Psicóloga orienta como lidar com o estresse infantil causado pelos impactos da pandemia
A psicóloga petropolitana Flávia Gonzalez explica como identificar e lidar com os efeitos do distanciamento social na saúde mental das crianças.
A pandemia da Covid-19 modificou o modo de se relacionar das pessoas, impondo distanciamento social. Consequentemente, as crianças também foram muito afetadas por conta da falta de convívio nas salas de aula e em atividades que antes faziam parte da rotina e agora não fazem mais. De acordo com a psicóloga Flávia Gonzalez, tudo isso fez com que houvesse um aumento significativo do estresse infantil.
Foto Estadão
Mas antes de saber como lidar com o problema, é preciso entender que o estresse é uma resposta normal do organismo. Ele é um aviso de que algo do mundo externo – o fator estressor – não está fazendo bem.
“A recomendação frente ao estresse é: identificar este fator e extingui-lo da nossa rotina. Porém, sabemos que nem sempre isso é possível, então, o desafio depois da identificação é a adaptação da rotina”, explica. Além disso, a psicóloga frisa que apesar de ser uma resposta natural, o estresse contínuo pode causar adoecimento psíquico.
Segundo a especialista, os principais fatores de estresse infantil são: o distanciamento social, a falta de convívio com outras crianças, a falta de atividades físicas, as aulas online e a mudança brusca de rotina. “Como sabemos, essas alterações impostas pela pandemia são essenciais para prevenir a disseminação do vírus, mas é importante também estar atento aos sintomas e achar soluções possíveis para que não aja adoecimento psíquico”, alerta.
A psicóloga aponta que existem dois tipos de sintomas de estresse infantil: os sintomas físicos e os psicológicos.
Os sintomas físicos mais comuns são:
- náuseas;
- diarreia;
- enurese noturna (xixi na cama);
- hábitos de roer unhas;
- alterações no sono;
- alterações no apetite.
Já os sintomas psicológicos mais comuns são:
- irritabilidade;
- alterações no humor;
- pesadelos;
- terror noturno;
- agitação;
- apatia;
- choro sem motivo evidente.
A psicóloga ressalta também que, para caracterizar um quadro de estresse infantil, a criança deve apresentar alguns desses sintomas e não apenas uma reação isolada. Caso o adulto identifique que a criança vem apresentando alguns desses sintomas, é fundamental que ele procure a ajuda de um especialista.
“Primeiro, os responsáveis devem fazer uma análise do seu próprio estresse, pois, muitas vezes, transferimos o nosso estresse para as crianças. Segundo, é importante fazer uma avaliação da rotina e efetuar as mudanças necessárias. E por fim, o adulto deve buscar orientação profissional: em especial daqueles que atuam com a saúde da criança, como pediatra e psicólogo, e também de outros profissionais que têm contato próximo, como os professores. Procurar ajuda é muito importante, pois a exposição contínua ao estresse pode desencadear um quadro de ansiedade infantil”, finaliza.