Cursando doutorado na Flórida, ex-aluna do Cefet/RJ campus Petrópolis atua em projeto com a Nasa
Formada em Engenharia de Computação pelo Cefet/RJ campus Petrópolis em 2018, Victoria Ribeiro é apaixonada pelo mundo da pesquisa. Seu primeiro contato foi logo no início da graduação por meio do Programa de Iniciação Científica. Desde então, a pesquisa faz parte de sua vida: “Gosto dessa ideia de descobrir coisas novas, entender como algo funciona e contribuir achando soluções que possam ser úteis no mundo”.
Universidade da Flórida (UF) – Foto Arquivo Pessoal
O sonho de trilhar o caminho acadêmico foi se concretizando e a levou em janeiro deste ano para os Estados Unidos, onde hoje cursa doutorado na Universidade da Flórida (UF) em Engenharia de Computação, na área de Machine Learning* e otimização de performance humana. A mudança foi rápida: desde que soube da vaga para bolsa até chegar a Gainesville, onde fica a instituição, foram apenas seis meses. “Conversei com o professor (meu atual orientador) e já comecei a aplicar. Tive menos de duas semanas para estudar e fazer as provas de proficiência em inglês (TOEFL) e o GRE, um exame padronizado para pós-graduação (tipo o Enem de pós-graduação)”, afirmou.
Victoria então ingressou no Departamento de Engenharia Elétrica e Computação da UF e hoje trabalha com o professor/orientador Nicholas Napoli no laboratório Human Informatics and Predictive Performance Optimization Lab (Hippo), que tem como foco desenvolver métodos de processamento de sinais e machine learning para entender e melhorar a performance humana. Dentro dessa área, o laboratório tem iniciativas em UTIs de hospitais, com a marinha dos EUA e até com a Nasa.
É justamente com a agência espacial norte-americana que Victoria tem atuado no momento a partir de um projeto que busca criar um sistema de segurança que detecte quando o piloto de um avião está distraído ou sobrecarregado e, assim, busque contornar a situação. “Isso tudo a gente faz analisando sinais vitais, tipo batimento cardíaco, respiração e até eletroencefalograma, e treinando sistemas de inteligência artificial pra entender quando o piloto está normal ou quando o piloto está distraído, podendo evitar vários acidentes”, declarou.
Victoria está contente em participar de um projeto tão importante e com a qual se identifica. Ela ressaltou que a vivência com pesquisa no campus Petrópolis foi essencial para a sua trajetória e sua conquista. “Foi no Cefet que tive o primeiro contato com a pesquisa, fiz projetos de iniciação científica desde o primeiro semestre até o último ano do curso, publiquei artigos, fiz diversas apresentações. Também foi pelo Cefet que tive minha primeira experiência morando fora, ao fazer intercâmbio por seis meses para estudar em Portugal. Aprendi a escrever, a pesquisar, a apresentar minhas ideias e meus resultados e, graças a essa base, consigo cursar um doutorado fora do país sem problemas. Sou muito grata por todas as oportunidades que o Cefet me deu e por todo ensinamento que recebi dos professores queridos que tive”, destacou.
CEFET campus Petrópolis – Foto Arquivo Pessoal
Em relação ao departamento no qual trabalha, a doutoranda informou que há sempre demanda por novos pesquisadores e deu uma dica: “quem tiver interessado, deve entrar no site do departamento, olhar os professores e as pesquisas de cada um e, quando encontrar uma linha de pesquisa que se identifique, entrar em contato com o professor perguntando sobre vagas, falando sobre experiência na área (se tiver)”.
*Machine learning: pode ser traduzido como aprendizado de máquina e é uma tecnologia que ensina computadores a analisar e classificar padrões de dados para fazer previsões.