[Dia das Bruxas] Relembre algumas lendas populares que fazem parte da história de Petrópolis
Da dama de branco ao Saci-Pererê da Pedra da Maria Comprida
Matéria atualizada no dia 28 de outubro de 2024
Ainda que pouco celebrado no Brasil, o Dia dos Bruxas não deixa de ser uma oportunidade para celebrar o misterioso e, às vezes, inexplicável. Pensando nisso, reunimos algumas lendas que fazem parte da cultura popular dos petropolitanos e que, se você ainda não ouviu falar, certamente irá gostar de conhecer.
O Saci-Pererê da Pedra da Maria Comprida
Fotos: Arquivo Guapo Adventure Turismo – Reprodução Cerj
Dizem que uma das montanhas mais desafiadoras de Petrópolis, a Maria Comprida, é protegida por um Saci-Pererê.
Tem duas explicações para a lenda. A história conta que uma “cafetina”, chamada Dinair Maria Sampaio, veio de Portugal, no final do século 19, para Petrópolis. Chegando no Centro Histórico, ela teria sido atropelada na linha do trem, na Estação Ferroviária Leopoldina. Com o acidente, a mulher, de estatura alta, teria perdido uma das pernas. Após a mesma abriu uma “casa da luz vermelha”, no antigo Caminho do Ouro, abaixo dos pés da Montanha, onde permaneceu até a sua morte.
Os antigos dizem que o espírito dela ronda a parte mais alta da montanha, que leva seu nome.
Também tem os que dizem que na região tinha um grande Quilombo, perto da Maria Comprida, e que era protegido pelo Saci – Pererê que assombrava os viajantes do Caminho do Ouro e fazia eles se perderem.
A loira do Cemitério Municipal
Fotos: reprodução wikimapia
Na década de 70, uma bela loira que frequentava as festas nas noites petropolitanas, pedia carona aos motoristas até o Cemitério Municipal e quando chegava lá desaparecia.
A história conta que Klair Klim Gomes, pensionista e catadora de papel, morou durante 28 anos no local. Nas chuvas de 1960, seus pais teriam morrido durante a queda de uma barreira no Quitandinha. Ela teria sido adotada por uma família do Vital Brasil. Sofrendo maus tratos, Klair saiu de casa e foi morar no Cemitério, onde dormia em covas rasas e se alimentava com comidas que eram deixadas lá.
Embora a mesma tenha sido considerada a assombração, Klair afirmou para um jornal que chegou a ver este espírito, mas que nunca tinha falado com ele, pois desaparecia entre as sepulturas.
Fica a pergunta: neste caso, quem era a loira do Cemitério Municipal?
A dama de branco
Fotos: Reprodução/Flickr @alertenis – Site Viajar Correndo
Essa é clássica! Houve uma época em que pessoas iam para os portões do Museu Imperial na tentativa de encontrar a dama de branco. A história que se contava era a de que, à meia-noite, uma mulher vestida em trajes brancos parecia flutuar por entre as árvores do bosque antes de ir ao encontro de seu amor.
Hoje, passadas décadas, a história que se conta é outra. A explicação lógica que dão para o fenômeno é que, à noite, quando o farol dos carros é refletido nas estátuas em mármore branco do jardim, a impressão que se tem é a de movimento, daí a dama se deslocando pelo bosque.
O milagre na colina do Siméria
No final da década de 50 um morador do Siméria disse ter visto a imagem de um santo – São José – estampada num barranco próximo ao número 377 da Rua Presidente Sodré. Conta a imprensa da época que ele teria cavado mais de 12 metros para construir uma mina, quando se deparou com a imagem no local.
Após o relato, o lugar passou a receber, dia e noite, romarias de curiosos. Ainda de acordo com edição do jornal Tribuna de Petrópolis publicada em 21 de setembro de 1956, um dos visitantes foi o Frei Leão. Segundo a mesma matéria, na época mais de mil pessoas já haviam ido ao Siméria por conta do milagre.
O túmulo do anjinho milagroso
Fotos: Reprodução/Instagram – @frei_berg_ofm/@jubsampaio
No Dia dos Finados já é tradição para muitos visitar o túmulo do anjinho milagroso, que vive repleto de brinquedos no Cemitério Municipal. Tudo teria começado com um ex-funcionário do cemitério que, com fortes dores no estômago, precisaria de uma cirurgia urgente com base na gravidade de seu quadro.
Devoto, o homem teria, então, passado a pedir pela intercessão de Deus sempre que cuidava do túmulo do anjinho: descendente de germânicos que morreu antes de completar um ano. Passadas duas semanas, o homem teria se curado da enfermidade e dado início a uma corrente de fé no referido túmulo.
A maldição do Quitandinha
Fotos: Rodrigo Soldon – Evaldo Macedo
Grandioso do jeito que é, seria no mínimo estranho se o Quitandinha não fosse cercado por histórias e suposições populares. Uma delas diz que, durante a construção do palácio, um operário teria morrido comprimido pelas engrenagens do palco mecanizado e que a família, revoltada, teria rogado uma praga de que nada feito no local daria certo.
Coincidência ou não, o Quitandinha terminou de ser construído em 1944 e, em 1946, o jogo foi proibido pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra. 16 anos depois, o local deixou de funcionar como hotel e passou a operar como condomínio. O espaço chegou a ser alugado para cerimônias e eventos, mas que também foram interrompidos.