mais sinal de que os órgãos responsáveis não estão devidamente preparados para mais um verão e, consequentemente, os temporais que afetam a região nesse período.
Entretanto, é importante que a população esteja pronta para se proteger e agir de forma segura durante as fortes chuvas, caso haja necessidade.
Foto: Talita Militão, nas Duas Pontes
Para o tenente-coronel Gil Kempers, atual secretário de Defesa Civil do município, a prevenção é essencial. Ele foi comandante do Corpo de Bombeiros da cidade entre abril de 2019 e outubro de 2020 e é especialista no combate a tragédias. Kempers esteve à frente das operações na tragédia de 2011 na Região Serrana do Rio e da mais recente em Petrópolis, no início de 2022.
Janeiro de 2011 – Em Petrópolis, o Vale do Cuiabá foi a região mais atingida contabilizando 72 óbitos oficialmente – Foto Reprodução Internet
De acordo com o comandante, algumas medidas de prevenção já são adotadas na cidade e outras estão em fase de desenvolvimento. “Neste momento, os índices pluviométricos são monitorados 24h por dia, sete dias por semana. Esses índices são fundamentais para o detalhamento dos protocolos de acionamento do Sistema de Alerta e Alarme”, diz o especialista.
Pensando em evitar acidentes e ajudar a população a se proteger, a Sou Petrópolis conversou com o tenente-coronel Gil Kempers, e listou algumas dicas para que os petropolitanos possam estar atentos e prevenidos em dias de chuva.
1) Estou no Centro da cidade e está chovendo muito. Quais cuidados devo tomar?
Observar os alertas da Defesa Civil, atentar ao nível dos rios e buscar local seguro caso sinta-se ameaçado.
Enchente no Centro de Petrópolis – Foto Reprodução Internet
2) Devido ao período de férias e de viagens, qual é a recomendação para quem tem que usar a Serra? Muitos têm medo de que haja deslizamento de pedras dos paredões. Existe alguma constatação com relação a isso? É feito algum tipo de monitoramento?
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Defesa Civil atua com estrutura permanente de monitoramento, que conta com alguns instrumentos para informar a população sobre a previsão do tempo de curto prazo para o município. O serviço é voltado especificamente para o planejamento de operações dos agentes da Defesa Civil e também oferece importante serviço para a população que tem condições de saber as previsões para o município. O Boletim Meteorológico pode ser acessado no site da Defesa Civil https://www.petropolis.rj.gov.
3) Como avaliar quais pontos são realmente seguros para ficar até a chuva passar?
Em casa de inundações ou alagamentos, busque locais elevados, cobertos e distantes das áreas inundadas. Quanto ao risco de deslizamentos, busque áreas distantes de encostas, prioritariamente os locais pré determinados como pontos de apoio.
4) Neste período de chuva o que devo ter em mente para não me colocar em risco? Como o motorista sabe em tempo real sobre quais vias estão inundadas ou interditadas?
Além do Boletim Meteorológico que pode ser acessado no site da Defesa Civil, também é emitido um Aviso Meteorológico para quando há previsão de chuva forte no município. O aviso é publicado nas redes da Prefeitura, da Defesa Civil, enviado em grupos de comunicação por aplicativo, e/ou veículos de impressa confiáveis. Da mesma forma, a população também pode ter ciência de alertas meteorológico por meio de SMS. Para receber basta fazer o cadastro de um CEP do município no número 40199.
Em situação de emergência, a população tem contato direto com a Defesa Civil pelo 199 e a Prefeitura faz a emissão, em tempo, de boletins sobre intercorrências no trânsito da cidade quando necessário. Para não se colocar em risco não se exponha a inundações ou áreas com eminência de deslizamento, e colabore com os bloqueios criados pelos órgãos de segurança. Se estiver em uma área onde exista Sistema de Sirene, siga as informações que estejam sendo apresentadas.
5) Por que devo evitar locais com muitas árvores/postes?
Em caso de chuvas fortes esses locais podem tornar-se perigosos, uma vez que podem ser mobilizados por movimentações nos solos, bem como descargas elétricas, sejam por raios ou rede elétrica instalada.
6) Se estiver dentro de uma piscina quando devo sair?
Em caso de chuvas fortes, acompanhadas de descargas elétricas, é imprescindível que saia da água assim que observar a mudança de tempo.
Á água, além de ser um condutor, atrai as descargas elétricas. Por isso é essencial sair da piscina durante períodos de temporais, evitando assim quaisquer riscos.
Já quando estiver em uma cachoeira, fique atento aos alertas da Defesa Civil para chuvas, caso receba esses alertas, deixe a área imediatamente. Se a área não permitir o acesso aos alertas, fique atento às áreas mais altas do rio e se observar chuva e aumento da velocidade da água, deixe a cachoeira imediatamente.
Além de atrair raios, as regiões de cachoeiras podem também ter deslizamentos de terras e quedas de árvores. As fortes chuvas nas cabeceiras podem ainda provocar o aumento rápido e repentino do nível do rio, conhecido como “cabeça d’água”. Nesses casos, o risco de afogamento e de ser levado pela correnteza é ainda maior.
Cachoeira Véu da Noiva, em Petrópolis – Foto Blog Trilhas e Aventuras
8) Quais medidas podem ser tomadas para evitar que motoristas e pedestres estejam na Rua Coronel Veiga na hora dos alagamentos? (Já vimos casos em que pessoas precisaram ser resgatadas em cima/dentro de carros e no ponto de ônibus).
No caso da Rua Coronel Veiga as inundações, em geral, acontecem de forma rápida e são facilmente observadas pela sobrelevação do Rio Quitandinha. Caso a via já esteja inundada, não tente atravessá-la a pé ou mesmo com veículos. Busque ruas mais elevadas e abrigue-se até que as águas baixem.
Coronel Veiga – Foto Reprodução Internet
9) E em Corrêas onde o trânsito já chegou a ficar horas parado por conta de alagamentos?
Em Corrêas, a sobrelevação do nível das águas é mais lenta, devido à distância das cabeceiras de drenagem. No entanto, a confluência de vários rios e as características planas da área, produzem cenário propício à inundação. Caso as vias já estejam inundadas, não tente atravessá-las a pé ou mesmo com veículos. Busque ruas/pontos mais elevados e abrigue-se até que as águas baixem.
10) Se a sirene tocar no meu bairro o que devo fazer? Quais pertences devo ter prioridade para pegar?
As sirenes tocam com avisos de chuva e com mensagens de mobilização para evacuação de residências. Caso a sirene toque no seu bairro com aviso de mobilização, dirija-se ao ponto de apoio mais próximo. Priorize pertences pessoais como documentos e itens de primeira necessidade, como remédios e itens de uso pessoal.
Petrópolis conta com 20 sirenes em funcionamento atualmente. Elas estão localizadas nos bairros: São Sebastião, 24 de Maio, Vale do Cuiabá, Dr. Thouzet, Alto da Serra, Independência, João Xavier e Quitandinha.