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Enfermeira vítima da Covid-19 deixa legado de profissionalismo: ‘Cumpriu o juramento que ela fez’

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Enfermeira vítima da Covid-19 deixa legado de profissionalismo: ‘Cumpriu o juramento que ela fez’

Vilma Anesclar faleceu no último sábado (25/07) no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE), em Petrópolis.

Segundo informações da Secretaria de Saúde, 750 profissionais que trabalham direta ou indiretamente com a saúde em Petrópolis já tiveram que se afastar de seus postos, devido à suspeita ou confirmação de contaminação pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 318 — quase a metade das pessoas afastadas — testaram positivo para a Covid-19 e dois vieram a óbito. A última vítima se chamava Vilma Anesclar, de 44 anos: uma mulher guerreira, que deixou um legado de profissionalismo aos colegas de trabalho.

Foto Arquivo Pessoal Vilma Anesclar

Basta ver as mensagens em suas redes sociais para entender como Vilma era uma pessoa querida por todos os familiares e amigos. Orgulhosa de sua profissão, ela não media esforços para ajudar seus pacientes, e lutou bravamente, enquanto pôde, no combate à Covid-19.

“Ela queria muito viver. Era uma mulher guerreira, que lutou e morreu na guerra. Sempre foi muito estudiosa e tudo que ela fazia era pela família e pelos outros”, conta Manoel Vicente, marido e companheiro de 25 anos de vida dela. “Como ela sempre precisou batalhar muito para chegar aonde queria, ela era o tipo de pessoa que incentivava e estimulava as pessoas a não desistirem da faculdade e de seus sonhos”, completa.

Certa de que a enfermagem era a sua vocação, Vilma se formou na Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FASE) e dedicou toda a sua carreira a cursos de especialização e licenciatura, além dos atendimentos que fazia no CTI do SMH e na Upa Cascatinha.

“A Vilma, para gente, foi uma figura de mãe. Ela era amiga, competente e muito guerreira. Ela se dedicou cinco anos da faculdade com uma garra incomparável. Ela me motivou muito a me tornar quem eu sou hoje. O que eu — e acho que a turma toda dela — vai lembrar dela é a imagem de uma mãezona e o sinônimo de resiliência, porque ela superou todos os obstáculos da vida para chegar aonde chegou”, comentam os amigos de faculdade Maria Eduarda Possato e Renan Basílio, que cuidou de Vilma no HMNSE.

Vicente conta que a esposa foi internada no dia 22 de julho (quarta-feira) após se sentir mal trabalhando. Três dias antes ela apresentou febre e dor no corpo, mas o quadro dela se agravou quando ela começou a ter falta de ar. A enfermeira, que já tinha um histórico de doença pulmonar, faleceu no último sábado (25/07) no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE).

Vilma Anesclar deixou os pais, dois filhos, duas netas e a gratidão de todos que puderam conviver com ela. “Não tenho palavras para tudo que ela fez pelos outros. Ela cumpriu com muito orgulho o juramento que ela fez quando se formou”, finaliza o marido.

Boletim Epidemiológico de Petrópolis (30/05):

De acordo com o painel de monitoramento da Covid-19, até o momento (30/07) foram realizados 14.999 testes na cidade. Deste total, 11.217 resultaram negativo, 3.735 positivos e 47 estão em análise, entre PCR e testes rápidos. Há 67 pacientes internados na cidade, podendo ser casos positivos ou ainda em investigação esperando o resultado do teste. E 148 óbitos. De acordo com o monitoramento feito pela vigilância epidemiológica, há 832 pacientes recuperados do coronavírus. Esse número se refere às pessoas que estiveram internadas nas unidades hospitalares da cidade ou que se mantiveram em isolamento domiciliar e que, hoje, não apresentam mais os principais sintomas da doença.

O município contabiliza pelo SUS 32,14% dos leitos clínicos e 22,13% de UTI ocupados com pacientes infectados com coronavírus.

Veja também: 10 informações sobre a atual situação da Covid-19 em Petrópolis

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